A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aguarda na manhã desta sexta-feira, 8, uma audiência com a juíza federal Carolina Lebbos, responsável pelas decisões a respeito da execução penal de Lula, para pedir sua soltura imediata após o Supremo Tribunal Federal (STF) vetar a execução de pena após condenação em segunda instância. A expectativa é que o exame de corpo delito, trâmite obrigatório para a libertação de um preso, seja feito ainda nesta sexta-feira. O ex-presidente se reuniu com advogados na carceragem da Polícia Federal menos de 24 horas após decisão do Supremo.
A militância do partido já começa a se avolumar em frente à Polícia Federal em Curitiba, onde Lula está preso desde abril de 2018. A ideia é que o petista, uma vez solto, agradeça os apoiadores que se revezaram em vigílias no local desde sua prisão. Está previsto também um grande ato no Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, berço político de Lula, na manhã deste domingo, 10, caso seja solto. O ex-presidente teria pedido alguns dias de descanso após sair da prisão antes de definir quais serão seus próximos passos. A ideia é organizar uma caravana com início por cidades do Nordeste do país.
O novo entendimento do STF beneficiou diretamente o ex-presidente, que foi preso após condenação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a segunda instância da Justiça Federal.
Apesar de ter recusado a progressão de pena para o regime semiaberto – quando o preso conquista o direito de sair da cadeia durante o dia -, ao qual já tem direito, Lula utorizou a defesa a pedir a sua liberdade imediata. Mas tanto a defesa quanto a direção do partido insistem que o mais importante é o julgamento do habeas corpus apresentado ao STF que pede a suspeição do então juiz Sergio Moro, responsável pelos julgamentos em primeira instância da Operação Lava Jato – se o Supremo concordar com a tese, todo o processo referente ao tríplex do Guarujá, que levou o ex-presidente à prisão, será anulado e ele poderá inclusive recuperar sua elegibilidade e voltar a ser candidato.
Por esse motivo, o clima na cúpula do partido é de cautela em relação à provável soltura do ex-presidente. Estão previstos ao menos dois atos caso isso ocorra, um em Curitiba para que Lula agradeça as vigílias em frente à PF organizadas pela militância e outro em São Bernardo do Campo, berço político de Lula.
(VeJa)