No discurso aos participantes da Agenda 40, sábado passado, no Recife, o governador Paulo Câmara (PSB) assumiu o compromisso de frear a onda crescente da violência no Estado. Chegou a afirmar que iria vencer a bandidagem, o tráfico de drogas e a delinquência com coragem e determinação. No tom habitual que costuma falar, sem dosagens exageradas de emocionalismos ou demagogia, reconheceu que o quadro na segurança é preocupante.
Mas nada que não possa ser enfrentado. De imediato, o governador tem o desafio de conter a tropa da Polícia Militar, insatisfeita com a proposta de reajuste dos seus soldos em discussão na Assembleia Legislativa. Só agradou aos mais graduados, principalmente de alta patente, como os coronéis. O baixo clero da corporação não enxerga nenhum ganho salarial. E é este segmento que vai às ruas garantir a segurança da população.
Não sei qual a saída que o governador terá, mas é preciso que algo seja feito para evitar que a situação fique deteriorada. Levantamento feito pelo jornal Folha de São Paulo na edição de ontem aponta que os baixos rendimentos da Polícia Militar não são exclusividade do Espírito Santo, que acabou em tragédia, com mais de 70 mortes, 700 policiais indiciados, quase resultando numa intervenção federal.
Em quase todos os Estados há defasagem salarial histórica, sem acompanhar os índices discrepantes da inflação. Não basta, entretanto, apenas pagar bem, mas dar condições de trabalho. Salário compatível é, sem dúvida, um grande incentivo, mas equipar a tropa, modernizar seus instrumentos de trabalho e melhorar a frota são medidas igualmente extremamente necessárias.
Blog do Magno.