A Bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados decidiu apoiar a candidatura de André Figueiredo, do PDT, para a presidência da Casa. A definição foi anunciada após reunião da Bancada, na tarde desta terça-feira (31), em Brasília. A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados acontecerá na quinta-feira, dia 2 de fevereiro.
Para o líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP), a decisão representa “um gesto de unidade das forças de oposição, das forças de esquerda na luta por uma Câmara mais democrática”. “Por uma presidência (da Câmara) que respeite o regimento interno, os espaços dos partidos, onde o povo possa vir e ocupar as galerias, porque isso aqui é a casa do povo”, afirmou.
André Figueiredo é filiado ao PDT desde 1984, partido do qual é presidente no Ceará e exerce a 1ª vice-presidência nacional. Cumpre seu quarto mandato como deputado federal. Foi secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego no governo Lula de 2007 a 2010. Em outubro de 2015, foi indicado ministro das Comunicações por Dilma Rousseff e ficou no cargo até o afastamento da presidenta eleita, em abril de 2016.
Figueiredo liderou na Câmara, em 2013, a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), que garantiu 10% do PIB para a educação, e foi escolhido como relator da Lei dos Royalties do Pré-Sal. No Congresso Nacional, texto de sua autoria, convertido na Lei 12858/2013, garantiu a destinação de mais de 300 bilhões de reais para a educação e a saúde nos próximos dez anos.
Em outubro de 2016, votou contra o projeto de lei 4567/2016, de autoria de José Serra (PSDB-SP), que permitia a empresas multinacionais explorar o petróleo da camada pré-sal sem realizar consórcios com a Petrobras. O texto, no entanto, foi aprovado pela base do governo golpista de Michel Temer (PMDB) por 292 votos a favor e 101 contrários.
Zarattini disse que o PT quer o respeito à proporcionalidade na constituição da mesa diretora.
“Infelizmente, a Constituição brasileira também prevê a formação e blocos, o que desvirtua essa proporcionalidade e desvirtua a força do voto popular,que nos deu a segunda maior bancada. Mas nós vamos constituir o bloco com a minoria e queremos estar na luta para que seja respeitado, porque o regimento interno garante à minoria a participação na mesa”.
O líder ainda explicou que a intenção é ampliar o bloco para derrotar os golpistas. “Nós queremos ampliar o bloco, vamos ainda conversar com a Rede, conversar com o Psol, tentar resgatar o PCdoB, trazer o PCdoB junto com a gente, para a gente derrotar aqui essa maioria que quer tripudiar em cima da minoria e impedir que passe pelo Congresso as medidas ruins, negativas, maléficas do governo Temer, a reforma da Previdência, a reforma trabalhista e uma série de outras medidas que visam diminuir os direitos do povo brasileiro”.
Em publicação no Twitter, a deputada Erika Kokay (PT-DF) afirmou que a decisão foi unânime.