A deputada Dulci Amorim (PT) alertou para as dificuldades geradas para a população pelos recentes aumentos no custo do gás de cozinha, da gasolina e da cesta básica, em consequência das políticas adotadas pelo Governo Federal. Em discurso na Reunião Plenária desta quinta (2), ela também lamentou a interrupção da política de valorização do salário mínimo. “Como o trabalhador pode sobreviver bem neste País? Os aposentados estão tendo que escolher entre comprar remédio ou comida”, denunciou.
A petista enfatizou que, somente este ano, houve nove reajustes no preço da gasolina, totalizando uma alta de 51%. “O que mais tenho ouvido são motociclistas dizerem que, antes, com R$ 15, conseguiam se movimentar muito pela cidade. Agora, só dá pra dois litros de combustível”, relatou. “Andar de moto ou de carro está deixando de ser uma opção.”
Segundo a parlamentar, o combustível, que custava R$ 3,40 na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, hoje chega a R$ 7 nas bombas. Ela rebateu a tentativa do Governo Jair Bolsonaro em atribuir a culpa ao ICMS, tributo arrecadado pelos Estados. “Esse imposto representa, em média, 27% do valor, e não teve aumentos relevantes nos últimos anos. A grande variação decorre da política de preços estabelecida desde 2016”, apontou.
Com relação ao gás de cozinha, Dulci Amorim observou que houve alta de 30% entre julho de 2020 e o mesmo mês de 2021. Também chamou atenção para o crescimento dos casos de acidentes relacionados ao uso de álcool por quem precisou voltar a cozinhar alimentos com lenha.
Ela pontuou que, embora os produtos da cesta básica tenham encarecido, os reajustes anuais do salário mínimo apenas repõem a inflação. “Como é que se consegue comprar um botijão de gás, pagar o aluguel e fazer a feira? A carne há muito tempo deixou de ser uma realidade para o assalariado”, lamentou.
“Precisamos lutar para que as pessoas voltem a ser valorizadas, principalmente o trabalhador assalariado e o aposentado, que merecem viver tanto quanto aqueles que ganham mais”, assinalou.
Ao comentar o pronunciamento da petista, em outro discurso, o deputado João Paulo (PCdoB) lembrou que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) estima em R$ 5.421 o salário mínimo necessário para um trabalhador arcar com as necessidades vitais básicas dele e da família.