Mais um caso de agressão por motivações políticas veio à tona nesta quarta-feira (10). Em post nas redes sociais, a produtora Érica Colaço denunciou violência contra uma amiga também produtora Paula Pinheiro Ramos Pessoa Guerra, 37, em um barno bairro do Arruda, na Zona Norte do Recife, no último domingo (7), dia do primeiro turno das eleições 2018.
A vítima, que utilizava bottons e adesivos em apoio ao candidato Ciro Gomes e ao movimento #EleNão, foi espancada por uma mulher, enquanto três homens imobilizaram os garçons do local e uma pessoa que a acompanhava.
De acordo com Érica, os agressores seriam apoiadores de Bolsonaro e iniciaram uma discussão no bar. “Depois começaram a ameaçar com uma arma, então ela fez um vídeo e me enviou mostrando quem eram, depois disso perdi contato com ela e soube hoje que eles a atacaram covardemente”, diz o post, que mostra fotos da produtora com vários hematomas no rosto e um grave ferimento no braço. Paula contou à reportagem da Folha de São Paulo que fraturou o rádio,osso do antebraço, e teve de passar por uma cirurgia na noite do último domingo.
Em outra publicação nas redes sociais, a filha da vítima diz que o braço direito da produtora foi quebrado pelos agressores. Ainda de acordo com o post, os garçons do bar tiveram que abrigar a produtora dentro da cozinha do estabelecimento enquanto ela ligava para a polícia, mas sem sucesso. “Imagine se eles tivessem uma arma? Eles falaram, com todas as letras:’eu vou te matar’, não conseguiram, mas poderiam”, diz a filha.
A servidora pública da Fundação Joaquim Nabuco conta que estava com adesivos colados na camisa do candidato Ciro Gomes (PDT) e da candidata ao governo de Pernambuco Dani Portela (PSOL). Também havia bottons com as inscrições “ele não” e “lute como uma garota”. “Fui ao bar, que frequento há muito tempo, para acompanhar a apuração. Gosto muito de política.
Antes da confusão, chegamos a conversar com eleitores de Bolsonaro normalmente”, explicou. “Foi tão agressivo que eu filmei com o meu celular. Depois, fui para a minha mesa. Uma mulher que estava com eles se dirigiu a mim, mandou eu levantar e já me deu um murro no rosto. Caí no chão e comecei a ser espancada. Só a mulher me agrediu. Entrei em pânico”, diz.
Em seguida, de acordo com Paula, outros três homens que acompanhavam a agressora imobilizaram os garçons. “A pessoa que estava comigo também foi imobilizada. A mulher, após várias agressões, estourou o meu celular no chão. Eu não lembro direito de tudo o que ocorreu porque fui muito agredida“, conta.
Paula e a pessoa que a acompanhava foram trancadas pelos garçons, na cozinha do bar. Pouco tempo depois, o grupo foi embora. Na tarde desta quinta-feira (11), ela vai se reunir com a secretária da Mulher do Governo de Pernambuco, Silvia Maria Cordeiro, para cobrar investigação sobre o caso.
Fundaj
Em nota divulgada numa rede social, a Fundação Joaquim Nabuco – local de atuação da servidora espancada – afirmou que repudia qualquer tipo de violência e defende a apuração dos fatos pelas autoridades policiais e a punição dos envolvidos na agressão à servidora. A Fundaj finalizou se solidarizando com a vítima e se colocando à sua disposição.
Folha de PE.