Stédile diz que ocupação de áreas da Embrapa pelo MST foi ‘um equívoco’

Brasília (DF) 15/08/2023 Depoimento do líder do MST, João Pedro Stédile, na CPI da Câmara que investiga a atuação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem terra (CPI do MST) Foto Lula Marques/ Agência Brasil

O líder nacional do MST, João Pedro Stédile, afirmou considerar que a ocupação de áreas da Embrapa em Pernambuco foi “um equívoco” e voltou a destacar que o movimento manterá uma posição de independência do governo Lula (PT).

“Os companheiros não destruíram nada. Eles só entraram na Embrapa para chamar atenção a um problema que existe na região”, explicou Stédile em depoimento à CPI do MST, nesta terça-feira 15. “Cada acampamento tem autonomia no que faz. Concordo, às vez eles exageram e erram, mas eles têm o direito de decidir.”

As ocupações aconteceram em abril e em julho deste ano. De acordo com os sem-terra, as ações tinham o objetivo de pressionar o governo pelo assentamento de 900 famílias que vivem na região.

Carta Capital

ITR 2023: Agricultores de Lagoa Grande já podem emitir a Declaração do Imposto Territorial Rural

A Secretaria de Agricultura de Lagoa Grande está emitindo a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), de forma gratuita, para os proprietários de imóvel rural. As emissões na secretaria começaram na segunda-feira (14/08) e seguem até o dia 30 de setembro.

Para evitar ficar com o documento atrasado, os agricultores devem procurar a servidora, Antônia Coelho Rodovalho, para consulta e emissão da Guia de Recolhimento da União (GRU), na sede da Secretaria de Agricultura, localizada na Avenida Nilo Coelho, N° 61, Bairro Cristo Rei, das 8h às 15h.

Esse é mais um benefício do governo municipal em prol da população rural.

Incêndio destrói plantação de manga em Lagoa Grande

Um incêndio destruiu uma plantação de manga no município de Lagoa Grande, no Sertão de Pernambuco, no final da manhã do sábado (5). De acordo com a Associação de Agricultores da Malhada Real, o fogo atingiu mais de 12 hectares.

Os agricultores suspeitam que a causa do incêndio tenha sido a alta temperatura registrada no município, neste sábado. O fogo foi controlado pela própria comunidade. O presidente da associação, Cristiano Ferreira Lopes disse que foram quase quatro horas de incêndio e os chamados não foram atendidos pelo Corpo de Bombeiros.

A corporação se manifestou através de nota. Confira:

“Na tarde deste sábado, o 4º Grupamento de Bombeiros de Petrolina, recebeu duas solicitações de incêndio em vegetação no município de Lagoa Grande, há 50 km de Petrolina. A central telefônica, seguindo os protocolos do grupamento, solicitou fotos e vídeos, bem como a localização exata do sinistro, a fim de constatar a veracidade da ocorrência, bem como melhor selecionar os recursos necessários para atuarmos no combate às chamas. O CBMPE disponibilizou um número de WhatApp para que essas informações fossem enviadas, porém a Corporação não recebeu retorno. O CBMPE informa ainda que esses dados são fundamentais para que ocorrências dessa natureza sejam atendidas, principalmente em zonas rurais, onde há uma maior dificuldade de localização, além de evitar trotes”.

Fonte: g1 – Petrolina

Programa Cisternas será retomado com investimento de R$ 562 milhões

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) anunciou nessa quinta-feira (27) a retomada do Programa Nacional de Apoio à Captação de Água de Chuva e outras Tecnologias Sociais (Programa Cisternas). Com acordos firmados e editais lançados, o investimento em 2023 será de mais de R$ 562 milhões, beneficiando 60 mil famílias.

Foram lançados dois editais para a contratação de cisternas de consumo e produção de alimentos no Semiárido e para a contratação de sistemas individuais e comunitários de acesso à água na Amazônia. Somadas, as chamadas públicas disponibilizarão R$ 500 milhões para a construção das tecnologias.

Também foi assinado um aditivo ao acordo de cooperação técnica (ACT) entre o MDS, a Fundação Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que permite retomar a parceria para a construção de cisternas no Semiárido. A iniciativa também associa a implantação das tecnologias a repasses financeiros e assistência técnica às famílias de produtores agrícolas de baixa renda pelo Programa Fomento Rural. Serão investidos pelo governo federal R$ 46,44 milhões.

Além disso, foi homologado um acordo judicial entre o MDS e a Associação Programa Um Milhão de Cisternas (AP1MC), que vai beneficiar 1.188 famílias e 216 escolas. Por meio do acordo, serão liberados R$ 16 milhões para a execução do Programa Cisternas atendendo famílias de baixa renda e garantindo o acesso a água de qualidade para consumo e produção de alimentos.

Execução do programa

O modelo de execução do Programa Cisternas envolve a parceria do governo federal com entes públicos e organizações da sociedade civil, via convênios ou termos de colaboração. O processo de implementação, que envolve as atividades de mobilização social, capacitação e organização do processo construtivo, ocorre a partir da ação de entidades privadas sem fins lucrativos, credenciadas previamente e contratadas pelos parceiros do MDS.

O programa começou a ser executado em 2003, atuando fortemente no Semiárido brasileiro, depois expandiu-se para outras áreas do Nordeste e atualmente tem experiências em outros biomas, inclusive o Amazônico. Segundo o MDS, em 20 anos, mais de 1,14 milhão de cisternas foram construídas em todo o país, sendo que até 2016 foram entregues mais de 1 milhão de unidades. (Fonte: Agência Brasil)

Estudo comprova que suco de uva brasileiro faz bem à saúde

Cientistas analisaram o suco de uva integral, elaborado a partir de variedades híbridas criadas pela Embrapa. MVicente/Embrapa

Ossucos de uvas produzidos no Brasil são extremamente ricos de compostos fenólicos bioacessíveis, que estão associados a diferentes benefícios à saúde como fortalecimento do sistema imunológico, prevenção de obesidade, diabetes e doenças cardíacas e neurodegenerativas.

Esta foi a conclusão de um estudo realizado pelo Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Os cientistas analisaram o suco de uva integral, elaborado a partir de variedades híbridas criadas pela Embrapa.

Os pesquisadores explicam que os compostos do suco de uva, que têm a capacidade de serem absorvidas pelo organismo após a digestão, são conhecidos também como fitoquímicos ou nutracêuticos. A pesquisa identificou e quantificou 24 desses compostos, dos quais 11 se revelaram bioacessíveis.

Essa descoberta foi feita seguindo o protocolo InfoGest, que simula a passagem desses compostos pela barreira intestinal, proporcionando uma visão mais precisa de como esses nutrientes interagem com o nosso organismo, dizem os pesquisadores.

A variedade BRS Carmem se destacou por apresentar o maior teor de fenólicos bioacessíveis — Foto: Embrapa/Divulgação

O estudo constatou que o suco da uva da variedade BRS Carmem se destacou por apresentar o maior teor de fenólicos bioacessíveis, indicando que fatores, como a variedade da fruta, devem ser mais explorados em estudos sobre alimentos funcionais. “Os resultados apontaram que cada variedade de uva avaliada é uma matriz complexa e única.”

Os compostos fenólicos mais bioacessíveis foram a catequina, a procianidina B2 e o ácido gálico, todos com bioacessibilidade superior a 100%. A pesquisa também sugere que a bioacessibilidade desses fitoquímicos está relacionada à variedade da uva e aos teores de açúcares e ácidos orgânicos da matriz, evidenciando que fatores como a escolha da variedade e grau de maturação da uva devem ser considerados pela indústria processadora de sucos.

Maria da Conceição Dutra, aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da UFBA, afirma que os sucos de uva integrais produzidos a partir das variedades avaliadas (BRS Carmem, BRS Magna, BRS Violeta e BRS Cora) podem ser caracterizados como bebidas funcionais com apreciável teor de fitoquímicos bioacessíveis, principalmente da classe dos flavanóis.

Os pesquisadores lembram que recentemente foram relatados efeitos benéficos dos polifenóis no sistema imunológico contra infecções por SARS-CoV-2, além de prevenir o risco de doenças cardíacas, diabetes mellitus tipo 2, diferentes tipos de câncer, obesidade, modulação da microbiota intestinal, Alzheimer, Parkinson e outras doenças neurodegenerativas.

A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente, Aline Biasoto, esclarece que os compostos fenólicos devem ser bioacessíveis para que possam exercer sua atividade bioativa e benéfica ao organismo humano. A bioacessibilidade foi avaliada pelos cientistas por modelos de digestão gastrointestinal in vitro.

“Após simular a passagem do suco integral pelas etapas da boca, estômago e intestino, a aplicação de membranas de diálise pode simular a mobilidade desses compostos pela barreira intestinal. A composição química da matriz do suco de uva difere da dos vinhos devido aos altos teores de açúcares, perfil de ácidos orgânicos e ausência de etanol, e esses fatores podem influenciar a bioacessibilidade dos compostos fenólicos”, explica Aline Biasoto.

Marcos dos Santos Lima, professor do IFSertãoPE, destaca que o Vale do Submédio São Francisco é hoje uma importante região produtora de sucos que tem investido na elaboração de sucos de uva de alta qualidade produzidos com variedades híbridas adaptadas ao clima tropical semiárido, como as quatro testadas. Atualmente, estima-se que sejam envasados 35 milhões de litros de sucos, entre integrais e concentrados.

No suco da variedade BRS Violeta, destacaram-se os flavanóis (-)-epigalocatequina galato e (+)-catequina — Foto: Divulgação/Embrapa

As uvas foram colhidas em abril de 2021 e cedidas por empresas localizadas em Petrolina (PE) e Casa Nova (BA). As variedades BRS Magna e BRS Carmem vieram da empresa Queiroz Galvão Alimentos, Fazenda Timbaúba, as variedades BRS Violeta e BRS Cora da Asa Indústria e Comércio e a variedade Isabel Precoce da empresa Grand Valle Industrial. Foram analisados parâmetros clássicos de qualidade de sucos de uva, seguindo as metodologias descritas pela Organização Internacional da Uva e do Vinho (OIV).

Nos sucos BRS Cora, BRS Magna e BRS Carmem, o principal flavanol quantificado foi a procianidina B2. No suco da variedade BRS Violeta, destacaram-se os flavanóis (-)-epigalocatequina galato e (+)-catequina. Em todos os sucos, quercetina-3-β-D-glicosídeo, rutina e ácido siringico também foram bioacessíveis após a digestão, em porcentagens razoáveis.

O trans-resveratrol, composto com muitos efeitos benéficos relatados na literatura, esteve presente como bioacessível em todas as etapas do processo digestivo para os sucos das uvas BRS Cora e BRS Carmem, com bioacessibilidades de 85,99% e 35,30%, respectivamente. No entanto, a bioacessibilidade deste fitoquímico parece ser influenciada pela variedade, pois nos sucos das uvas BRS Violeta e BRS Magna, este composto não foi detectado como bioacessível.

A variedade BRS Carmem também apresentou a maior fração bioacessível da maioria dos compostos fenólicos identificados como bioacessíveis, incluindo rutina, ácido gálico, ácido siringico, (-)-epicatequina galato, miricetina e ácido caftárico. A maior quantidade de compostos bioacessíveis, associada à variedade BRS Carmem, apresentou correlação positiva no suco com maiores teores de frutose, glicose e sólidos solúveis totais, menor acidez titulável e teores dos ácidos orgânicos quantificados.

Globo Rural