Nas vésperas da posse da prefeita eleita Célia Sales (PTB) e da volta do prefeito interino, Irmão Ricardo (PTC), para a presidência da Câmara dos Vereadores de Ipojuca, o Legislativo municipal publicou no Diário Oficial do Estado do último dia 21, um aviso de licitação para locação de 12 veículos SUV e um carro de passeio, no valor total de R$ 932.688 mil. Porém, o montante, que servirá para atender as “necessidades da Câmara” durante 12 meses, é bem superior ao que foi gasto nos últimos dois anos.
Em 2015, a Câmara lançou um edital de licitação para aluguel de 11 carros tipo Sedan, no valor de R$ 294.800 mil. Um ano depois, o gasto estimado para locação de veículos do mesmo porte foi, inclusive, menor (R$ 217.356,33). Já no novo pregão presencial, que será aberto no próximo dia 4 , o valor previsto é quatro vezes maior do que o anterior, apesar da crise econômica .
“Esse tipo de gasto deve ser analisado na luz dos princípios da moralidade e razoabilidade, porque Ipojuca, apesar de ter bastante recursos, não está imune à crise financeira que afeta os municípios brasileiros, inclusive, com o alto índice de desemprego da população da cidade em virtude da desmobilização de várias obras do Porto de Suape. Acho que os vereadores devem pensar bastante na população antes de fazer esse tipo de gasto com veículos de luxo para atender eles mesmos”, afirmou o procurador geral do Ministério Público de Contas, Cristiano Pimentel, ao saber da licitação.
Hoje, quem preside a Câmara de Ipojuca interinamente é o vereador Flávio Henrique (PSD), mais conhecido como “Flávio do Cartório”. Ele deve deixar o posto no próximo dia 2, com o retorno do vereador Irmão Ricardo, após quatro meses como prefeito interino. Célia Sales foi diplomada no último dia 20, na eleição suplementar, realizada no começo do mês. A data da sua posse será definida hoje, pela Câmara.
Durante o mandato como prefeito, Irmão Ricardo foi alvo de um “alerta de responsabilização”, por parte do TCE e do MPCO. Os órgãos recomendaram que ele adotasse medidas para conter os gastos com pessoal, além de não iniciar novas obras e não realizar pagamentos excepcionais. Porém, na véspera da eleição, o interino conseguiu uma liminar no Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), suspendendo o efeito do alerta.
Folha de PE