Em visita à Folha de Pernambuco, nesta sexta-feira (25), o prefeito de Petrolina Miguel Coelho colocou lideranças da oposição ao Governo do Estado em Pernambuco como representantes com maior trânsito com o Governo Federal, lembrando do apoio eleitoral que Bolsonaro teve durante as eleições. “Quem votou em Bolsonaro em Pernambuco foi a oposição. Bruno declarou, Mendonça declarou, os Ferreiras declararam. Então, a tendência é que a gente tenha uma aproximação. Até porque o PSB não é situação com o Governo Federal”, disse.
O trânsito que seu grupo político terá com o Governo Federal, segundo ele, também passará por algumas pontes reminiscentes do governo anterior que continuam em alguns ministérios de Bolsonaro. “Bolsonaro fez uma escolha sem conversar com muita gente, se baseou muito com as bancadas e frentes parlamentares. Mas terminou que temos relacionamento com três ou quatro ministros, relacionamento do passado”, frisou, citando os ministros Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), Tereza Cristina (Agricultura) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura). Ele também citou o minstro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
“O que vai depender para o sucesso do governo Bolsonaro é ele conseguir aprovar a pauta econômica. Isso é o que vai dar sustentação ao discurso dele”, avaliou Miguel. “O discurso dele de campanha era de acabar com mordomias e fazer o que fosse necessário para resgatar o Brasil. Ele ganhou dizendo que iria fazer as reformas. Se ele aprovar qualquer reforma da Previdência ele cumpriu com a palavra”, afirmou.
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Senadores com Paulo – Sobre o recente encontro de seu pai com os outros senadores pernambucanos e o governador, Miguel disse se tratar de uma agenda por Pernambuco, mas descartou qualquer aproximação política. “Do ponto de vista administrativo não há qualquer tensionamento, até porque todos têm que trabalhar por Pernambuco. Agora, se isso sinaliza uma reaproximação política? Zero. O senador tem compromisso com o povo pernambucano, porque é senador eleito e vai honrar os votos que recebeu em 2014. Agora alguma chance de reaproximação de nosso grupo político com o atual Governo do Estado é zero. Não tem reaproximação”, refutou.
Eleição na Câmara – Segundo ele, ao contrário da Câmara Federal, que parece estar caminhando para eleger Rodrigo Maia (DEM), no Senado o clima ainda é de “confusão”e indefinição, mas que o fato de ter dois nomes colocados coloca o MDB numa boa posição.”Bolsonaro fez um governo sem ouvir os partidos, sem ouvir a política. Qual a forma que a política tem de se proteger? segurando as Casas. É por isso que eu acho que o MDB tem isso a seu favor”, avaliou Miguel.
Governador – Sobre o recente gesto do governador de se reunir com a bancada federal, no Palácio do Campo das Princesas, o prefeito relativizou a importância do gesto, do ponto de vista político. “Não foi uma reunião de articulação. Foi muito mais uma reunião para apresentar a bancada. Qualquer governador que ganhe ou seja reeleito precisa do apoio da bancada para ter emendas. Mas ele é oposição ao governo federal. Precisamos saber se isso vai vingar [a aproximação com a bancada]. É óbvio que está todo mundo junto por Pernambuco. Eu posso falar pelo senador Fernando Bezerra que ele nunca se colocará contra as pautas de Pernambuco. Agora, além dessa pauta administrativa, tem a pauta política e, sem dúvida, o governo Bolsonaro vai querer registrar isso”, pontuou.