A derrota de Geraldo Alckmin na corrida pela Presidência da República aliada à eleição de João Doria para o Governo de São Paulo pode acelerar mudanças internas no ninho tucano. Uma das hipóteses que já vem sendo ventilada nos bastidores é a realização de eleição para o comando nacional da sigla. Hoje, o PSDB é presidido por Alckmin e alguns já defendem que tirar o controle do partido de São Paulo seria uma alternativa para distensionar o clima internamente.
Com o racha estabelecido naquele Estado, atender, via acordo pela presidência, todos os lados envolvidos seria um desafio. Há diversas correntes no tucanato paulista, o que levaria algumas a saírem arranhadas. Sair de São Paulo, então, seria uma das soluções internas visando a reduzir o calor da disputa. O nome de Bruno é visto como opção que circula em todas as correntes do PSDB nacional, em todos os estados. De outro lado, dado o cenário de terra arrasada que se instalou na sigla, após a corrida presidencial, a legenda precisará de dedicação “full time”.
A pessoas próximas, Bruno já havia sinalizado não ter interesse em ocupar cargo no Governo Federal no curto prazo. Como a coluna registara, ele instalou escritório em Brasília para exercer a advocacia. Essa condição de manter-se fora de um governo Jair Bolsonaro contemplaria essa necessidade de dedicação integral para uma reorganização da legenda. Bruno tem trânsito tanto no grupo de Geraldo Alckmin e no de João Doria. Chegou a acompanhar a apuração ao lado do governador recém-eleito de São Paulo no último domingo.
Em entrevista, Doria realçou a presença do pernambucano na ocasião. Após o primeiro turno, uma discussão, em reunião reservada, levou Alckmin a sugerir que Doria o havia traído. “Traidor eu não sou”, disparou o ex-governador de São Paulo.
Após o segundo turno, Doria registrou não ter recebido telefonemas nem de Fernando Henrique Cardoso, nem de Alckmin. A temperatura interna anda elevada. E Pernambuco pode ser variável relevante nessa equação que envolve a redução de arestas internas.
Folha de PE