Novo pacto federativo busca reestruturar finanças de estados e municípios

“Ninguém solta a mão de ninguém” poderia ser um bom lema para definir o pacto federativo. A lógica é a de que para o Brasil estar bem, ele precisa estar bem para todos. E todos, nesse caso, são a União, os 26 estados, o Distrito Federal e os mais de 5,5 mil municípios.

O pacto federativo divide as tarefas entre eles. Por exemplo: quem cuida dos buracos na rua da sua cidade é a prefeitura; quem cuida do policiamento é o governo do estado e quem mantém as universidades federais é a União. Da mesma forma, é o pacto federativo que diz como são distribuídos os recursos para cumprir essas tarefas, e quem cobra o que do cidadão. Você paga imposto de renda para a União, IPVA para o estado e IPTU para o município. Nessa balança, sempre a União fica com a maior parte, por isso precisa redistribuir o que arrecada para que serviços prestados por estados e municípios cheguem à população.

Como o Senado busca alcançar o equilíbrio do pacto federativo — a Casa tem três representantes de cada estado e do DF, independentemente do tamanho da população — as bancadas acharam que agora, no momento em que se aprova a reforma da Previdência, é uma boa hora para acertar a quantidade de dinheiro que estados e municípios vêm recebendo, até porque muitos deles estão endividados, alguns até falidos.

O líder do governo, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), reconhece que a reforma da Previdência e o novo pacto federativo caminham no mesmo ritmo.

— Mas a aprovação da reforma não está condicionada à aprovação das medidas previstas no novo pacto federativo, cujas ações, todas elas, são importantes para melhorar a situação fiscal de estados e municípios.

Para alguns senadores, não há mais como o governo promover reformas sem mexer nas questões que têm deixado estados e municípios à míngua. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) avalia que um novo pacto federativo que traga capacidade de investimento por estados e municípios é tão fundamental quanto as reformas em discussão no Parlamento.

Já a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) entende que a pauta é a necessidade urgente de uma agenda para garantir mais recursos para os estados que estão em situação de maior vulnerabilidade, especialmente os da região Nordeste.

Numa reunião entre líderes do Senado e o ministro da Economia, Paulo Guedes, no dia 20 de agosto, ficaram definidas ações sobre o pacto federativo que podem dar aos estados, DF e municípios algo em torno de R$ 500 bilhões nos próximos 15 anos. Fernando Bezerra conta que, para isso, o governo trabalha em duas frentes: a divisão das receitas e a flexibilização orçamentária.

— O primeiro eixo reúne um conjunto de medidas que levam o governo federal a repartir receitas novas, algumas oriundas da exploração do petróleo, para que estados e municípios melhorem a situação fiscal e recuperem a capacidade de realizar investimentos. O segundo eixo prevê desvinculação, desindexação de despesas com pessoal e desoneração dos orçamentos públicos — explica o líder do governo.

Fonte: Agência Senado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *