Região onde Lula será julgado terá 150 câmeras, bloqueio aéreo e atiradores

O julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quarta-feira (24) em Porto Alegre terá reforço na segurança com atiradores de elite, cerca de 150 câmeras e bloqueio aéreo no perímetro de isolamento definido pelas autoridades no entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na área central da cidade.

Outras câmeras de segurança farão o monitoramento em três plataformas de observação elevada. Ao confirmar a presença de atiradores de elite, o secretário estadual de Segurança Pública, Cezar Schirmer, disse que prefere chamar os profissionais de “observadores”. A informação é do G1.

Pelas águas do Guaíba, também haverá segurança naval, perto da orla.

O perímetro de segurança abrange as avenidas Augusto de Carvalho, Loureiro da Silva e Edvaldo Pereira Paiva. O TRF-4 fica na Rua Otávio Francisco Caruso da Rocha, em frente ao Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Ainda não há horário definido para a liberação total do trecho.

O anúncio foi feito na manhã desta segunda (22) pelos integrantes do Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que reúne autoridades de trânsito e segurança como Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal e Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC).

No perímetro de segurança, só entrarão pessoas credenciadas a partir do início do bloqueio pelas forças de segurança. Todos terão de se identificar. As interdições serão delimitadas com gradil e efetivo de policiais – não foi divulgado o número total.

Alguns órgãos públicos situados na região não terão expediente já entre terça (23) e quarta (24). É o caso da Câmara Municipal, Receita Federal, Justiça Federal e Incra. A medida atende a um pedido da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP). O atendimento será retomado na quinta-feira (25).

Também ficou estabelecida a limitação do trânsito de veículos na Avenida Evaldo de Pereira Paiva, entre a Rótula das Cuias e o Estádio Beira-Rio. Na última sexta-feira (19), foi assinado um acordo que prevê que o Anfiteatro Pôr do Sol, às margens do Guaíba, seja a área destinada ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e demais apoiadores de Lula. Os manifestantes já ocupam o local, que fica a cerca de 1km do TRF-4.

Por ali, será permitido acesso de ônibus e caminhões para estacionamento, embarque e desembarque de pessoas, e carga e descarga de material.

A partir das 5h de quarta (24), haverá bloqueio na Avenida da Legalidade no acesso a Avenida Mauá, na chegada a Porto Alegre. O fluxo será desviado por outros acessos para o Centro da cidade.

Haverá também bloqueios no bairro Moinhos de Vento, onde é planejada outra manifestação no dia do julgamento. “No Parque Moinhos de Vento, a partir das 18h, tem uma solicitação de interdição da Goethe entre Mostardeiro e Dona Laura”, informou o secretário, sem divulgar muitos detalhes. Esse pedido é do Movimento Brasil Livre (MBL).

Todos os desvios para os bloqueios já estão determinados e haverá orientação aos motoristas, com agentes da EPTC.

Linhas de ônibus também sofrerão alterações em seus itinerários. A EPTC, porém, ainda não divulgou a tabela.

Helicópteros e atiradores de elite

Não foi divulgado o custo da operação de segurança e o efetivo envolvido. Mas segundo o secretário Cezar Schirmer, o esquema contará com policiais militares, sendo que alguns foram deslocados do interior e do Litoral Norte para reforço, a pé, a cavalo e distribuídos em viaturas, além de helicópteros e atiradores de elite, que ficarão posicionados no topo dos prédios.

“Faz parte de qualquer processo de prevenção. O atirador de elite, na verdade, é um observador. Não vai lá para dar tiro, ele é um observador do espaço físico em partes mais altas. Se me permitir, vou trocar essa expressão de atirador de elite para observador”, explicou Schirmer.

As autoridades informaram que, na cidade, existem em torno de 1 mil câmeras de segurança, sendo que na região monitorada para o julgamento há cerca de 150 equipamentos.

“A cidade vai funcionar normalmente. Nossa missão é preservar a ordem pública, e manter também o funcionamento do TRF-4. Trabalhamos com planejamento antes, durante e após o evento”, disse o comandante da Brigada Militar, coronel Andreis Silvio Dal’Lago.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *