Santa Maria da Boa Vista, a 620 km do Recife, tem o pôr do sol mais encantador entre todos os municípios à beira do Rio São Francisco. É famosa produtora de vinhos e frutas e por realizar, há muitos anos, serenatas que se prolongam por três e até quatro noites embaladas pela dor de cotovelo. Mas deve entrar também para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, por ser o solo natal do elefante branco mais longevo de Pernambuco.
Iniciada no Governo Jarbas Vasconcelos, a Adutora Redenção está completando 21 anos de abandono. Suas obras começaram em 2001, mas nunca foram concluídas pela Compesa, com um agravante: para a água chegar a seis mil famílias em 30 localidades o Governo do Estado precisa investir apenas R$ 1,5 milhão. A adutora atinge um raio de 36 km de tubulação até as comunidades ribeirinhas que precisam de água potável.
“Se o projeto fosse concluído, o município iria ter uma economia de 60%com carros pipas”, diz o prefeito George Duarte (PP), que pôs abaixo uma oligarquia, implantou uma gestão moderna, séria e renovadora, mas tudo isso não sensibiliza o Estado a concluir o projeto. O sistema de abastecimento, apesar de instalado há mais de duas décadas, nunca funcionou de forma efetiva e eficaz.
Segundo o secretário de Agricultura de Santa Maria da Boa Vista, Valmir Guimarães, a obra envolve um sistema de abastecimento a partir da captação por flutuante no Rio São Francisco, com recalque até a Estação de Tratamento de Água de Redenção. A água chegaria por gravidade, com um ramal para a zona rural e um outro para o reservatório elevado de Mandacaru, este na zona urbana do município.
São 17,6 km de adutora para abastecimento da zona rural e implantação de 5,4 km de nova adutora para abastecimento de Santa Maria da Boa Vista, além da recuperação da captação e estação de tratamento de água de redenção, num investimento superior a R$ 6 milhões”, diz ele. Acontece que os governadores que sucederam Jarbas, Eduardo Campos e Paulo Câmara, não cumpriram o cronograma restante do projeto.
“Faltam as bombas potentes para jogar a água até as comunidades que seriam contempladas”, reforça o secretário. Segundo ele, a adutora chegou a funcionar em alguns momentos, mas como não possui os equipamentos adequados nunca teve estabilidade. “Não fosse o prefeito, que paga a vigilância, não havia sequer uma bomba em pé”, afirma Vinicius.
Abandonada, a adutora chegou a ser alvo de vandalismo e de ação de bandidos. “Três bombas foram roubadas e não roubaram o resto porque o prefeito está pagando vigilantes 24 horas por dia”, diz o secretário. De fato, estive por lá, hoje, e não há o menor sinal da presença da Compesa para preservar os equipamentos enquanto o Governo resolve comprar o restante das bombas.
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