Depois de 15 meses, deputado federal Pastor Eurico (Patriota-PE) rompeu o silêncio e voltou a atacar o cartel dos cegonheiros. Dessa vez a manifestação ocorreu por escrito, via ofício encaminhado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. No material, já anexado ao processo administrativo aberto pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para investigar denúncias de cartelização no transporte de veículos novos, o parlamentar reúne uma série de documentos que, segundo ele, comprovam a existência de uma organização criminosa que controla o setor.
A última fala do parlamentar contra o cartel dos cegonheiros foi registrada pelo site Livre Concorrência em abril de 2018, na cerimônia de filiação dele ao partido Patriota. Desde então, Pastor Eurico optou pelo silêncio.
Da tribuna da Câmara dos Deputados, Pastor Eurico chegou a comparar o grupo Sada a JBS, em alusão ao monopólio e ao esquema bilionário de pagamento de propina a políticos por executivos do maior frigorífico do Brasil. Baseado em inquérito da Polícia Federal, o parlamentar também acusou Vittorio Medioli, dono do grupo Sada, de ser o chefe da quadrilha que controla o setor.
As críticas lhe renderam ações na Justiça. No Supremo Tribunal Federal (STF), Medioli acusou Pastor Eurico de ter praticado delito de calúnia. A relatora do processo, ministra Rosa Weber, rejeitou a queixa-crime, em março de 2018.
Transitada em julgado
Em julho de 2018, Medioli protocolou na Comarca de Betim, cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte, nova queixa-crime contra o deputado. A ação subiu para o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e chegou ao Supremo, onde a ministra Rosa Weber novamente arquivou o pedido, por entender que “as declarações tidas por ofensivas estão amparadas pela imunidade parlamentar”. Em 17 de setembro, a ação foi considerada transitada em julgado. A expressão é usada para decisões ou acórdãos judiciais dos quais não se pode mais recorrer.
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