A advogada e influenciadora Deolane Bezerra, de 36 anos, que foi presa na Operação Integration nesta quarta-feira (4), no Recife, é suspeita de receber mais de R$ 15 milhões, de origem desconhecida, e de movimentar dinheiro na conta do filho. A ação policial apura envolvimento em jogos ilegais e lavagem de capitais.
O Diario de Pernambuco teve acesso às perguntas que foram feitas à Deolane durante o interrogatório na delegacia que tratam desses valores e de transações em contas de familiares. Na ocasião, ela negou os crimes e alegou ter renda de cerca de R$ 1,5 milhão por mês com o seu trabalho de advogada, empresária e influenciadora.
O centro do esquema investigado seria a Esporte da Sorte, com sede no Recife, que é ligada ao empresário Darwin Henrique da Silva Filho. O CEO da empresa também foi alvo da Polícia Civil pernambucana.
Na investigação, os policiais levantaram que uma empresa administrada pela influenciadora, a Bezerra Publicidade, recebeu R$ 7.134.826,05, via cheque administrativo, no dia 12 de março de 2024. O valor, de origem desconhecida, representaria 83% de todo o total de créditos da empresa, de acordo com a polícia.
Além de ter que responder pelo episódio, a influenciadora também teve que esclarecer perguntas sobre outras transferências, via plataforma de pagamento, de R$ 5 milhões para a conta da empresa e de mais R$ 3,2 milhões para Deolane.
Familiares
Os policiais também questionaram movimentações na conta de um filho de 17 anos da advogada. Segundo os investigadores, foi detectada uma movimentação de R$ 2.033,29, por mês, que seriam incompatíveis com a renda declarada do jovem.
Já a conta da mãe da influencer, Solange Alves, estaria envolvida em 11 transações que totalizaram cerca de R$ 73,7 mil. A mulher também foi detida na Operação Integration.
Outra dúvida dos investigadores era por que um filho afetivo da influencer recebeu uma transação de R$ 250 mil, feita por Deolane.
O que disse Deolane
Aos investigadores, Deolane declarou que tinha contrato com a Esporte da Sorte até maio de 2024, mas negou qualquer “envolvimento administrativo” com a empresa. Segundo alegou, os pagamentos feitos a ela eram referentes a trabalhos de publicidade.
Na delegacia, a advogada também admitiu que comprou um Lamborghini Urus, que pertencia a Darwin Henrique da Silva Filho, o CEO da Esporte da Sorte. O negócio foi de R$ 3,85 milhões.
Sobre os cheques administrativos, Deolane alegou se tratar do dinheiro de uma aplicação em um conta bancária que teria sido encerrada na ocasião. Os demais valores seriam de trabalhos de publicidade.
Disse, ainda, que o filho de 17 anos é emancipado, não mora com ela e trabalha com publicidade. Ela não soube informar sobre as movimentações nas contas dele e da mãe.
Já o valor de R$ 250 mil, que foi remetido ao filho afetivo, seriam “por presente ou pagamento de contas”.
Diário de Pernambuco