Custos do enterro de Lázaro Barbosa foram pagos por um anônimo

Os custos do velório e sepultamento do serial killer Lázaro Barbosa, morto em confronto com policiais após 20 dias de fuga, foram pagos por um anônimo, através de um advogado. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (1º), ao jornal O Globo, por um funcionário da casa funerária Bom Samaritano, do Distrito Federal, responsável pelo serviço.

“Não existe gratuidade nesse serviço. Te garanto que não houve nenhum tipo de doação, ainda mais nesse caso. Não é o que a nossa empresa preza. Foi um terceiro que nos contratou, a pedido de um advogado. Essa é a informação que eu tenho, disse um funcionário da funerário ao jornal O Globo.

O cadáver do criminoso foi removido do Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia nesta quarta-feira por intermediários da família acompanhados de um representante da funerária . O advogado Wesley Fernandes auxiliou os familiares de Lázaro na busca por informações dos trâmites legais.

“Como foi dito por mim, eu prestaria apoio à família neste último momento, por uma questão de caridade e humanidade, pois os familiares são muito carentes e de baixa instrução. Meu apoio ficou restrito a buscar informações junto ao IML sobre a liberação do corpo, bem como a passar as informações corretas, e de forma clara, para os familiares – o que foi feito”, disse o advogado por meio de nota divulgada ontem.

A morte de Lázaro Barbosa

Lázaro foi morto na manhã de segunda-feira (28) após ser atingido por 38 dos 125 tiros dados pelos policiais. Ele vinha sendo caçado havia 20 dias, depois de assassinar uma família em Ceilândia (DF).

Após a morte de Lázaro, as investigações prosseguem para apurar se ele recebeu ajuda durante a fuga e, também, se ele foi mesmo o autor de outros crimes atribuídos ao ‘serial killer’. De acordo com o secretário da Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda, foram colhidas amostras de DNA do criminoso morto para comparar com amostras coletadas das supostas vítimas dele. Ainda se apura a origem dos R$ 4,4 mil encontrados com ele.

Existe a suspeita de que alguns crimes de Lázaro possam ter sido encomendados. Ainda não se sabe a motivação, por exemplo, para o massacre da família Vidal, no dia 9, em Ceilândia (DF). O suspeito invadiu a casa e matou o empresário Cláudio Vidal, de 48 anos, e os dois filhos dele, Gustavo, de 21, e Carlos Eduardo, de 15. A esposa do empresário e mãe dos garotos, Cleonice Marques, de 43 anos, foi sequestrada e encontrada morta três dias depois.

Dias antes, Lázaro matou um caseiro em Cocalzinho, com o modus operandi de uma execução. Ele invadiu a propriedade, encapuzado e com colete à prova de balas, cometeu o crime e fugiu sem levar nada.

A delegacia regional da Polícia Civil de Águas Lindas de Goiás aguarda a chegada do laudo da perícia realizada no IML para abrir o inquérito sobre a morte de Lázaro.

O laudo, que fica pronto em dez dias, deve apontar quantos tiros atingiram o corpo, os órgãos atingidos e a direção tomada pelos projéteis. A investigação deve apontar também se houve excesso dos policiais, como eventuais disparos contra o cadáver. O inquérito será acompanhado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Cocalzinho de Goiás retoma clima pacato

No cenário da caçada a Lázaro, uma área de 60 quilômetros entre Cocalzinho e Águas Lindas de Goiás, o clima pacato voltava a reinar nesta terça-feira. As barreiras da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na BR-070, que liga as duas cidades, foram retiradas.

No distrito de Girassol, em Cocalzinho de Goiás, as tropas da polícia goiana que fizeram o cerco a Lázaro já deixaram o povoado e a vida da população voltava ao normal. Moradores que tinham abandonado chácaras e sítios, com medo do ‘serial killer’, começaram a voltar para cuidar dos animais e plantações

Conforme a Secretaria da Segurança Pública de Goiás, Lázaro era investigado por mais de trinta crimes cometidos em Goiás, Bahia e Distrito Federal. Ele havia sido preso duas vezes e nas duas conseguiu fugir da prisão.

Durante a caçada, o criminoso invadiu propriedades rurais, fez três pessoas reféns e baleou quatro, entre elas um policial militar. Ele já havia sido condenado por homicídio no estado da Bahia. Também era procurado por roubo, estupro e porte ilegal de arma. Entre os investigados por suposta ajuda ao criminoso está o fazendeiro Elmi Caetano Evangelista, de 74 anos, preso na quinta-feira, 24. A defesa dele disse que Elmi nega a acusação.

Do JC On Line

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *