PE: advogado e PMs atuavam em quadrilha que roubava cargas; operação cumpriu 18 mandados de prisão

Presos foram levados à sede da Delegacia de Roubos de Cargas, no Recife – Divulgação/Polícia Civil de Pernambuco

 

Uma organização criminosa com atuação em Pernambuco e outros estados do Brasil foi alvo da Operação Carreteiros, deflagrada pela Polícia Civil pernambucana, nesta terça-feira (7). Segundo o delegado Eduardo Cavalcante, adjunto da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas, policiais militares e um advogado estão entre os membros da quadrilha.

“Os policiais agiam tanto nos próprios roubos, como também forneciam armas de fogo para serem efetuados os assaltos. O advogado fornecia a logística e o know-how da receptação, fazendo o link entre os bandidos e os comerciantes que vendiam as cargas roubadas”, explicou Cavalcante. Nenhum dos nomes foi informado pela polícia.

A operação cumpriu 18 mandados de prisão dos 21 que foram expedidos, além dos 10 emitidos de busca e apreensão domiciliar. Entre os alvos, sete já estavam no sistema prisional, mas seguiam atuando na quadrilha.

As ordens judiciais, expedidas pela Juízo da Segunda Vara Criminal da Comarca do Recife, foram cumpridas nas seguintes cidades:

– Recife/PE;
– Olinda/PE;
– Jaboatão dos Guararapes/PE;
– Paulista/PE;
– Barreiros/PE;
– Caruaru/PE;
– Limoeiro/PE;
– Itamaracá/PE;
– São Caetano/PE;
– Bonito/PE;
– Brejo Santo/CE;
– Goianinha/RN;
– Canguaretama/RN;
– Luís Eduardo Magalhães/BA.

“Era uma organização criminosa com alto poder de calibre e se destacavm por cometer roubo majorado, associação criminosa, receptação qualificada e lavagem de dinheiro”, detalhou o delegado Eduardo Cavalcante.

A polícia identificou, ao menos, o registro de 12 ocorrências em boletins ligadas aos envolvidos na quadrilha, entre casos de roubo, receptação, porte de armas e homicídio.

As investigações conseguiram identificar, na organização criminosa:

– as pessoas responsáveis por praticar os roubos;
– por fornecer armas e demais acessórios para a consecução do crime;
– por alugar veículos e galpões;
– por descarregar as mercadorias;
– por intermediar ou negociar diretamente as mercadorias roubadas com os receptadores;
– pela parte financeira da organização, além de alguns receptadores.

Ainda segundo o delegado, “existia uma gama de colaboradores das empresas transportadoras que desviavam do caminho da retidão, ficando de olho naquelas cargas mais sensíveis, de alto valor agregado, eletrônicos”. Cavalcante explicou: “Davam as informações para a parte organizacional da operação e a hora que as cargas mais valiosas iriam se deslocar”.

Folha de PE

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