Na noite desta segunda-feira, dia 19, a Câmara de Vereadores de Arcoverde foi palco de um episódio que abalou profundamente a política local. O presidente da casa legislativa, Siqueirinha, candidato a vice na chapa de Zeca Cavalcanti, do Podemos, reagiu de forma explosiva e autoritária diante das recentes denúncias que se espalharam pela cidade. A notícia que rapidamente ganhou as manchetes de dezenas de blogs, apontando suspeitas de fraude em licitação e superfaturamento identificados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), pareceu atingir em cheio o presidente da Câmara, que, nervoso e visivelmente irritado, tomou uma decisão drástica: encerrou a sessão ordinária abruptamente e declarou, em tom desafiador, que “quem manda é ele” na Casa do Povo.
O ato de Siqueirinha foi ainda mais longe. Em uma tentativa de controlar os danos e talvez silenciar qualquer crítica, ele excluiu as transmissões ao vivo da sessão, que ocorriam pelas redes sociais da Câmara, como Facebook e YouTube. A atitude foi rapidamente classificada por muitos como um ato de improbidade, um abuso de poder que deixou a população de Arcoverde estarrecida. O comportamento, que muitos consideraram próprio de um “coronel”, não demorou a repercutir nas redes sociais, com inúmeras críticas que rapidamente se espalharam além dos limites do município, ecoando por todo o estado.
Em Arcoverde, a indignação foi imediata. O ato autoritário de Siqueirinha caiu como uma bomba sobre a candidatura de Zeca Cavalcanti. Os tempos mudaram, e o comportamento que poderia ter sido aceito ou ignorado em outra época agora foi amplamente condenado pela população, que fez questão de expressar sua reprovação online. A revolta popular expôs a fragilidade da campanha de Zeca, que, até o momento, preferiu manter o silêncio, sem repreender publicamente seu candidato a vice. Esse silêncio foi percebido por muitos como conivência, o que só piorou a situação para a chapa do Podemos.
As especulações em torno do estresse de Siqueirinha ganharam força, especialmente depois que se soube que o Ministério Público estaria investigando um contrato supostamente ilegal durante sua gestão como presidente da Câmara. O nervosismo do vereador parece ter transbordado durante a sessão, quando uma senhora que havia ido à Câmara para denunciar um caso de assédio eleitoral foi surpreendida pela fúria incontida de Siqueirinha. A denúncia envolvia o prefeito Wellington Maciel, aliado de Zeca Cavalcanti, e líder de uma gestão altamente criticada pela população. O prefeito, que enfrenta uma rejeição recorde, viu sua imagem se desgastar ainda mais com esse episódio.
O ponto alto da tensão ocorreu quando o vereador João Taxista, conhecido opositor de Siqueirinha e do grupo político de Wellington, tentou usar a Tribuna Livre para chamar uma servidora demitida por suposta perseguição política. A demissão, segundo o vereador, teria ocorrido porque a servidora se recusou a votar no candidato apoiado por Wellington, Zeca Cavalcanti. Siqueirinha, no entanto, não permitiu que a voz da oposição fosse ouvida, agindo de maneira arrogante e interrompendo a tentativa de denúncia. A Câmara Municipal, que deveria ser um espaço de debate e expressão democrática, tornou-se, sob a condução de Siqueirinha, um ambiente de repressão e censura.
O episódio deixou claro que a política em Arcoverde atravessa um momento delicado, onde as tensões e os conflitos internos estão à flor da pele. O comportamento de Siqueirinha não apenas manchou sua própria reputação, mas também lançou uma sombra sobre a candidatura de Zeca Cavalcanti, que agora enfrenta o desafio de reconquistar a confiança do eleitorado em um cenário de crise.
Blog do Edney