Bandidos explodiram um caixa eletrônico de uma agência do Bradesco em Orobó, no Agreste de Pernambuco, durante a madrugada desta quinta-feira (23). De acordo com a Polícia Militar (PM), por volta das 3h30, cerca de oito homens invadiram o posto de atendimento, que fica na Rua Professor Mariano De Aguiar, no centro comercial do município, e tentaram assaltar a unidade.
Ainda segundo a PM, os suspeitos não conseguiram levar o dinheiro do caixa eletrônico nem chegaram a trocar tiros com a polícia ou fazer reféns, já que, no momento da explosão, não havia ninguém nas proximidades. Câmeras de segurança de estabelecimentos próximos à agência vão ajudar nas investigações.
Durante toda esta quarta-feira (22/02), o Deputado Federal Guilherme Coelho acompanhou a comitiva organizada pelo Ministro da Integração, Helder Barbalho, e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que sobrevoaram obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco no Nordeste.
A visita técnica incluiu vistorias a dois trechos da transposição em Pernambuco. O primeiro foi no Reservatório de Copiti, nas imediações do município de Custódia. O segundo foi na Estação de Bombeamento 6 (EBV-6), localizado em Sertânia.
O governador Geraldo Alckmin quis ver de perto o uso das moto-bombas emprestadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para o Projeto de Integração do Rio São Francisco, que vai antecipar a chegada das águas do São Francisco aos estados da Paraíba e de Pernambuco.
“O governador demonstrou muita sensibilidade e espírito público ao ceder essas bombas utilizadas na Cantareira. Alckmin está de parabéns por fazer com que São Paulo possa, de certa forma, retribuir aos nordestinos o que os nordestinos fizeram e continuam fazendo por São Paulo”.
De acordo com a equipe técnica, as moto-bombas vão garantir um adiantamento de quase 1 mês na chegada das águas às cidades que são castigadas com a falta de água na região, especialmente na Paraíba.
O senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) subiu à Tribuna do Senado, nesta tarde (22), para defender que o Congresso Nacional não adie mais o debate e a votação das reformas tributária, trabalhista e previdenciária. Na avaliação do líder do PSB na Casa, a tramitação das reformas – somadas às medidas que vêm sendo tomadas pelo governo para a recuperação da economia – é “condição básica” para a recuperação dos empregos e a volta do crescimento sustentável do país.
“Embora haja sinais de recuperação (econômica), não podemos ser tomados por um otimismo exagerado, que nos impeça de ver a necessidade urgente das reformas estruturantes”, afirmou. “A pauta do Congresso Nacional para este ano exigirá de todos nós coragem, espírito público e, sobretudo, disposição para o diálogo”, destacou o senador.
Conforme analisou Fernando Bezerra, a reforma fiscal trará alívio ao peso tributário sobre o setor produtivo, as mudanças na área trabalhista modernizarão as relações de trabalho no país e os ajustes no sistema previdenciário são necessários para se reverter o rombo de R$ 183 bilhões estimados para este ano. “Ainda que tenhamos divergências sobre as origens da crise atual, sabemos todos, senadores e senadoras, que precisamos tomar medidas rápidas e eficazes para a retomada do crescimento”, observou. “As famílias que sofrem com a falta de trabalho não podem mais esperar pelo dia seguinte. Se vacilarmos, a recuperação da economia não acontecerá no ritmo necessário para a garantia do desenvolvimento social”, acrescentou o senador.
Como líder do PSB no Senado, Bezerra Coelho destacou que a legenda “não abrirá mão dos valores” que norteiam o partido: a defesa das políticas sociais e dos direitos da parcela menos favorecida da nossa sociedade. “O PSB tem a convicção de que as reformas são necessárias; mas, trabalhará para que elas favoreçam a todos os brasileiros”, disse. E ressaltou que continuará buscando o consenso: “O que desejo e me proponho a fazer é garantir um debate em que todos os pontos de vista sejam considerados. Vamos dialogar com a sociedade para conhecer de perto as demandas de cada segmento e compreender as transformações necessárias”.
Confira, abaixo, a íntegra do pronunciamento do senador Fernando Bezerra Coelho:
“Senhor Presidente, senhoras e senhores senadores,
Os últimos anos certamente vão entrar para a história como alguns dos mais duros já vividos pelo povo brasileiro. Enfrentamos uma séria crise política, que culminou no afastamento, por impeachment, da presidente da República. Ao mesmo tempo, experimentamos a maior recessão das últimas décadas. O país perdeu receitas, a nossa economia encolheu e o desemprego já atormenta doze milhões de brasileiros.
Ainda que tenhamos divergências sobre as origens da crise atual, sabemos todos, senadores e senadoras, que precisamos tomar medidas rápidas e eficazes para a retomada do crescimento. As famílias que sofrem com a falta de trabalho não podem mais esperar pelo dia seguinte. Se vacilarmos, a recuperação da economia não acontecerá no ritmo necessário para a garantia do desenvolvimento social.
Neste momento de transição, o presidente Michel Temer tem demonstrado coragem e discernimento para enfrentar os graves problemas do país. Em consequência disso, estamos reconquistando a confiança dos investidores e do setor produtivo. E percebemos os primeiros sinais de mudança das expectativas.
O risco-país e o dólar atingiram o menor nível dos últimos dois anos. A inflação vem caindo de forma acentuada e, já neste ano, deve atingir o centro da meta estabelecida pelo Banco Central. Os indicadores da macroeconomia possibilitaram a redução consistente da taxa de juros, em um movimento que promete ser firme e contínuo. Considerando um cenário realista, o Ministério da Fazenda projeta, para o último trimestre deste ano, um crescimento já de 2% do PIB em relação ao mesmo período do ano passado.
Senhor presidente,
Embora haja sinais de recuperação, não podemos ser tomados por um otimismo exagerado, que nos impeça de ver a necessidade urgente das reformas estruturantes. A pauta do Congresso Nacional para este ano exigirá de todos nós coragem, espírito público e, sobretudo, disposição para o diálogo.
As reformas tributária, trabalhista e previdenciária precisam ser discutidas e votadas. Não é possível adiarmos, mais uma vez, o enfrentamento destes temas. Vejamos o caso da Previdência Social. Só no ano passado, tivemos um déficit de quase 150 bilhões de reais, o maior da história. E o Ministério do Planejamento estima que, este ano, o rombo possa chegar a impressionantes 183 bilhões de reais. Não devemos conviver com estatísticas tão preocupantes como se nada estivesse acontecendo, como se os números da Previdência não pudessem ser discutidos e revistos.
Também é fundamental que modernizemos as relações de trabalho no país, tendo como foco a criação de empregos e a proteção dos trabalhadores, já bastante sacrificados. Uma análise madura e equilibrada de outros modelos existentes no mundo pode nos ajudar a encontrar o caminho ideal para garantir um ambiente de negócios mais competitivo e em equilíbrio com os direitos dos trabalhadores. O que não podemos é ficar imobilizados, com temor de debater a atualização de uma legislação trabalhista que foi concebida setenta anos atrás.
O governo elegeu ainda a Reforma Tributária como prioridade para este ano. O objetivo é tornar a legislação mais simples para diminuirmos a burocracia que trava o crescimento das nossas empresas e a geração de empregos. O último relatório do Banco Mundial sobre o tema mostrou que o Brasil é um dos países no qual os empreendedores mais sofrem para manter a contabilidade em dia.
Entre 190 economias pesquisadas, ocupamos a posição de número 181 no ranking dos melhores sistemas tributários. Aqui, as empresas gastam mais de duas mil horas por ano só para cuidar da burocracia gerada na hora de pagar os impostos. Isso é inadmissível!
Senhor presidente, colegas do Senado,
Em um ano de tantos desafios, coube a mim a honrosa tarefa de assumir a liderança do Partido Socialista Brasileiro no Senado, por indicação dos meus companheiros de bancada. No exercício dessa função, primarei pelo diálogo constante e pelo respeito às opiniões divergentes, como sempre fiz em minha vida pública. Quero motivar os parlamentares do PSB a contribuir com as diversas reformas debatidas pelo Congresso Nacional, certo de que eles colocarão, a serviço do país, a experiência acumulada na vida pública e, sobretudo, a capacidade de compreender o sentimento da população.
Eu gostaria de destacar um princípio que será a bússola do Partido Socialista Brasileiro durante a discussão das reformas: não abriremos mão dos nossos valores, que incluem a defesa das políticas sociais e dos direitos da parcela menos favorecida da nossa sociedade. O PSB tem a convicção de que as reformas são necessárias; mas, trabalhará para que elas favoreçam a todos os brasileiros.
Como líder, buscarei sempre o consenso, que, na política, é o caminho a ser perseguido de forma incessante. O que desejo e me proponho a fazer é garantir um debate em que todos os pontos de vista sejam considerados. Vamos dialogar com a sociedade para conhecer de perto as demandas de cada segmento e compreender as transformações necessárias.
Não se pode fingir desconhecer a realidade. Estamos mergulhados em uma grave crise e não vamos superá-la sem a mobilização de todos.
Se as medidas econômicas adotadas pelo governo federal começam a dar os primeiros resultados, caberá agora, ao Congresso Nacional, fazer a sua parte, aprimorando e votando as reformas tão necessárias ao país. Essa somatória de decisões administrativas corretas e de uma produção legislativa que atenda ao interesse nacional vai garantir a volta do crescimento sustentável. É a condição básica para que os brasileiros recuperem seus empregos e as novas gerações voltem a sonhar com um país que oferece a todos as melhores oportunidades.
Senhor presidente,
Eu confio na nossa capacidade de trabalho e diálogo. Com discernimento e coragem, vamos colaborar para que Brasil retome o caminho do desenvolvimento.
Com a decisão, na semana passada, dos assalariados e assalariadas rurais da hortifruticultura do Vale do São Francisco Pernambuco e Bahia, de deflagrarem uma paralisação geral, por tempo indeterminado, a classe patronal resolveu recuar, e não mais retirar direitos dos trabalhadores. Dessa forma, foram assegurados o pagamento das horas in itinere (horas do percurso de casa para o trabalho e vice-versa); a remuneração de hora extra; pagamento de salário no segundo dia útil; transporte gratuito; entre outros pontos, que antes estavam ameaçados. Com isso, as entidades representantes da categoria encaminharam, em reunião, na tarde de hoje, suspender a greve.
Confederações, Federações e Sindicatos dos trabalhadores dos dois estados comemoram, pois, além dos direitos assegurados, conquistas importantes foram registradas, a partir do que foi reivindicado na 23ª Campanha Salarial da categoria, iniciada em janeiro deste ano. Entre os avanços, destacam-se: reposição integral da inflação, o que significa um piso salarial de R$ 973,07; e a concessão de botas de couro, ao invés das que são utilizadas hoje, em PVC (que trazem prejuízos à saúde) para todos os trabalhadores das fazendas.
“A greve foi deflagrada com o objetivo de impedir a retirada de direitos assegurados em lei e na convenção, então, o recuo da classe patronal representou a aceitação do pleito dos trabalhadores, o que motivou a suspensão da paralisação. Essa foi uma grande conquista para os assalariados, que ocorreu a partir de uma forte mobilização das bases, realizada pelos Sindicatos e pelos delegados sindicais. Por isso, o resulta foi muito positivo, até porque avançamos em vários pontos”, avalia o diretor de Assalariados Rurais da Contag, Elias D’Angelo.
O secretário geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais (Contar), Everaldo Nazário Barreto, destacou a importância de os estados tomarem essa decisão de forma conjunta. “Foi um posicionamento muito maduro das entidades que representam a categoria, sabendo resistir no momento certo, e também negociar, quando necessário“, ponderou.
Dados apontam que mais de 100 mil homens e mulheres atuam nessa área, sendo responsáveis pela produção de diversas culturas, que são comercializadas dentro e fora do país, promovendo o desenvolvimento da região. A última greve da categoria ocorreu há 13 anos.
A 23ª Campanha Salarial 2016/2017 dos/as Trabalhadores/as da Hortifruticultura Irrigada do Vale do São Francisco Pernambuco e Bahia conta com a participação de Sindicatos dos Trabalhadores Rurais de Belém do São Francisco, Inajá, Petrolina, Santa Maria da Boa Vista e Lagoa Grande (em Pernambuco) e de Abaré, Curaça, Juazeiro, Sento Sé e Sobradinho (na Bahia), Federação dos Trabalhadores e das Trabalhadoras Assalariados Rurais de Pernambuco (Fetaepe), Federações dos Trabalhadores Rurais na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e da Bahia (Fetag-BA), com o apoio da Contar, Contag, CUT, CTB e Dieese
O Ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), pediu demissão do cargo na noite desta quarta-feira (22).
Na carta enviada ao presidente Michel Temer, Serra disse que decidiu deixar a pasta “em razão de problemas de saúde” – veja a reprodução da carta ao final desta reportagem.
Com a saída de Serra, o secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, deverá responder pela pasta até que um novo ministro seja nomeado.
Trechos da carta
Na carta de demissão, Serra diz que deixa o cargo “com tristeza’. Segundo o ministro, os problemas de saúde o impedem de cumprir as viagens internacionais necessárias ao cargo, além das atividades do dia a dia.
José Serra acrescenta, ainda, que os médicos estimam um período de quatro meses para o “restabelecimento adequado” da saúde.
“Para mim, foi motivo de orgulho integrar sua equipe. No Congresso, honrarei meu mandato de senador trabalhando pela aprovação de projetos que visem à recuperação da economia, ao desenvolvimento social e à consolidação democrática do Brasil”, conclui José Serra na carta.
Problemas de saúde
Na carta de demissão, José Serra não especifica os problemas de saúde que enfrenta. Em dezembro do ano passado, o então ministro foi submetido a uma cirurgia na coluna no Hospital Sírio-Libanês.
Além disso, em janeiro de 2014, Serra foi submetido a uma cirurgia na próstata. Ele apresentava um quadro de hiperplasia prostática benigna, quando há aumento do órgão.
Antes disso, em julho de 2013, o ministro foi submetido a um cateterismo. À época, os médicos colocaram no coração dele um stent, mola metálica que expande a artéria e aumenta a capacidade de fluxo sanguíneo.
PSDB no governo Temer
Mesmo com a saída de José Serra, o PSDB continua sendo um dos principais partido que integram a base de apoio do presidente Michel Temer.
Isso porque a legenda comanda os ministérios das Cidades (Bruno de Araújo-PE), da Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy-BA) e dos Direitos Humanos (Luislinda Valois-BA).
Além disso, o líder do governo no Senado é o tucano Aloysio Nunes (SP), candidato a vice-presidente em 2014 na chapa formada com Aécio Neves (MG), que acabou derrotada.