‘Senado vai derrubar decreto das armas de Bolsonaro’, diz Humberto

Líder do PT no Senado, Humberto Costa

Um dia depois de ter votado pela derrubada dos decretos de Bolsonaro que flexibilizam as regras de posse e porte de armas no país, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o líder do PT na Casa, Humberto Costa (PE), afirmou que o presidente será derrotado também no plenário na próxima terça-feira (18), data marcada para nova apreciação do tema. Depois, a pauta segue à Câmara dos Deputados.

Por ampla maioria, 15 votos a 9, os integrantes da CCJ derrotaram o relatório do senador da base aliada do governo Marcos do Val (Cidadania-ES) favorável aos decretos do presidente da República. Humberto, que apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar a autorização de Bolsonaro para que os brasileiros possam ter até quatro armas em casa, incluindo escopeta calibre 12 e milhares de munição, criticou o Palácio do Planalto e elogiou os senadores.

“Nós, aqui no Senado Federal, somos contra esse ‘liberou geral’ de armas do governo Bolsonaro. Além dos decretos do presidente terem extrapolado a sua competência, armar a população está longe de ser a solução ao país. Muito pelo contrário: mais armas geram mais violência e mais mortes. Temos consciência que o Brasil não pode se transformar num grande faroeste”, afirmou.

De acordo com o parlamentar, o primeiro passo foi dado com “a grande vitória” obtida na CCJ contra a política da morte de Bolsonaro em benefício de quem desrespeita as leis. O senador acredita que o Congresso Nacional, agora, colocou um freio na política de destruição do presidente, que inclui a liberação total de agrotóxicos, a flexibilização das regras de segurança no trânsito e a autorização da posse e porte de armas.

Humberto lembrou que o Senado chegou a analisar, nos últimos anos, o porte de armas para categorias específicas, como de agentes penitenciários, guarda portuário e agentes de trânsito. Mas, segundo ele, os decretos de Bolsonaro são muito mais amplos, ignoram a opinião do Congresso e transformarão o país numa grande área de bangue-bangue.

“Eu não consigo compreender como pessoas da área de segurança pública, como o relator da matéria aqui na Comissão de Constituição e Justiça, conseguem defender armamento total para a população. O que será do país que tiver vereadores andando armados por aí, se reunindo com prefeitos, por exemplo? Por que político pode ter uma arma?”, questionou.

Folha de PE

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