Conforme a Coluna Fala PE antecipou em várias publicações, o retorno do senador Fernando Bezerra Coelho à Frente Popular é, sim, uma possibilidade mais do que plausível. A mensagem ficou bem clara na foto em que FBC apareceu junto ao prefeito do Recife, João Campos, tirada, ontem, em Brasília, e amplamente divulgada na Imprensa pernambucana. O assunto do encontro pouco importa. O que vale é o simbolismo do registro, indicando que uma chapa com o sertanejo na vaga para o Senado não é um devaneio.
O grande problema é que um eventual retorno de FBC à Frente Popular para compor a chapa com o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, para governador, implicaria na retirada do seu próprio filho, o prefeito Miguel Coelho (Petrolina), da corrida pelo Palácio do Campo das Princesas. Seria Bezerra Coelho capaz de sacrificar a candidatura do próprio rebento em benefício próprio?
Uma coisa é fato: uma chapa com Geraldo e FBC, mais um vice do Agreste, seria praticamente imbatível, com excelente potencial eleitoral, do Sertão ao Recife, cidade já governada duas vezes pelo socialista. Principal articulador da oposição, FBC, também enfraqueceria muito o grupo caso opte por regressar ao bloco comandado pelo PSB. Certamente, o senador teria o aval do seu partido, o MDB, nesse movimento.
Nos bastidores, contudo, se afirma que o governador Paulo Câmara, que vai conduzir a sua sucessão, já teria dito a correligionários que FBC esticou muito a corda; e que uma composição agora estaria descartada. Pesa contra Fernando sua ligação com presidente Jair Bolsonaro, de quem é líder no Senado. Mas se bem que, quando querem, os políticos acham ou fabricam os mais variados argumentos para justificar uma mudança de lado. Na política de hoje, vale menos a ideologia e muito mais pragmatismo. E isso tanto o PSB quanto FBC são bastante.
Fala PE