O deputado federal Raul Henry é um pernambucano da capital do estado, o mesmo nasceu em 1964 no mesmo ano da implantação do governo sob o comando do regime militar no Brasil. Raul sempre foi um aliado fiel do senador Jarbas Vasconcelos, de quem foi secretário de educação e atualmente é o presidente estadual do MDB partido fundado no estado por Jarbas e outros, o mesmo que lutou quase 20 anos pela redemocratização do País e inclusive pela transparência nos processos eleitorais.
Falar em governo do regime militar foi nessa época que os brasileiros votavam sem saber em quem estavam elegendo, por sinal o amigo de Henry o senador Jarbas foi à maior vitima das urnas eletrônicas do período militar nos anos de 1978. (Era mais ou menos assim: O coronel ia votar no lugar do peão e lá votava conforme seus interesses restritamente pessoais, quando o empregado por curiosidade perguntava em quem ele (Peão) tinha votado o patrão simplesmente respondia que o ‘voto era secreto’).
O voto é tão secreto no Brasil que nem o eleitor tem o direito de saber se a caixa branca das eleições registrou o voto conforme sua escolha, as urnas eletrônicas têm uma segurança tão excepcional que não há possibilidade de recontagem de votos. Sem duvidas nenhuma nós somos a maior potencia tecnológica do mundo, números de telefones são clonados; sites e outros endereços eletrônicos são invadidos e nossa velha urna de guerra (1995) é verdadeiramente uma caixinha de segredos.
Voltando nossas atenções para o Pernambucano Raul Henry (MDB), ele foi um dos 23 deputados da comissão especial que votou contra a (PEC) 135/19 do voto impresso. Se for contra o presidente Jair Bolsonaro pode ser visto como justificativa o voto até aí tudo bem; é explicável o posicionamento de quem é contra o aperfeiçoamento da democracia. No entanto, não custa nada visitar a historia das eleições em Pernambuco e, relembrar as derrotas de Jarbas em 1978 e de Marcos Freire em 1982.
Em 1978 disputava uma vaga no senado o então jovem deputado Jarbas Vasconcelos do MDB, contra ele os candidatos da ARENA 1 e ARENA 2, Nilo Coelho e Cid Sampaio, respectivamente. Jarbas foi legitimamente eleito, todavia perdeu para o sistema, com a soma dos votos de Nilo e de Cid, mesmo perdendo Nilo ficou com a vaga. Em 1982 Marcos Freire já era o governador de Pernambuco por antecedência, aí vem à armadilha do sistema determinando o chamado voto vinculado e Marcos perdeu.