O ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) general Gonçalves Dias deve prestar depoimento à Polícia Federal (PF) em Brasília, nesta sexta-feira (21), a partir das 9h, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
GDias, como é conhecido, pediu demissão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após a divulgação de imagens com exclusividade pela CNN que o mostram no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes em 8 de janeiro.
Na decisão divulgada na quinta-feira (20), Moraes determinou que a PF identifique todos os militares que aparecem nos vídeos e informe se eles já foram ouvidos.
“Caso não tenham sido ouvidos, os depoimentos devem ser realizados em 48 (quarenta e oito) horas”, determinou o ministro.
“Na data de hoje, a imprensa veiculou gravíssimas imagens que indicam a atuação incompetente das autoridades responsáveis pela segurança interna do Palácio do Planalto, inclusive com a ilícita e conivente omissão de diversos agentes do GSI”, disse Moraes, em referência ao material divulgado pela CNN na quarta-feira (19).
Na ação, o magistrado também havia solicitado que o ministro interino do GSI, Ricardo Cappelli, identificasse em até 24 horas “todos os servidores civis e militares que aparecem nas citadas imagens e quais as providências tomadas”.
Nesta quinta-feira, Cappelli afirmou em suas redes sociais que havia respondido aos questionamentos realizados por Moraes. “Vamos acelerar a sindicância em curso no GSI”, citou.
Pedido de Moraes por divulgação das imagens
Em 8 de janeiro, dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, Alexandre de Moraes havia determinado à PF que obtivesse “todas as imagens das câmeras do Distrito Federal que possam auxiliar no reconhecimento facial dos terroristas que praticaram os atos do dia 8 de janeiro”.
Em 27 de fevereiro, na decisão em que o magistrado fixou que cabe ao Supremo julgar militares envolvidos com os atos, o ministro determinou ao GSI e ao comandante do Batalhão da Guarda Presidencial que fornecesse ao inquérito a lista de militares em serviço no Palácio do Planalto.
Na ocasião, Moraes autorizou a PF a fazer a oitiva dos militares do Batalhão da Guarda Presidencial que estiveram presentes no Palácio em 8 de janeiro.
Agora, na decisão de quarta-feira (19), o magistrado determinou que a PF informe se cumpriu essas exigências anteriores.
CNN