A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão da Operação Satélite, nova fase da Lava Jato, no Grande Recife. Mídias de computadores e documentos fiscais foram recolhidos em dois endereços de Boa Viagem e um da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, e também um no Janga, em Paulista. Outros dois mandados são cumpridos na Bahia. Medidas são contra pessoas ligadas a senadores.
Os alvos desta etapa não são políticos, mas pessoas ligadas aos senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Humberto Costa (PT-PE), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Valdir Raupp (PMDB-RO). Em Pernambuco, um dos alvos é Mário Barbosa Beltrão, empresário ligado ao senador Humberto Costa. O material apreendido em Pernambuco, em duas empresas e dois apartamentos, foi levado a sede da PF, na área central do Recife, e vai ser transferido para Brasília.
Os mandados foram solicitados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizados pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). O chefe de comunicação da Polícia Federal de Pernambuco, Giovani Santoro, informou à Rádio Jornal que a ação corre em segredo de justiça.
Em depoimento que faz parte de sua delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa afirmou que o esquema de propinas e corrupção na Petrobras repassou R$ 1 milhão à campanha de Humberto Costa para o Senado em 2010.
Segundo O Estado de S. Paulo, Paulo Roberto afirmou que o dinheiro foi solicitado pelo empresário Mário Barbosa Beltrão.
Acusação apresentada ao Supremo em dezembro do ano passado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot, aponta que o peemedebista teria recebido propina de R$ 800 mil do esquema de corrupção na Petrobras por meio de doações eleitorais ao PMDB, em 2010.
Raupp é acusado de ter recebido R$ 500 mil para a sua campanha ao Senado em 2010, que, apesar de terem sido repassados via doações oficiais, teriam sido desviados do esquema de corrupção instalado na Petrobras, de acordo com a PGR. O senador nega irregularidades. A denúncia será julgada pelos cinco ministros que compõem a Segunda Turma do STF.
Eunício Oliveira (PMDB-CE) era conhecido entre os executivos da Odebrecht como o “índio”, apelido utilizado pelo chamado departamento de propinas da empreiteira para se referir ao parlamentar.
O ex-diretor de Relações Institucionais da empresa Cláudio Melo Filho afirmou em sua colaboração premiada que o agora segundo homem na linha de sucessão presidencial teria recebido cerca de R$ 2,1 milhões em propinas entre outubro de 2013 e janeiro de 2014.
Em agosto de 2016, a 33ª fase da Lava Jato – autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro – investigou alvos de crimes de organização criminosa, cartel, fraudes licitatórias, corrupção e lavagem de dinheiro em Pernambuco. Na ocasião, o alvo foi a construtora Queiroz Galvão e os executivos ligados à construtora Ildefonso Colares e Othon Zanoide foram presos.(Com informações do JConline)