Após a indicação do advogado Carlos Neves para o Conselho do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), as atenções se voltam para a articulação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). Isso porque, para a aprovação da escolha do governador Paulo Câmara (PSB), serão necessários 25 votos dos deputados estaduais – maioria simples. Como a Casa está em recesso seria preciso um esforço redobrado para convocar uma reunião extraordinária, antes da volta aos trabalhos legislativos em agosto. Por isso, os próximos dias devem ser de constante diálogo com os parlamentares. A expectativa é de que o governador envie ofício com a indicação, hoje, como adiantou a colunista de Política da Folha de Pernambuco, Renata Bezerra de Melo. Antes de ter o seu nome submetido ao plenário da Alepe, no entanto, Neves deve ser sabatinado pelos integrantes da Comissão de Justiça.
A própria definição do nome foi feita com uma consulta ao presidente da Casa de Joaquim Nabuco, Eriberto Medeiros (PP), que foi procurado pelo gestor estadual para uma conversa antes do anúncio da escolha – que cessa os rumores e especulações em torno de eventuais indicados, que vinham se avolumando tanto na Alepe, como no TCE-PE e nos bastidores do Governo do Estado. Hoje, inclusive, Neves deve conversar pessoalmente com Eriberto. A informação foi confirmada pelo próprio presidente do Legislativo. A costura é delicada, pois a vaga vinha sendo, inclusive, alvo de cobrança de deputados estaduais que entendiam que a cadeira que foi do conselheiro João Henrique Carneiro Campos, falecido no dia 22 de junho, vítima de um ataque cardíaco, deveria ser “devolvida” à Casa.
Procurado pela reportagem, Neves não comentou a indicação em respeito ao processo de indicação e crivo da Alepe. O gesto já sinaliza que o advogado, de família tradicional no meio jurídico, procura manter uma boa relação com os deputados. Carlos Neves já atuou como advogado do próprio governador Paulo Câmara e de nomes como o senador Jarbas Vasconcelos, em imbróglio envolvendo o comando do seu partido, o MDB.
Currículo
Com 44 anos de idade e mais de 20 anos de atuação na advocacia, Carlos Neves é mestre pela Faculdade de Direito de Lisboa, preside a Comissão Especial de Direito Eleitoral da OAB Nacional e é membro da Comissão Especial de Análise da Reforma da Previdência do CFOAB. Foi membro do Conselho Consultivo da Escola Nacional da Advocacia (2006/2008), foi professor universitário de 2003 a 2013 e diretor-geral da Escola Superior da Advocacia da OAB-PE, no triênio 2016/2018. Hoje, ministra aula de pós-graduação e palestras em todo o País.
Folha de PE