Em entrevista na manhã da última quarta-feira (10) à rádio Zero Hora, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou que tenha humilhado o ex-juiz e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, em seu voto na decisão da segunda turma da corte, que confirmou o direito da defesa do ex-presidente Lula ter acesso aos áudios da Vaza Jato apreendidos pela Polícia Federal durante a Operação Spoofing.
Indagado sobre suposta humilhação a Moro, Mendes disse ter “pena” do ex-juiz.
“Ele é uma figura que me causa pena. Eu não sei qual desfecho as instituições darão a esse imbróglio. É muito fácil fingir que não houve nada. Como os tribunais vão explicar que tenha acontecido isso nas barbas deles? Nós todos erramos”, afirmou.
Mendes afirmou ainda que Moro atua como “um tipo de chefia” dos procuradores da Lava Jato, comandados por Deltan Dallagnol.
“Era um tipo de chefia, não escrita, virtual. Ele era consultado. Ele [Moro] reclamava de ações que eles [procuradores] tinham feito, como um chefe faz com relação a seus subordinados. Só que não há essa relação entre MP e juiz. Portanto, é uma nova atribuição que se estava dando ao direito”, disse, que afirmou ainda que “desde que comprovada [a parcialidade de Moro], poderá ocorrer anulação [de processos].