No CE, atraso na transposição do São Francisco prejudica 50 mil pessoas

foto_deltaO atraso nas obras de transposição do Rio São Francisco está prejudicando mais de 50 mil cearenses.

Enquanto a água do Rio São Francisco não atravessa os túneis nem corre pelos canais, a seca domina a paisagem e castiga os sertanejos.

Um trecho da transposição no município de Jati, Sul do Ceará, vai receber a água de Pernambuco. Ela vai para a cidade vizinha de Brejo Santo e será interligada com reservatórios e redes de distribuição pra beneficiar o Ceará, a Paraíba e o Rio Grande do Norte. Três dos estados nordestinos que sofrem com cinco anos seguidos de chuva abaixo da média. Por uma triste coincidência, é quase o mesmo tempo de espera pela conclusão da obra prevista inicialmente para 2012.

A ideia é que toda a área seja alagada com a água que vem lá do Rio São Francisco. Ela deve se juntar à água do açude que abastecia as famílias da região. Mas, enquanto isso não acontece, o açude está inacessível por causa da obra. Quer dizer: as famílias perderam a água que tinham à espera da água que foi prometida.

“Todo mundo vivia bem aqui, sossegado, com bastante água, bastante agricultura que tinha, bastante plantio e, agora, infelizmente, resta só isso aí”, diz o agricultor José Nogueira.

Famílias foram assentadas em vilas. Ganharam lotes pra produção familiar. Mas, justamente por falta d’água, os terrenos estão todos vazios.

O geólogo Yarley Brito diz que a água do São Francisco é a única opção para socorrer os moradores desta região do semiárido: “Os recursos das reservas hídricas naturais, que são os barramentos, os açudes, estão todas secas, precisando importar água de onde tem perene, que tem garantias como o São Francisco”.

O Ministério da Integração Nacional afirma que mais de 90% da obra estão em execução, mas os moradores ainda têm que esperar pelo menos sete meses para um alívio na seca.

“A nossa previsão é que estejamos entregando água para o estado do Ceará no início do segundo semestre de 2017, e consequentemente garantia hídrica para a região”, afirma o ministro Helder Barbalho.

G1

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