Ministros do STF e parlamentares reagem à presença de Bolsonaro em protesto com pedidos de intervenção militar

O presidente Jair Bolsonaro discursa para apoiadores em Brasília Foto: Pedro Ladeira/Folhapress / Agência O Globo

RIO e BRASÍLIA – A presença do presidente Jair Bolsonaro em um protesto em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, gerou reações de autoridades ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e parlamentares . No ato, os manifestantes utilizaram cartazes e gritos de ordem para expressar demanda inconstitucionais, como uma intervenção militar, o fechamento do Congresso e do STF e um novo AI-5, ato que marcou o início da fase mais violenta da ditadura militar. Entre os principais pedidos estava também a retomada de atividades econômicas não-essenciais, interrompidas por prefeitos e governadores como forma de combater o avanço do novo coronavírus.

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O incômodo com o episódio ficou evidente em mensagens publicadas nas redes sociais pelos ministros do Supremo Marco Aurélio Mello e Luis Roberto Barroso, recém-eleito para presidir o Superior Tribunal Eleitoral (TSE). Também se manifestaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e os governadores João Doria (SP), Wilson Witzel (RJ), Flávio Dino (MA), Camilo Santa (CE) e Rui Costa (BA). Além desses, outros governadores assinaram uma carta em defesa do Congresso e contrária às manifestações recentes de Bolsonaro.

Houve ainda falas de senadores e deputados, incluindo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele afirmou que, além da ameaça do coronavírus, o Brasil tem que lutar contra o autoritarismo. Ao repudiar “todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição”, Maia afirmou que os pedidos por intervenção militar estimulam a desordem e flertam com o caos. Na concepção dele, o país não tem tempo a perder com retóricas golpistas”.

O PSDB, partido de FH e Doria, se expressou por meio de nota assinada pelo presidente da sigla, Bruno Araújo. O PSL, antigo partido de Bolsonaro, também se manifestou. Houve ainda manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio de seu presidente Felipe Santa Cruz.

Além de ter se encontrado com os manifestantes, que estavam aglomerados e contrariavam recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, Bolsonaro discursou para eles e depois reproduziu um vídeo da reunião nas redes sociais. Em um dos trechos, é possível ver uma das faixas com pedido de intervenção militar. Hoje, 19 de março, é comemorado o Dia do Exército.

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O ministro Marco Aurélio disse ao GLOBO que o ato é uma atitude de “saudosistas inoportunos”:

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