A Gerência-Geral de Medicamentos e a Coordenação de Inspeção e Fiscalização de Insumos Farmacêuticos da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendaram a aprovação do uso emergencial da vacina Coronavac, da farmacêutica Sinovac, produzida pelo Instituto Butantan, e da vacina de Oxford/AstraZeneca, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
A recomendação aconteceu durante a reunião que vai decidir pela aprovação ou não das vacinas. O encontro segue em andamento.
Essa foi a recomendação de duas das três áreas técnicas da Anvisa. Mais um área ainda deve apresentar seu parecer: a Gerência-Geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária.
Coronavac
Gustavo Mendes Lima listou incertezas sobre a Coronavac, dizendo, por exemplo, que os dados entregues pelo Butantã não permitem avaliar a eficácia e segurança da vacina no longo prazo, e sobre o poder do imunizante para proteger idosos. Porém, recomendou o uso.
“A situação que nós estamos vivendo é de muita preocupação, de muita tensão por conta dos insumos necessários para o enfrentamento da doença, por isso, a Gerência-Geral de Medicamentos recomenda a aprovação do uso emergencial da Coronavac”, disse Lima.
Para ele, a recomendação está condicionada a um monitoramento e ao acompanhamento da vacina, além de reavaliação periódica. “A nossa recomendação é que se a gente não olhar com muito cuidado e de maneira muito próxima em como vai ser o desempenho dessa vacina ao longo do tempo, nós temos um risco de não conhecermos a eficácia real com dados robustos.”
Oxford/AstraZeneca
Sobre a vacina de Oxford em parceria com o laboratório AstraZeneca, Lima também disse que a área técnica recomenda o uso, porém, com acompanhamento periódico.
“Também, com a mesma perspectiva, tendo em vista o cenário da pandemia, o aumento do número de casos e ausência de alternativa terapêuticas. A Gerência-Feral de Medicamentos recomenda o uso emergencial, condicionada ao monitoramento de incertezas apontados e a uma reavalição períodica”, afirmou.
Reunião segue em andamento
A reunião que decidirá sobre a aprovação ou não das vacinas para uso emergencial segue em andamento. Cinco diretores da Anvisa participam da reunião. Para aprovação, são necessários ao menos três votos a favor do uso emergencial.
(Com Estadão Conteúdo)