Em seu primeiro discurso, Daniel defende urgência nas pautas de interesse da população

Daniel Câmara 1
Parlamentar entende ser necessário “quebrar privilégios”, diz que o “andar debaixo não pode pagar a conta” e critica radicalismo entre extremas esquerda e direita.
 
Em seu primeiro discurso após retorno das atividades na Câmara dos Deputados, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) defendeu a necessidade urgente do país realizar duas reformas: a da previdência, que deve “quebrar privilégios” e “não pode ser feita para o andar debaixo pagar a conta”, e a tributária, se fazendo necessário “discutir as injustiças, onde muitos pagam muito, alguns pagam pouco e o dinheiro é mal utilizado”. Daniel também criticou a polarização do debate político entre as extremas direita e esquerda no país, apontando que tal situação apenas piora o contexto de crise, não ajudando a trazer uma solução para o país. 
 
“A questão da previdência precisa ser discutida e não é com demagogia. É entendendo que modificações têm que ser feitas sim, mas não para fazer o andar debaixo pagar”, destacou. “Se você fizer a conta, a previdência não quebrou por conta daquele trabalhador que ganha um, dois salários mínimos, que é a parcela majoritária da população. Quebrou porque existem brasileiros que se acham mais brasileiros que os outros, começando, inclusive, por coisas que acontecem aqui no Poder Legislativo. Temos que quebrar privilégios e fazer com que todos, efetivamente todos, sejam igual perante a lei”, argumentou Daniel, no discurso.
 
Sobre a reforma tributária, que já tem uma comissão especial para debater esse tema na Câmara, Daniel indica que “essa reforma tem que sair do papel, tem que vir ao plenário e tem que também discutir as injustiças, pois muitos pagam muito, alguns pagam pouco e o dinheiro é mal utilizado”. “Precisamos discutir, inclusive, a sua distribuição com os entes federativos, estados e municípios.”
 
Extrema direita versus extrema esquerda
 
O radicalismo existente no debate político brasileiro também foi criticado por Daniel Coelho, para quem o país vive uma “crise econômica, política, moral de todas as suas instituições”, mas que também há uma crise na própria sociedade. “Me entristece ver um debate político reduzido a uma polarização de extremos que não leva o Brasil a solução. De um lado, nós temos uma esquerda atrasada, antiga, com propostas completamente ultrapassadas, de uma ocupação do estado, de uma defesa de corporativismo que levaram o Brasil à quebradeira atual. E do outro, temos também uma direita radical, que se encontra com essa esquerda radical no sentido de defender esses mesmos corporativismos e não enfrentar as reformas necessárias para o Brasil avançar”, comparou.
 
De acordo com o parlamentar, “ao invés de crescerem a voz da ponderação, a voz do equilíbrio, do encontro e da solução, o que ganha espaço na sociedade são as atitudes fascistas, excludentes, seja ela de uma extrema esquerda ou de uma extrema direita”. “O grande desafio do país neste momento é buscar unidade e é assim que conduzirei no ano de 2017 esse nosso mandato”, garantiu.
 
Por fim, Daniel Coelho também questionou o aumento no número de ministérios do governo federal. Na sua visão, esta não é a solução para tirar o país da crise. “Mantendo a coerência daquilo que disse por diversas vezes nessa tribuna, quando fazia oposição ao governo do PT, acho equivocada a atual medida do governo em ampliar o seu número de ministérios. Na saída de Dilma o número foi reduzido, mas a gente percebe que esse número volta a aumentar. Não é essa a saída que nós queremos para o Brasil. O que a gente precisa, sim, é a discussão de um Estado menor, mais enxuto, mas acima de tudo, mais eficiente. A prioridade está na prestação de serviços, na educação, na saúde, na segurança e não nas áreas meio de governo, que terminam atendendo muito mais à política e aos políticos do que à sociedade brasileira”, concluiu. 

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