Após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Paulo Rodrigues, disse que a área da Embrapa Semiárido tomada em Petrolina será desocupada quando for encontrado outro lugar para abrigar as 800 famílias que estão no local. A justiça concedeu, na quinta (19), uma liminar para que os ocupantes deixem o local em até 48 horas. A desocupação da área da Embrapa foi pedida por Haddad, segundo o líder do MST.
Conforme relato do coordenador do MST, Haddad se comprometeu a criar um grupo de trabalho para tratar da situação de terras de devedores da União, e outro para os juros da agricultura familiar. Em entrevista a jornalistas após o encontro, Rodrigues sustentou que, mesmo nos governos anteriores do PT, os assentamentos só saíram quando houve ocupações. Ele enfatizou a legitimidade da ocupação, comparando a tomada de terras a greves realizadas por sindicatos.
“O MST quer defender o direito de fazer luta. A ocupação de latifúndio improdutivo equivale, para nós, a uma greve realizada por sindicato”, disse o líder do movimento dos sem-terra, acrescentando que a Constituição, assim como prevê o direito à propriedade, permite o direito de luta dos trabalhadores. “Enquanto houver latifúndio improdutivo, haverá a luta por reforma agrária”, concluiu Rodrigues.
Com informações do Estadão