Repercute em todo Brasil a morte do padre pernambucano, Geraldo de Oliveira, que tomou veneno, encontrado morto nesta última terça-feira (1) em Surubim, cidade do agreste de Pernambuco distante km do Recife.
Após celebrar missa, o padre pediu para ficar só na igreja de São Sebastião, situada no bairro de mesmo nome. No templo religioso, o padre tomou veneno e tirou a própria vida. O corpo foi encontrado por fiéis da igreja que notaram a demora para o padre sair da igreja mesmo após o expediente.
O religioso que recentemente completou 50 anos de sacerdócio deixou uma carta endereçada ao responsável pela diocese. Pe. Geraldo de Oliveira estaria vivendo angustiado por está sendo desprezado na própria comunidade paroquial de Surubim.
Na carta deixada pelo padre, ele fala da angústia sofrida na própria paróquia, mas sem dar muitos detalhes se estava relacionado aos demais membros da igreja:
“Como tenho conservado sempre com você um relacionamento cordial e fraterno, para evitar menor atrito, mesmo escondendo o meu sofrimento, por saber que esta decisão, ansiedade e angústia são frutos de uma convivência que ignora a presença do outro”, desabafou o religioso.
O padre aguardava ser transferido para outra paróquia, possivelmente por estar sofrendo opressão de outros religiosos de sua comunidade:
“Dom Francisco não nos obriga a viver fraternalmente, porque ele respeita as pessoas e sobretudo a autoridade do pároco. Todavia, caso ele julgue necessário me afastar de Surubim, para me livrar dessa opressão, aceitarei sem hesitar; porém, peço-lhe que no futuro eu seja sepultado em Surubim, onde passei o maior tempo da minha vida sacerdotal. Mesmo que a metade do meu coração esteja em São Caetano, Diocese de Caruaru”, disse o padre na carta de despedida.
Na carta, Padre Geraldo aproveitou para se despedir das pessoas que ao longo de quase três décadas lhe ajudaram a construir casas e arrecadar donativos para os mais pobres.
A profunda amizade e atenção de muitas pessoas me ajudaram a não desanimar, até a presente data. Tenho implorado força de Deus para resistir. Agradeço a todos que têm colaborado nos últimos 27 anos para construção de 78 casa em Surubim, 20 em Nazaré da Mata, bem como aos doadores de camas, colchões, roupa usada e alimentos para os pobres. E aproveito desta ocasião para agradecer, mais uma vez, a Dom Francisco, que tem tratado os padres idosos fraternalmente”, finalizou a correspondência assinada de punho pelo religioso.
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