Pernambuco: Vereador do município de Água Preta tem mandato cassado por infidelidade partidária

O Tribunal Regional de Pernambuco (TRE-PE) decidiu, por unanimidade, cassar o mandato do vereador Edmilson Alexandre Fragoso da Silva, de Água Preta, na Mata Sul, por infidelidade partidária.

O vereador, que havia assumido a cadeira na Câmara Municipal em junho como 1° suplente do PSB, após a saída de um dos vereadores para assumir o Executivo, já que o prefeito e o vice-prefeito do município foram cassados, trocou o partido pelo PRD dois meses antes de tomar posse, o que gerou a ação.

Segundo o Tribunal, a troca de legendas foi realizada sem justa causa, por isso o mandato pertence ao PSB. A decisão tem aplicação imediata, mas cabe recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A desembargadora eleitoral Karina Aragão, não acolheu os argumentos levantados de que a chamada “janela partidária”, que permite a troca de partido por mandatários no período de 30 dias antes da eleição, poderia se aplicar também aos suplentes. A janela partidária de 2024 ocorreu entre 07/03/2024 e 05/04/2024, período em que Edmilson Fragoso trocou o PSB pelo PRD.

O TRE-PE determinou ainda que o presidente da Câmara de Água Preta que, em dez dias, emposse no cargo o 2º suplente do PSB, Paulo Romerito Gomes da Silva.

Prestações de contas do 1º turno devem ser apresentadas até terça-feira (5)

Partidos políticos, candidatas e candidatos devem apresentar a prestação de contas final de campanha do 1º turno das Eleições 2024 até as 23h59 desta terça-feira, 5 de novembro, por meio do Sistema de Prestação de Contas Eleitorais – SPCE.

Para as candidatas e candidatos, a prestação de contas deve incluir as receitas e gastos dos seus vices e suplentes, se for o caso. No caso de renúncia, indeferimento, cassação ou cancelamento do registro e também de substituição, a prestação de contas deverá ser feita considerando o período em que o candidato participou da campanha eleitoral. Ou seja: mesmo quem deixou a disputa antes da eleição acontecer é obrigado a prestar contas.

A partir deste ano, as cópias dos documentos comprobatórios poderão ser entregue em mídia eletrônica por meio do Sistema de Entrega de Mídia Eletrônica – SIEME. Para aqueles que preferirem a entrega presencial, os cartórios eleitorais estão preparados para receber as mídias, sem restrições.

Para a apresentação das contas, é obrigatória a constituição de advogada ou advogado. As normas para a prestação de contas de candidatas, candidatos e partidos estão especificadas na Lei nº 9.504/1997 e na Resolução TSE nº 23.607/2019.

Divulgação dos dados

Após a apresentação das contas finais, a Justiça Eleitoral publicará as informações no sistema DivulgaCandContas. Também determinará a imediata publicação de um edital, permitindo que o Ministério Público, qualquer partido político, candidata, candidato ou coligação, assim como outros interessados, possam contestá-las no prazo de três dias.

Sanções

A não apresentação das contas de campanha até o dia 5 de novembro impede que candidatas e candidatos obtenham a certidão de quitação eleitoral até o final da legislatura em que concorreram. Os efeitos dessa restrição se prolongam até que as contas sejam efetivamente apresentadas.

Para os partidos, a penalidade imediata pela falta de apresentação das contas é a perda do direito ao recebimento da cota do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, enquanto a irregularidade persistir. Além disso, pode ocorrer a suspensão do registro ou da anotação do partido, após decisão definitiva, mediante um processo regular que garanta ampla defesa.

 

TRE/PE

Justiça Eleitoral cassa mandatos de vereadores acusados de compra de votos em Toritama(PE)

Foto: reprodução

A Justiça Eleitoral de Toritama, no Agreste de Pernambuco, cassou os mandatos de dois vereadores do PSDB, Edijan Enildo da Silva e Severino Antônio da Silva, por suspeita de compra de votos. A decisão foi divulgada no último domingo (3), após registros de áudios no WhatsApp em que ambos admitiam a prática ilegal em grupos locais.

O juiz eleitoral Marcos José de Oliveira considerou a evidência de abuso de poder econômico, captação ilícita de sufrágio e abuso de poder político, determinando a cassação dos registros de candidatura e a inelegibilidade dos réus por oito anos. A sentença também inclui uma multa de R$ 53.205,00 para cada um dos envolvidos.

Os vereadores têm um prazo de três dias para recorrer da decisão, contado a partir da publicação no Diário Oficial.

Cidade no Ceará tem prefeito, vice-prefeito e todos os vereadores eleitos do PT

Se a nível nacional os resultados eleitorais do Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 2024 chegaram a gerar discussões entre a alta cúpula da sigla, no município de Ipaporanga, no interior do Ceará, o partido foi unanimidade: o prefeito, o vice-prefeito e todos os nove vereadores eleitos em 2024 na cidade são do PT.

O município de Ipaporanga tem cerca de 11.937 habitantes, conforme levantamento do IBGE, e um total de 8.731 eleitores. A cidade fica na região do Sertão de Crateús, próximo à divisa com o Piauí.

O atual prefeito do município, Amaro Pereira (PT), foi eleito em 2020 com 58,44% dos votos válidos contra 41,56% de Dedé Diogo (PL). Ele foi reeleito agora com 7.754 votos, o que corresponde a 91,96% dos votos válidos do município, o maior percentual entre os prefeitos do Ceará.

Além da votação expressiva do gestor, todos os nove vereadores eleitos para a Câmara Municipal são do PT:

  • Rosinha Portela (PT): 1.486 votos
  • Elivelson Rodrigues (PT): 992 votos
  • Valdery Cavalcante (PT): 973 votos
  • Elicia De Paula (PT): 810 votos
  • Michelle Barroso (PT): 631 votos
  • Tintim Bonfim (PT): 630 votos
  • Manoel Cândido (PT): 593 votos
  • Manoel Alves (PT): 543 votos
  • João Paulo (PT): 507 votos

Parte dos vereadores eleitos pelo PT nas eleições deste ano em Ipaporanga já tinham assento na Câmara Municipal na legislatura passada, mas trocaram de partido para concorrer neste ano: é o caso de Tintim Bonfim, Elicia de Paula e João Paulo, que eram do PDT, mudaram de partido e foram reeleitos agora pelo PT.

O movimento dos vereadores que saíram do PDT para o PT foi o mesmo do vice de Amaro. Quando Cleoto Bezerra foi eleito vice-prefeito em 2020 com Amaro, ele era do PDT. Em 2024, no entanto, se apresentou à corrida eleitoral filiado ao PT e concorreu numa chapa pura com o incumbente.

Situação é incomum, mas não ilegal

Ao g1, o professor do departamento de Direito Público da Universidade Federal do Ceará (UFC), Felipe Braga Albuquerque, explicou que o caso de Ipaporanga, em que um único partido elegeu todos os vereadores, é incomum, mas não ilegal.

“O partido que vai alcançando o coeficiente eleitoral vai elegendo o vereador. O que deve ter acontecido nesse caso é que o PT deve ter feito uma chapa muito forte, deve ter alcançado o coeficiente eleitoral, e os outros partidos não devem ter alcançado o coeficiente nenhuma vez”, apontou o docente.

Apesar de não haver uma ilegalidade, Felipe Braga destaca que o cenário pode afetar a competência da Câmara Municipal de fiscalizar as ações da prefeitura, isto é, do Poder Executivo municipal.

“Isso é ruim para a democracia, porque como é que vai ter oposição, fiscalização das atividades do município? Vai ficar tudo sobrecarregado nas costas do Ministério Público”, completa.

PT elegeu 46 prefeitos no Ceará

A despeito da hegemonia petista neste ano na prefeitura e na Câmara, Ipaporanga já vinha sendo comandado por sucessivas gestões petistas desde 2012.

Nestas eleições, o PT conquistou 46 prefeituras cearenses, o segundo melhor resultado do estado, atrás apenas do PSB, que elegeu 65 prefeitos. Os números do Ceará representam 18% do total de prefeitos que o PT elegeu no Brasil: foram 252 em todo o território nacional.

O estado também foi o único no qual o partido conseguiu eleger um prefeito de capital, Evandro Leitão (PT), que venceu André Fernandes (PL) no segundo turno com 50,38% dos votos válidos na disputa em Fortaleza.

G1 Ceará

PSDB, PDT, Cidadania e PSOL são varridos de capitais; PL ganha força, e PT ressurge

O número de partidos com prefeitos eleitos em capitais baixou de 12, nas eleições municipais de 2020, para oito nas atuais. A redução se deve aos fracassos de PSDB, PDT, Cidadania e PSOL. A queda não foi maior porque PL e PT, que não haviam conseguido vitórias em capitais na última disputa, tiveram eleitos para prefeituras nessas cidades.

A maior decadência é do PSDB. O partido, que protagonizou a política brasileira junto com o PT nos anos 1990, 2000 e começo dos 2010, havia conseguido eleger quatro prefeitos nas capitais nas últimas eleições. Era a segunda legenda com mais prefeitos nessas cidades, só atrás do MDB.

O partido seguinte no ranking da queda é o PDT. A sigla obteve as prefeituras de Aracaju (SE) e Fortaleza (CE) nas últimas eleições municipais, em 2020. Agora, não tem nenhuma. Cidadania e PSOL haviam conseguido uma prefeitura de capital cada um, e agora foram para zero.

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O maior crescimento foi do PL. O partido não havia conseguido eleger nenhum prefeito em capital em 2020. Mas no ano seguinte o então presidente Jair Bolsonaro se filiou à legenda e aumentou seu apelo eleitoral. Neste ano, a sigla ganhou em Maceió (AL), Rio Branco (AC), Aracaju (SE) e Cuiabá (MT).

O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentou uma espécie de fundo do poço em 2020. Naquele ano, a sigla ficou sem nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde a redemocratização. A vitória obtida pelo partido nesta edição da disputa, em Fortaleza, é simbólica: a cidade cearense foi a primeira capital que a legenda governou, ainda nos anos 1980.

O Estadão/Broadcast fez o levantamento com base nos dados de apuração das eleições divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja quantas prefeituras de capitais cada partido obteve neste ano:

  • MDB – 5 (Belém, Boa Vista, Macapá, Porto Alegre e São Paulo);
  • PSD – 5 (Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís);
  • PL – 4 (Aracaju, Cuiabá, Maceió e Rio Branco);
  • União Brasil – 4 (Goiânia, Natal, Salvador e Teresina);
  • Podemos – 2 (Palmas e Porto Velho);
  • PP – 2 (Campo Grande e João Pessoa);
  • Avante – 1 (Manaus);
  • PSB – 1 (Recife);
  • PT – 1 (Fortaleza);
  • Republicanos – 1 (Vitória).

A seguir, o ranking de vitórias dos partidos nas capitais nas eleições de 2020. A reportagem contou como parte do União Brasil os eleitos pelo DEM naquele ano, já que o partido surgiu da fusão do próprio DEM com o PSL.

  • MDB – 5 (Goiânia, Cuiabá, Teresina, Boa Vista e Porto Alegre);
  • PSDB – 4 (Natal, Porto Velho, São Paulo e Palmas);
  • União Brasil – 4 (Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro e Florianópolis);
  • PDT – 2 (Fortaleza e Aracaju);
  • PP – 2 (Rio Branco e João Pessoa);
  • PSB – 2 (Maceió e Recife);
  • PSD – 2 (Belo Horizonte e Campo Grande);
  • Avante – 1 (Manaus);
  • Cidadania – 1 (Macapá);
  • Podemos – 1 (São Luís);
  • PSOL – 1 (Belém);
  • Republicanos – 1 (Vitória).

Leia a lista completa de prefeitos eleitos nas capitais:

  • Aracaju (SE) – Emília Corrêa (PL), no segundo turno;
  • Belém (PA) – Igor Normando (MDB), no segundo turno;
  • Belo Horizonte (MG) – Fuad Noman (PSD), no segundo turno;
  • Boa Vista (RR) – Arthur Henrique (MDB), no primeiro turno;
  • Campo Grande (MS) – Adriane Lopes (PP), no segundo turno;
  • Cuiabá (MT) – Abílio Brunini (PL), no segundo turno;
  • Curitiba (PR) – Eduardo Pimentel (PSD), no segundo turno;
  • Florianópolis (SC) – Topázio Neto (PSD), no primeiro turno;
  • Fortaleza (CE) – Evandro Leitão (PT), no segundo turno;
  • Goiânia (GO) – Sandro Mabel (União Brasil), no segundo turno;
  • João Pessoa (PB) – Cícero Lucena (PP), no segundo turno;
  • Macapá (AP) – Dr. Furlan (MDB), no primeiro turno;
  • Maceió (AL) – João Henrique Caldas (PL), no primeiro turno;
  • Manaus (AM) – David Almeida (Avante), no segundo turno;
  • Natal (RN) – Paulinho Freire (União Brasil), no segundo turno;
  • Palmas (TO) – Eduardo Siqueira Campos (Podemos), no segundo turno;
  • Porto Alegre (RS) – Sebastião Melo (MDB), no segundo turno;
  • Porto Velho (RO) – Léo Moraes (Podemos), no segundo turno;
  • Recife (PE) – João Campos (PSB), no primeiro turno;
  • Rio Branco (AC) – Tião Bocalom (PL), no primeiro turno;
  • Rio de Janeiro (RJ) – Eduardo Paes (PSD), no primeiro turno;
  • Salvador (BA) – Bruno Reis (União Brasil), no primeiro turno;
  • São Luís (MA) – Eduardo Braide (PSD), no primeiro turno;
  • São Paulo (SP) – Ricardo Nunes (MDB), no segundo turno;
  • Teresina (PI) – Silvio Mendes (União Brasil), no primeiro turno;
  • Vitória (ES) – Lorenzo Pazolini (Republicanos), no primeiro turno.

Folha de Pernambuco