Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã. A principal reivindicação é que a estatal volte atrás nas mudanças que pretende fazer no plano de saúde dos empregados. Hoje, os funcionários pagam um percentual das despesas do plano apenas quando o usam. Os Correios querem descontar dos salários um percentual fixo para manter o benefício, além da coparticipação. Reajustes salariais não são alvo da paralisação.
Segundo Inês Capelli, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios, 21 estados mais o Distrito Federal aderiram à greve. Ficaram de fora Amapá, Amazonas, Roraima e Sergipe. No Piaí, haverá assembleia amanhã para decidir sobre a greve.
Funcionários e empresa assinaram acordo coletivo mantendo o plano de saúde da forma que é hoje em agosto de 2017. Segundo Inês, os Correios recorreram ao Tribunal Superior do Trabalho para tentar uma conciliação em torno de uma nova proposta, prevendo a cobrança de mensalidades. O julgamento sobre o caso será hoje. A proposta do TST é que os funcionários arquem com 25% do valor do plano, incluindo dependentes (cônjuges e filhos). Pais e mães seriam excluídos, considerando um período de transição.
Ainda não há informações sobre eventuais exigências de percentual mínimo de operação a ser mantido. Na última paralisação do tipo, no ano passado, a Justiça determinou que a estatal mantivesse 80% do seu pessoal efetivo trabalhando. Os Correios têm ceca de 106 mil funcionários em todo o país.
Além das alterações no plano de saúde, a categoria reivindica melhores condições de trabalho. De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Telégrafos (Fentect), os servidores da estatal recebem, em média, R$ 1.600 por mês, que seria o menor salário entre as empresas públicas e estatais.
A federação também critica a extinção do cargo de Operador de Triagem e Transbordo (OTT), que considera importante para o fluxo postal interno. Segundo a entidade, a medida foi tomada para facilitar a terceirização na empresa. “Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de 2500 agências próprias, por todo o Brasil”, destaca a nota da Fentect.
O Globo