Paulo Câmara foi reeleito governador de Pernambuco. Ele teve 50,70% dos votos válidos, num total de 1.918.219. O segundo colocado foi Armando Monteiro (PTB), com 35,99% – numericamente, 1.361.588 votos.
Dani Portela, do PSOL, chegou a 4,97% dos votos válidos – 188.087. Julio Lossio (Rede) somou 4,67% (176.492). Maurício Rands (Pros), 3,43% – 129.712 , e Simone Fontana (PSTU), 0,24 (9.067 votos).
Campanha
Durante toda a campanha eleitoral, a principal estratégia governista foi carimbar Monteiro como integrante da “turma do Temer”. A fórmula foi usada repetidamente no programa eleitoral, em debates e nos principais discursos.
Armando Monteiro, que votou contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), tinha em seu palanque dois ex-ministros do presidente Michel Temer (MDB): Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB).
A vitória de Paulo Câmara começou a ser traçada após acordo nacional entre PT e PSB, que conseguiu evitar a candidatura de Marília Arraes (PT), considerada bastante competitiva, em troca da neutralidade do partido do governador na disputa presidencial para isolar Ciro Gomes (PDT).
Câmara apoiou o impeachment de Dilma e votou em Aécio Neves (PSDB) no segundo turno da eleição de 2014. Mesmo assim, contou com o apoio formal do PT em Pernambuco e fez uma campanha explorando a imagem do ex-presidente Lula, preso em Curitiba.
O governador eleito chegou a dizer, durante o processo eleitoral, que estava arrependido de ter apoiado a retirada de Dilma do poder. “No contexto histórico, me arrependo sim.” Entre as principais promessas de campanha, destacam-se pagamento de 13º do Bolsa Família, crédito popular de até R$ 3.000 e implementação do ProUni Pernambuco.
Os principais desafios de Câmara na sua segunda gestão são geração de emprego e redução da violência. Em 2017, Pernambuco registrou 5.426 assassinatos, o maior número já contabilizado na história do estado. Em 2018, experimenta dez meses seguidos de redução da taxa de homicídios.
Paulo Câmara, 46, é casado com a juíza estadual Ana Luiza Câmara e tem duas filhas. Servidor público há 25 anos, fez carreira como auditor do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). Foi secretário de Administração, Turismo e Fazenda durante gestão do ex-governador Eduardo Campos, que era seu principal padrinho político.
Em 2014, foi escolhido por Eduardo Campos, morto em acidente aéreo durante a campanha presidencial daquele ano, para ser o candidato ao governo de Pernambuco. Derrotou Armando Monteiro também no primeiro turno e conseguiu ser o governador mais bem votado do país, com 68% dos votos.