A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) deflagrou nesta sexta-feira (3) nos municípios de Dormentes e Petrolina, no Sertão do São Francisco, a ‘Operação Xeque Mate’. O objetivo é fechar o cerco aos crimes cibernéticos praticado contra seis vítimas em Dormentes, entre eles funcionários públicos efetivos e dois representantes do Legislativo Municipal.
De acordo com a PCPE, a investigação teve início em meados agosto de 2019, a partir da criação de um e-mail (dormentada@outlook.com), no dia 24/08. No dia seguinte, nasceu o perfil Coxinha_Cabueta_Dormentes.
Em aproximadamente 30 dias a equipe de investigação nomeada para elucidação do caso identificou o local de criação, horário, IP (em inglês, Internet Protocol, responsável por endereçar e encaminhar os pacotes que trafegam pela rede mundial de computadores) e cadastro do servidor. Um dos manipuladores do perfil, na realidade, era responsável por alimentar a página do Instagram com informações difamatórias, caluniosas e injuriosas contra as vítimas.
No decorrer dos dias o responsável por alimentar o perfil passou a mesclar críticas políticas (as quais não eram o alvo da investigação) com os crimes, fazendo isso por quatro meses. Ao longo deste período foi identificado que a motivação das condutas criminosas eram políticas, já que havia mensagens com esse teor atacando aliados do governo municipal. A investigação chegou a um empresário do ramo automotivo na cidade, que seria responsável por atualizar do seu celular o perfil Instagram Coxinha_Cabueta_Dormentes – um dos alvos da operação.
Medidas
Na operação foram apreendidos celulares, computadores, equipamentos do uso de transmissão de sinal de internet e remédios diversos (no supermercado). Além do manipulador do perfil ainda está sendo investigado outras pessoas, que se associarem a mais de três responderão ao crime de Associação Criminosa, além dos crimes de calúnia, injúria e difamação em sua forma continuada. Existe a possibilidade de representação pela prisão temporária, com a identificação dos outros responsáveis pelas condutas criminosas, caso a investigação perceba alguma manobra para apagar provas ou haver risco de fuga.
Já os proprietários de provedores que deixaram de responder a requisições da autoridade policial serão responsabilizados criminalmente. A operação foi coordenada pelo delegado Ronaldo Luz Dantas, que responde pelas delegacias de Afrânio e Dormentes. Ele contou com o apoio da 26ª Delegacia Seccional (DESEC).
Blog do Carlos Britto