Marqueteiros de candidatos ao Planalto focarão na internet para alcançar indecisos

 (crédito:  Reprodução/ Pixabay )(crédito: Reprodução/ Pixabay )

Enquanto muitos eleitores já demonstram suas preferências para o pleito de outubro, como apontam pesquisas de intenção de voto — lideradas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seguido pelo presidente Jair Bolsonaro —, há uma gama de indecisos, dispostos a ouvir o que os outros pré-candidatos têm a dizer. É o caso de José Elias da Costa Melis, 55 anos, motorista de aplicativo e morador de Sobradinho. Ele está inclinado a repetir o voto de 2018, em Bolsonaro, mas não está totalmente convencido. A convicção dele é de que não votará em Lula: “Sem chance”, frisou.

Já Maria Luiza Malves, 24 anos, estudante de hebraico da Universidade de São Paulo (USP), disse estar decidida no voto em Lula e enfatizou que a terceira via não a convence. “Fui eleitora do Ciro (Gomes, em 2018) e caí em suas promessas mirabolantes. Descarto uma terceira via no momento. Quem sabe na próxima eleição”, ressaltou.

Entre os eleitores convictos e os indecisos, há muito trabalho para os marqueteiros dos postulantes ao Palácio do Planalto. Conforme explicou Djiovanni Jonas França Marioto — mestre e doutorando em ciências políticas e criador da consultoria Black Tech & Politics —, a atividade desses profissionais está calcada na comunicação persuasiva, a arte de convencer a opinião pública.

“Neste ano, as campanhas serão mais digitalizadas. Agora, os profissionais do marketing digital e cientistas de dados integram as equipes para entender os rumos do pleito durante o processo”, disse. Ele reiterou que há, ainda, um público fiel à propaganda da tevê e que não são atingidos pelas redes sociais. “É o meio que ainda ultrapassa a barreira dos algoritmos, presente em todos os lares”, destacou.

De acordo com o consultor de marketing político Marcelo Vitorino, a tevê ainda é o veículo que dá conhecimento a uma candidatura, enquanto a internet engaja o eleitor. Na avaliação dele, há muito uso inadequado dos meios. “Candidatos usam em suas redes sociais materiais produzidos para a televisão. O eleitor que assiste à tevê é o mesmo que usa a internet, mas, para cada plataforma, quer conteúdos diferentes”, explicou. Ele deixou claro que likes não se convertem em decisão de voto.

Segundo o consultor político Fernando Vieira, diretor sudoeste do Clube Associativo dos Profissionais de Marketing Político (Camp), o combate à desinformação será um desafio nesta eleição, já que os receptores de notícias falsas as replicam sem saber. “Os candidatos devem criar um canal próprio de comunicação, um ambiente seguro para combater as fake news“, frisou.

CB

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