Julho é o mês escolhido pelo Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) e diversas organizações de saúde para chamar atenção da população sobre o câncer de cabeça e pescoço, termo utilizado para o conjunto de tumores que se manifestam na face, boca, laringe, faringe, glândulas parótidas, glândulas salivares, tireoide, e ossos da cabeça e pescoço. A campanha denominada “Julho Verde” reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce desses cânceres, que historicamente estão ligados ao consumo do tabaco e álcool, má condição de higiene oral, infecção pelo HPV (papiloma vírus humano) e exposição ao sol.
Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) de 2020, 36.620 novos casos de câncer de cabeça e pescoço devem ser registrados no Brasil, sendo 15.190 novos casos de câncer de cavidade oral, também conhecido como câncer de boca (quinto tipo de câncer mais incidente em homens), outros 13.780 de tireoide (quinto tipo de câncer mais incidente em mulheres) e 7.650 de laringe.
O diagnóstico precoce e o rápido início do tratamento são fundamentais para a cura do câncer de cabeça e pescoço, porém, o diagnóstico tardio é uma realidade (60% dos casos), deixando sequelas psicológicas e funcionais no paciente, como a perda da voz, no caso do câncer de laringe, onde é necessário realizar a laringectomia total (retirada total da laringe), por exemplo. “Os tumores que acometem a cavidade oral são lesões que, apesar de serem relativamente fáceis de abordar, ainda nos ‘castiga’ porque a incidência de pacientes com tumores de língua, boca, palato (parte óssea da parte superior da boca) é muito frequente e, muitas vezes, está em estágio avançado. Todos esses tumores estão relacionados ao hábito do tabagismo e consumo de álcool, principalmente os destilados”, explica o coordenador do serviço de cabeça e pescoço do HCP, Dr. José Brasiliense.
A prevenção primária se enquadra em evitar os fatores de risco: não fumar, não consumir bebidas alcoólicas em excesso e praticar sexo oral sem proteção. Manter hábitos saudáveis, uma boa higiene bucal e visitas regulares ao dentista podem propiciar diagnósticos em estágios iniciais e garantir o sucesso do tratamento. “A falta de informação, a busca tardia por um profissional e a dificuldade de encontrar médicos especializados são os principais motivos para o diagnóstico tardio. Ao identificar uma ferida na boca que não cicatriza, um sangramento sem motivo aparente, corrimento nasal de odor fétido, rouquidão, perda de peso sem motivo, e nódulos no pescoço, é preciso buscar ajuda de um especialista”, alerta Dr. Brasiliense. O tratamento desses tumores, em muitos dos casos, também levam os pacientes a precisarem de acompanhamento multidisciplinar com fonoaudiólogos, enfermeiros, odontólogos, psicólogo, assistente social e fisioterapeutas para proporcionar melhores resultados e qualidade de vida, visto que a cirurgia, em casos avançados, pode comprometer a estética, a fala e funções motoras e psicológicas.
Atualmente, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) conta com 12 cirurgiões especialistas em cabeça e pescoço. O tratamento desses tumores, em muitos dos casos, também levam os pacientes a precisarem de acompanhamento com fonoaudiólogos, enfermeiros e fisioterapeutas para proporcionar melhores resultados e qualidade de vida, visto que a cirurgia, em casos avançados, pode comprometer a fala e funções psicológicas.
Sobre o HCP: O Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) tem 75 anos e é uma instituição privada e sem fins lucrativos, que se dedica ao diagnóstico e tratamento de pacientes oncológicos por meio do Sistema único de Saúde – SUS. Por ser uma instituição filantrópica, o HCP conta com doações contínuas de pessoas físicas e jurídicas para manter a qualidade no atendimento aos pacientes. Esses recursos são utilizados no custeio, na modernização do parque tecnológico e nas instalações físicas do hospital. Além disso, são direcionados para complementar o custo do tratamento dos pacientes.