Pressionado pela inabilidade em fazer política, o governo Bolsonaro, ao menos no Senado, entregou a articulação para um parlamentar mais experiente: Fernando Bezerra Coelho (PE). Além do gesto em direção ao MDB, partido com maior bancada naquela Casa, o presidente buscou acalmar os ressentidos com a derrota de Renan Calheiros (AL) e cacifou um político que já vinha cumprindo a missão de interlocução governista na era Temer.
Diferentemente da franqueza desconcertante de uma nova safra de políticos novatos, Bezerra evita cair no debate retórico das polêmicas levantadas por Bolsonaro em suas redes sociais. Diz que é “matéria superada” declarações como a do vídeo obsceno do carnaval ou mesmo quando colocou as Forças Armadas no papel de optar ou não pela democracia.
Na entrevista concedida ao podcast, o líder do governo no Senado afirma que “é preciso parar de subestimar o presidente Bolsonaro” e garante que ele tem agido para construir uma base no Congresso à altura de desafios como o da reforma da Previdência. A entrevista teve a participação do repórter de ‘Política’, Vitor Marques. (Estadão).