A Polícia Federal faz busca e apreensão na casa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), nesta sexta-feira (20/1). No momento em que corporação chegou ao local, o emedebista não estava na residência, porque havia viajado para a fazenda dele.
A operação ocorre na casa de Ibaneis, no Lago Sul; no gabinete do governador, no Palácio do Buriti; e no escritório de advocacia que leva o nome do político. Antes de ser eleito e reeleito, Ibaneis atuava como advogado, mas se licenciou da profissão desde que assumiu o GDF.
A PF ficou por volta de duas horas no escritório de advocacia. A busca e apreensão no local foi acompanhada por um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A PF também cumpre mandado de busca e apreensão na casa de Fernando de Sousa Oliveira, que era o secretário executivo de Segurança Pública do DF no dia da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.
O pedido de busca e apreensão foi feito pelo Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos da Procuradoria-Geral da República (PGR). O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou a operação.
Em nota, a PGR informou que o objetivo da operação é buscar provas a fim de instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos violentos registrados em 8 de janeiro, em Brasília.
“As medidas cautelares foram requeridas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Integrantes do grupo acompanham a operação”, afirmou.
Os advogados de Ibaneis, Alberto Toron e Cleber Lopes, disseram que “a busca determinada na sua residência e seu antigo escritório, embora inesperada, posto que o governador sempre agiu de maneira colaborativa em relação à apuração dos fatos em referência, certamente será a prova definitiva da inocência do chefe do Executivo do Distrito Federal”.
A governadora em exercício do DF, Celina Leão (PP), cancelou agenda prevista para a tarde desta sexta-feira. Ela iria ao encerramento de um projeto social na Estrutural.
Afastamento
Moraes afastou Ibaneis Rocha do cargo no dia dos atos terroristas. Na mesma semana, o plenário do Supremo confirmou o afastamento, por maioria dos votos.
O ministro avaliou, na decisão, que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança e inteligência ficaram demonstradas com a ausência do necessário policiamento, em especial do Comando de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal”.
A defesa de Ibaneis alegou que havia um plano de ação elaborado pelo GDF antes dos atos terroristas e que, por alguma razão, não foi cumprido.
Depoimento
Ibaneis prestou depoimento à PF no dia 13 de janeiro. Na ocasião, ele afirmou que ficou “absolutamente surpreendido” com a falta da resistência exigida para a gravidade da situação por parte da Polícia Militar do DF.
O governador afastado disse que não quer e não pode generalizar esta afirmação, mas ficou “revoltado” quando viu alguns PMs confraternizando com manifestantes durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
O emedebista afirmou que “houve algum tipo de sabotagem”, mas que a investigação em andamento deverá elucidar os fatos. Segundo Ibaneis, a exoneração de Anderson Torres do cargo de secretário de Segurança Pública se deu porque ele estava ausente do país no momento do “trágico acontecimento” e, portanto, perdeu a confiança.
Anderson Torres e o ex-comandante-geral da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira, estão presos.
Via Metrópoles