Na noite deste sábado, 11, aproximadamente às 19h50min, mais um caso de feminicídio foi registrado na cidade de Petrolina, Sertão de Pernambuco. Dessa vez a vítima foi Kezzia Homeilly de 32 anos, residente no bairro Jardim Amazonas, ela foi atingida por 14 golpes de faca, tipo peixeira, desferidos pelo seu companheiro, na rua 08.
Após o crime bárbaro o assassino ficou sentado na calçada da casa, demonstrando imensa frieza após o crime que acabara de cometer e não esboçou reação de fuga.
Kezzia era professora de educação infantil e deixou três filhos: duas meninas e um menino.
O feminicídio é um crime de ódio motivado por questões de gênero, ou seja, o sujeito mata a companheira apenas por ser mulher Lei 13.104/2015.
Em 2019 os registros de feminicídios tiveram um aumento de 7,3% A média é de uma mulher morta a cada 7 horas no país. Em algumas cidades no Brasil, mulheres têm mais chances de morrer por agressão do que por câncer. Esses dados revelam o quanto o machismo ameaça a vida das mulheres cotidianamente, banaliza a violência de gênero e enconraja os homens a cometerem crimes ao mesmo tempo que culpabilizam as vítimas.
A brutalidade do crime cometido na noite de ontem, aqui em Petrolina, não corresponde a forma como o criminoso se comporta na calçada de sua rua. O que assegura seu aspecto tranquilo são comportamentos culturais fundados no patriarcado e que ainda não foram enfrentados com a devida seriedade pelo poder público, que ainda tem pouquíssima representatividade feminina.
Kezzia ser uma jovem negra, a inclui na estatística que coloca as mulheres negras, periféricas como maiores vítimas da violência doméstica, mais de 60% das mulheres assassinadas no Brasil são negras, apontando ainda o recorte de raça e classe que precisa nortear o combate à violência contra a mulher.
É urgente que os governos priorizem o fim da violência contra à mulher, investindo na produção de dados, elaborando políticas públicas de proteção e de subsistência das mulheres que são diariamente violentadas.
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