Por volta das 9h deste domingo (26/5), manifestantes começaram a ocupar a Esplanada dos Ministérios, para participar do ato a favor do governo do presidente Jair Bolsonaro e em defesa da Reforma da Previdência. A concentração aconteceu em frente à Biblioteca Nacional de Brasília, proximo ao Museu da República, onde três trios elétricos estavam estacionados. Em frente ao Congresso Nacional também havia manifestantes nas primeiras horas da manhã. De acordo com a secretaria de Segurança Pública do DF, em boletim divulgado às 13h43, cerca de 20 mil pessoas passaram pela Esplanada em algum momento do protesto.
Trajando uniformes da Seleção Brasileira, ou camisetas estampadas com o rosto do presidente, os apoiadores do chefe do executivo federal carregam bandeiras do Brasil sobre os ombros, em um sinal de orgulho à pátria. O grupo que se reunia nas proximidades do biblioteca e do museu seguiriam em marcha até o Congresso Nacional por volta das 10, onde pretende permanecer até o meio-dia.
Em frente ao Congresso Nacional, no gramado antes da Alameda dos Estados, carros de son dão o tom do protesto. A Polícia Militar colocou homens para fazer a segurança e impedir o acesso ao prédio do poder legislativo federal. Dois bonecos infláveis foram colocados pelos organizadores do protesto. Um deles faz alusão a um deputado com os bolsos cheios de dinheiro e fantasiado de carneiro. O segundo, é uma homenagem ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, que é colocado com uma capa vermelha, simbolizando um herói.
Os militantes criticam o Supremo Tribunal Federal. Eles falam no impeachment de ministros e portam cartazes com pedidos de afastamento de deputados do Centrão. Não foi registrada nenhum tipo de confusão até a última atualização desta reportagem.
O Eixo Monumental foi fechado e a PMDF coordena o trânsito para os desvios programados. Agentes de trânsito monitoram a área, sentido rodoviária-congresso, posicionados no ponto de bloqueio, logo após a plataforma inferior.
O coordenador nacional do Movimento Ordem e Progresso, Arnoldo Lima, 48, explica que o objetivo é apoiar o presidente Jair Bolsonaro e fazer uma reprimenda ao Superior Tribunal Federal (STF). “Hoje estamos aqui para pedir postura diferente do parlamento para projeto de Brasil que a maioria dos brasileiros exigia”, declara.
“Também viemos pela conduta do STF. Há um exagero nas decisões judiciais, que estão se atendo a interesses de pequenos grupos e não da nação. Estamos aqui para reprimir essa conduta”, completa Arnoldo.
“Olê, olê, o Centrão é pior que o PT”, era o grito de ordem de um dos grupos na Esplanada. Também são entoadas cantos de protesto contra a imprensa. O deputado Kim Kataguiri, antes considerado aliado, também é lembrado, por não ter apoiado o ato.
Os participantes vêm de diversas cidades do DF. A aposentada Heloísa Matos, 48 anos, veio de Samambaia com fitas e roupas nas cores do Brasil. “Queremos mostrar para o Congresso que a gente quer que essas reformas sejam aprovadas logo”, declarou em referência à Previdência. A cabeleireira Meire Rodrigues, 54, usava uma camiseta com o rosto de Bolsonaro estampado. “Viemos dar apoio ao nosso presidente, mostrar a ele que ninguém largou da mão dele. Os eleitores dele continuam de mãos dadas com ele nas redes sociais”, declara.
Acostumada a protestos a favor do líder político brasileiro, a funcionária pública Teresa Sabóia afirmou que também apoia o ministro da Justiça, Sérgio Moro. “Eu sempre estou nas manifestações. Fui a Curitiba e agora se Bolsonaro for ao Ceará eu vou também. Precisam deixar o homem trabalhar”.
A escritora e ativista Giselle Sousa também foi uma das primeiras a chegar e declarou apoio ao pacote anti-crime de Moro e criticou os parlamentares do Congresso. Ela veio de São Paulo para o movimento. “Tenho ressalvas em relação a reforma da previdência, mas ela precisa ser aprovada para que outras propostas importantes sejam votadas”, ressalta.
A manifestação é Organizada pela União dos Movimentos de Brasília (UMB) e a coordenação espera a presença de 2 a 3 mil pessoas ao longo da manhã. Nos cálculos do grupo, a concentração reúnia, por volta das 10h30, cerca de 1000 pessoas. A Polícia Militar estima público de 600 pessoas.
Rio, São Paulo, BH…
O protesto acontece, simultaneamente, em várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo. Na capital paulista, apoiadores do governo se concentram na Avenida Paulista, região central. Por volta das 14h, manifestantes se reuniam em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e circularam por aproximadamente 8 quarteirões.
Alguns manifestantes vestem camisas verde e amarelo e carregam cartazes em defesa da reforma da Previdência, da MP 870, que reorganiza os ministérios, do pacote anticrime e da CPI da Lava Toga. Aproximadamente, cinco carros de som foram levados para o ato.
Em São José do Rio Preto, a manifestação reuniu mil pessoas, segundo a Polícia Militar. O ato aconteceu em frente ao Mercado Municipal, na região central da cidade. Em Ribeirão Preto, a PM calculou em 6 mil pessoas o público que compareceu à manifestação. Com faixas e bandeiras do Brasil, o público se concentrou no cruzamento das avenidas 9 de Julho e Presidente Vargas e saiu em marcha pelo centro. Agentes de trânsito interditaram as vias principais. Não houve incidentes. Em Campinas, o ato em defesa da reforma da Previdência e do pacote anticrime do ministro Sérgio Moro reuniu 3 mil pessoas, conforme estimativa da PM. Os manifestantes se reuniram no Largo do Rosário, região central da cidade. Até o encerramento, por volta das 13 horas, a PM não registrou incidentes.
A manifestação pró-Bolsonaro reuniu três mil pessoas, também segundo a Polícia Militar, em Bauru. Houve ainda uma carreata com 800 veículos pelas avenidas da cidade, segundo a PM. Apoio a Moro foi o mote principal, segundo Kleber Ciro, um dos organizadores.
No Rio de Janeiro, capital flumiense, onde o presidente Jair Bolsonaro (PSL) construiu a carreira política, o público que compareceu ao ato deste domingo ocupou 800 metros da Avenida Atlântica, em Copacabana. Embora as principais pautas fossem quase unânimes, havia uma profusão de pautas divergentes – muita gente pedia o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal; outros exigiam intervenção militar imediata, o fim do exame nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e até a renovação da frota de ônibus municipais de Duque de Caxias (Baixada Fluminense).
Nem a Polícia Militar nem participantes do ato divulgaram alguma estimativa de público. A maior concentração de público ocorreu ao redor do caminhão de som do Movimento Brasil Conservador, cujos integrantes fizeram homenagens ao ideólogo Olavo de Carvalho e executaram o Hino Nacional pelo menos 11 vezes. “Viva Sergio Moro, viva Damares (Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Esse é o primeiro governo em que o povo sabe o nome dos ministros”, discursou um dos líderes do grupo, emendando o coro “Ão, ão, ão, Olavo tem razão”.
(Fonte:CB)