Os procuradores da antiga equipe de Rodrigo Janot no Ministério Público Federal se dizem “atônitos” com a revelação feita pelo ex-procurador-geral da República na semana passada. Janot contou que entrou armado no Supremo Tribunal Federal (STF) com a intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e se suicidar em seguida.
Segundo esses ex-auxiliares ouvidos pelo blog do Matheus Leitão, Janot se “isolou” e perdeu a proximidade com os procuradores que compunham sua equipe, após deixar o posto de chefe do MPF. Esses investigadores relatam que ninguém teve acesso ao livro “Nada menos que tudo”, com suas memórias, para orientá-lo sobre como lidar com o assunto.
Apesar de o nome do magistrado não ter sido revelado na obra, em entrevista aos jornais “O Estado de S. Paulo” e “Folha de S.Paulo”, e à revista “Veja”, na quinta-feira (26), o ex-PGR disse que se tratava de Gilmar Mendes.
Após deixar o cargo à frente do órgão, Janot voltou a ser subprocurador-geral da República e, em abril deste ano, se aposentou – passando a advogar na área de compliance.
Na última sexta-feira (27), um dia após as declarações de Janot, o ministro Gilmar Mendes pediu para o STF retirar o porte de arma do ex-PGR. A arma foi apreendida em ação da Polícia Federal.
Na avaliação dos procuradores da antiga equipe de Janot, contudo, o STF exagerou na forma como conduziu a operação. A Associação Nacional dos Procuradores da Republica (ANPR) também divulgou uma nota, na sexta-feira (27), criticando a ação.
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