O deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) já deixou claro ser favorável à abertura do processo contra o presidente Michel Temer por acreditar que é preciso fazer uma apuração rigorosa dos fatos apresentados pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Temer foi denunciado por corrupção passiva na última segunda-feira (26) com base na delação de executivos da JBS. “É uma denúncia grave, por isso, deve ser feito um amplo processo legal, assegurando o direito de defesa do presidente e o contraditório”, afirma Danilo Cabral.
Segundo o parlamentar, por ser o primeiro caso na história do Brasil em que um presidente é denunciado por corrupção no exercício do mandato, há dúvidas no Congresso Nacional sobre o rito a ser seguido. Enquanto aguardam o encaminhamento do Supremo Tribunal Federal (STF), membros da oposição se reuniram com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para cobrar que a tramitação na Casa tenha transparência para a sociedade.
“É importante garantir a participação de todos os parlamentares tanto na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) como no Plenário”, diz Danilo Cabral, que esteve presente no encontro. Ele comentou que a oposição pediu que a votação seja aberta para que a sociedade acompanhe a posição de cada parlamentar, que o procurador-geral Rodrigo Janot faça a defesa de sua peça na Câmara e que a votação em Plenário não ocorra durante o período do recesso.
“Nós defendemos que o Parlamento não pare num momento de crise como este, mas também acreditamos que a votação não deva ocorrer durante o período da suspensão do recesso, pois pode parecer que a Câmara esteja querendo facilitar a rejeição da denúncia”, explica. Ao chegar à Câmara, a denúncia será analisada pela CCJ, em seguida, o relatório votado pelo colegiado será encaminhado ao Plenário.
Suplente da CCJ, Danilo Cabral faz eco à posição do PSB que defende a renúncia do presidente Temer como forma de estancar a crise nacional. “Esta é apenas a primeira denúncia que deve chegar à Câmara, são esperadas mais duas – obstrução ao trabalho da justiça e formação de quadrilha. Não podemos continuar nessa paralisia que vive o País, a melhor saída seria a renúncia do presidente”, frisa.
Foto: Chico Ferreira