Paulo Câmara volta a ser cogitado para o Senado, o que divide a Frente Popular de Pernambuco

O nome do governador Paulo Câmara (PSB) voltou a ser cogitado para a vaga do Senado Federal, como uma tentativa de destravar a formação da chapa majoritária do PSB. Ele teria a simpatia do ex-presidente Lula (PT) para essa missão. Não é a primeira vez que o gestor é cotado para disputar o cargo, sendo considerado constantemente uma espécie de solução diante do número de quadros colocados para a vaga – são nove nomes em análise.

Entretanto, aliados da Frente Popular possuem visões diferentes sobre a possibilidade de o PSB indicar também o candidato a senador, já que foi acordado por todos os partidos que a agremiação socialista apresentaria a candidatura do deputado federal Danilo Cabral (PSB) ao governo.

“Isso é um absurdo. Com tantos nomes à disposição, o PSB indicar também o candidato ao Senado. E sabe por que o nome de Paulo Câmara sempre volta à tona? Porque ele não tem firmeza em negar que vai ser candidato. Ele não faz como Geraldo Julio, que foi à imprensa dizer que não seria candidato a governador”, disparou um parlamentar, sob reserva.

“O que surpreende é que essas coisas não estão sendo conversadas com os partidos. O PSB tem deixado crescerem. Mas isso impacta nas chapas e mexe com a vida das pessoas”, completou.

Um dirigente partidário, que também preferiu falar em reserva, acredita que a decisão deverá se dar até o prazo limite da desincompatibilização de cargos, em abril. Tempo que também já teria encerrado a janela partidária e as chapas proporcionais estariam melhor definidas. “A real é que Lula simpatiza por Paulo Câmara e sabe que qualquer escolha que o PT de Pernambuco fizer, vai ter efeitos colaterais; e isso ele não quer”, explicou.

“Agora, o PSB vai ter que apresentar os critérios para a escolha do candidato ao Senado, porque a escolha a governador foi por eles terem legitimidade de indicar um sucessor”, ponderou o aliado.

Desde que começou a ser questionado se concluiria os oito anos de mandato, Paulo Câmara nunca negou que poderia disputar as eleições deste ano. Em entrevista ao JC, no fim do ano passado, o gestor disse que estava animado para ficar no cargo até o dia 31 de dezembro de 2022, mas que não iria se omitir de nenhuma missão designada pelo partido.

Indicações

No passado, alguns deputados federais já haviam informado que se o Senado ficar com Paulo Câmara, não haveria qualquer oposição. Esse discurso foi mais forte quando essa possibilidade surgiu pela primeira vez, no início de 2021.

Depois, quando os petistas lançaram a pré-candidatura do senador Humberto Costa para governador, eles também defenderam que Paulo Câmara seria “o candidato a senador ideal”. Com a desistência de Costa em prol do apoio do PSB à candidatura de Lula, a indicação para o Senado passou a ser reivindicada como um direito dos petistas.

Eles pretendiam indicar um nome até o dia 20, mas já está considerando esticar o prazo para até o fim deste mês, pois muitas conversas ainda precisam ser feitas. Ontem, Danilo esteve reunido com o presidente estadual do PT, Doriel Barros.

Dentre os nomes que estão sendo estudados pelo PT, o da deputada estadual Teresa Leitão estaria sendo um dos mais bem aceitos no Palácio do Campo das Princesas. Há uma leitura de que ela poderia contemplar as alas que defendem os deputados federais Marília Arraes e Carlos Veras. Procurada, Teresa afirmou apenas que está à disposição do PT e tem apostado na unidade.

PCdoB

O deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB), teria tratado diretamente com a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, sobre a possibilidade de Paulo Câmara ser candidato a senador. Se Câmara renunciar para ser candidato, a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB) assumiria por nove meses.

Via PE Notícias

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