Alvo de duas representações no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após afirmar que a vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros na semana passada, “estava engajada com bandidos”, a desembargadora Marilia de Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), vem recebendo críticas nas redes sociais sobre posts antigos publicados em seu perfil no Facebook. Além de questionar a capacidade de uma professora com síndrome de Down, a magistrada fez uma publicação, em 2015, na qual ela critica mobilizações contra o assédio sexual e em favor dos direitos das minorias.
Após difamar Marielle usando informações falsas, a desembargadora virou alvo de protestos pelo país. Ela argumentou, porém, que escreveu como cidadã, reconhecendo que foi precipitada ao se basear apenas no texto de uma amiga para basear suas palavras. Muitos internautas questionaram tal posicionamento por parte de uma servidora da Justiça. Por conta da polêmica, posts antigos da magistrada estão recebendo dezenas de compartilhamentos e comentários contrários a suas posições.
“Assédio sexual é o quê? Paquera no trabalho???? Francamente!!!! Será que não temos nada mais importante pelo que lutarmos???? Uma pia de louça para lavarmos???”, escreveu Marilia, em postagem de 2015 na rede social, que contava com 48 compartilhamentos até a manhã desta terça-feira.
Na publicação, a magistrada questionou o que seriam as chamadas “minorias” e ressaltou que as mulheres, por exemplo, eram numericamente superiores aos homens — apesar de a definição dizer respeito a minorias políticas. Marilia ainda criticou o “amplo conceito de inclusão social” e ironizou iniciativas de trabalho nesta área.
“Até onde se sabe, numericamente somos (as mulheres) maioria, o que não impede a politicamente correta Lei Maria da Penha de ser covardemente utilizada contra o homem nas relações conjugais – ou semelhante. E a inclusão social???? Existe conceito mais amplo??? Qualquer coisa se encaixa nesse amplo portal onde se locupletam todos os que desejam arrecadar fundos para executar esse relevante ‘trabalho social’…..”, desabafou.
A magistrada também questionou o conceito de social democracia. Ela disse, à época, “custar a crer que seres letrados sequer considerem a existência disso”. Para Marilia, ou é social ou é democracia porque “socialistas veneram a ditadura”.
“Se pensarmos bem, esses conceito abertos, palavras de ordem vazias, todas bem amparadas no politicamente correto da moda, escondem apenas uma intenção: a de se locupletar sem muito trabalho…. Quem quer mudar a sociedade acorda cedo e vai produzir, não fica nas redes sociais discutindo besteira!!!!! #prontofalei”, decretou a magistrada.
O Globo