Em três anos de gestão, o Governo Paulo Câmara já gastou mais de R$ 120 milhões com a Arena Pernambuco. Foram R$ 53,7 milhões em 2015; R$ 47,09 milhões em 2016, e R$ 22,07 milhões até outubro deste ano, totalizando R$ 122,9 milhões desembolsados com o equipamento. A conta, no entanto, deve ficar ainda maior, segundo o portal de monitoramento da execução orçamentária do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), onde está registrado ainda um saldo de R$ 10,9 milhões a pagar neste exercício.
Para o deputado Silvio Costa Filho (PRB), responsável pelo levantamento, os números revelam a falta de critérios nos gastos do governo. “Devemos encerrar o ano com mais de R$ 30 milhões gastos com a Arena, enquanto faltam medicamentos nos hospitais e os salários dos médicos da UPAE de Garanhuns estão atrasados há quatro meses. Isso sem falar nas 1.500 obras paralisadas no estado de Pernambuco, como aponta o próprio TCE”, comparou o deputado, destacando a inversão de prioridades do governo Paulo Câmara.
“Este ano já visitamos mais de 60 cidades em nove microrregiões de Pernambuco e em todas elas encontramos obras paradas ou abandonadas, a exemplo das UPAEs Carpina e Palmares, das barragens da Mata Sul, Hospital São Sebastião e o complexo da Polícia Científica em Caruaru. Governar é eleger prioridade e essas obras deveriam ser as prioridades do governo, não um equipamento onde são realizados apenas seis jogos por ano e algumas recreações nos fins de semana”, criticou Silvio.
Quando decidiu romper unilateralmente o contrato com a Odebrecht, o Estado de Pernambuco se comprometeu a pagar R$ 246,8 milhões a título de ressarcimento pelos bens reversíveis e ressarcimento de investimentos. No entanto, a construtora cobra uma diferença de R$ 149,4 milhões que não teriam sido acatados pelo Estado, o que se for confirmado pode representar ainda menos investimentos em saúde, educação e segurança.
Silvio lembra que este mês se completam 18 meses desde que o Estado decidiu romper unilateralmente o contrato com a Odebrecht e prometeu realizar nova licitação para gestão do estádio. “O prazo para conclusão do estudo de viabilidade técnica, jurídica e econômico-financeira encomendado pelo Estado encerrou em outubro e deveria ter sido seguindo pelo Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) das empresas interessadas. O que aconteceu? Não houve nenhum interessado? Por que o silêncio do governo? Peço que o governador e os responsáveis pela gestão da Arena apresentem os resultados e prestem contas aos pernambucanos”, cobrou o parlamentar.
Despesas com a Arena de Pernambuco – 2015, 2015 e 2017
TIPO DE DESPESA |
2015 |
2016 |
2017 |
TOTAL |
COA Ordinária |
R$ 3.304.105,00 |
R$ 3.061.340 |
– |
R$ 6.365.445,00 |
COA Adicional |
– |
– |
– |
– |
RIO |
R$ 50.400.000,00 |
R$ 8.750.000,00 |
– |
R$ 59.150.000,00 |
Parc. Rescisão |
– |
R$ 27.952.973,51 |
R$ 19.031.320,00 |
R$ 46.984.293,00 |
Reg. das contas de pagamentos |
– |
R$ 3.041.627,49 |
– |
R$ 3.041.627,00 |
Gestão e Manutenção |
– |
R$ 4.278.540,82 |
R$ 3.041.738,90 |
R$ 7.320.278,00 |
TOTAL |
R$ 53.704.105,00 |
R$ 47.084.482,40 |
R$ 22.073.058,00 |
R$ 122.861.644 |
Fonte: Portal da Transparência de Pernambuco (www.transparencia.pe.gov.br)