TRE mantém inelegibilidade de candidato com mais votos e determina novas eleições em Ruy Barbosa (BA)

Bonifácio (MDB) venceu nas urnas na cidade de Ruy Barbosa, mas não pode ser considerado eleito — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Em votação unânime realizada nesta segunda-feira (21), o Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) manteve a inelegibilidade de Bonifácio (MDB), candidato mais votado na disputa pela Prefeitura de Ruy Barbosa, cidade a 320 km de Salvador. A Corte também determinou a realização de nova eleição no município, mas o político ainda pode recorrer.

Postulante mais votado no pleito do último dia 6, com 9.999 mil votos, Bonifácio está com a candidatura sub judice, enquanto o processo tramita na justiça.

Ele teve a candidatura indeferida por problemas em sua gestão anterior como prefeito da cidade. O Tribunal de Contas do Município (TCM) recomendou e a Câmara de Vereadores rejeitou a prestação de contas do ano de 2016, apontando desvios em recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Com isso, a coligação “União, Trabalho e Desenvolvimento” pediu o indeferimento da candidatura dele — o candidato representado pelo grupo, Marivaldo Leite (PSD), foi o segundo mais votado no pleito — e a justiça acatou o pedido em primeira instância. Para a juíza à frente do caso, houve dolo genérico nas irregularidades, quando há a simples intenção no ato ilegal, sem indicação de beneficiários.

A defesa de Bonifácio, então, recorreu ao TRE, com o argumento de que a legislação atual exige dolo específico para atestar inelegibilidade. Mas como explicou o desembargador Moacyr Pitta, que havia pedido mais tempo para estudar o caso, essa especificidade significa mais do que a simples conduta ilegal, se trata da lesão ao bem público para benefício próprio ou de terceiros.

Bonifácio (MDB) foi o mais votado para prefeito em Ruy Barbosa, mas ainda não pode ser considerado eleito — Foto: Divulgacand

Nesse sentido, ao analisar os documentos referentes à rejeição de contas, o magistrado entendeu que há, sim, dolo específico. “Esse é um caso tão evidente de ato doloso de improbidade administrativa”, apontou.

Para embasar seu voto pelo indeferimento da candidatura, Pitta leu trechos do documento, que indica desvio dos recursos do Fundeb por parte do então prefeito “em conluio com empresas”, superfaturamento resultante dos contratos e mais de R$ 1 milhão em prejuízo para a administração municipal. O caso rendeu até uma operação da Polícia Federal.

“O ânimo de lesar o erário é evidente”, concluiu o desembargador. O voto dele e do desembargador-relator Pedro Rogério Castro Godinho foi seguido pelos colegas.

Em meio a mais essa derrota na justiça, Bonifácio ainda pode recorrer contra a decisão da Corte baiana no Tribunal Superior Eleitoral. O g1 procurou a defesa do político, que confirmou a intenção de levar o caso à instância superior.

Em nota enviada ao portal, o advogado Thyers disse que a decisão é “incompreensível sob o ponto de vista processual”. “Todos os outros acórdãos do TRE, decorrentes de recursos apontados na defesa, acolheram a tese da necessidade da demonstração do dolo específico, qual fosse: a intenção do agente de praticar a ilegalidade para tirar proveito financeiro, e enriquecimento ilícito, circunstância que não foi reconhecida na sentença [em primeira instância], mas que foi introduzida na decisão com uma nova motivação, entendendo que o caso era de corrigir o erro do juiz, porque seria o caso de dano específico”, argumentou.

Ainda não há data para que o caso seja pautado no TSE. Se os ministros refutarem o entendimento das outras instâncias, Bonifácio será declarado prefeito eleito de Ruy Barbosa. Caso contrário, uma nova eleição será feita, sem a participação do candidato.

Situação em Vitória da Conquista

Embora tenha conquistado mais de 58,83% dos votos para a Prefeitura de Vitória da Conquista, a atual prefeita Sheila Lemos (União) ainda não pode ser considerada eleita. Isso porque a Justiça Eleitoral da Bahia a julgou inelegível, mas a candidata entrou com recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Sheila Lemos em dia de votação em Vitória da Conquista — Foto: Vinícius Lacerda

Como o julgamento definitivo não ocorreu até domingo (6), data da eleição em primeiro turno, os votos para Sheila aparecem como “anulado sub judice”. Na prática, eles serão desconsiderados até que o julgamento seja concluído.

A candidatura de Sheila Lemos foi indeferida pelo Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) no último dia 16. Na ocasião, a maioria dos magistrados entendeu que a prefeita e sua mãe, Irma Lemos, somavam três mandatos consecutivos da mesma família. Entenda o contexto:

👉 O conflito começa em 2020. Naquele ano, Herzem Gusmão encerrava seu mandato como prefeito, tendo Irma Lemos como vice. Quando ele foi internado com coronavírus, em dezembro, a mulher assumiu como prefeita interinamente.

👉 Na eleição daquele ano, Herzem também foi reeleito, mas com Sheila Lemos na posição de vice. Como ele morreu em decorrência da Covid-19, ela assumiu a prefeitura definitivamente.

👉 Com isso, diversos partidos (PT, PCdoB, PV, PSOL, Rede, PSB e PSD) ingressaram com pedido de impugnação da candidatura de Sheila no pleito de 2024, argumentando que seria o terceiro mandato consecutivo da mesma família, violando a legislação eleitoral.

👉 Inicialmente, a Justiça Eleitoral de Vitória da Conquista rejeitou o pedido de inelegibilidade, deferindo a candidatura de Sheila.

👉 Depois, um recurso julgado no Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) reverteu a decisão. No julgamento que se encerrou em 16 de setembro de 2024, três de quatro magistrados concluíram pela indeferimento da candidatura.

👉 A prefeita, então, recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que ainda não concluiu o julgamento. O resultado da eleição depende dessa análise no judiciário.

Em nota, o TRE-BA afirmou que a candidatura de Sheila está “indeferida com recurso”. Sendo assim, o pleito segue indefinido.

“Embora tenha recebido a maioria dos votos, não será proclamado o resultado da eleição no município, pois aguarda-se decisão do Tribunal Superior Eleitoral”, confirmou a Corte regional.

G1

Eleitor no Maranhão diz que vendeu voto por 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e madeira: ‘Ficaram me ameaçando’

Em Nova Olinda do Maranhão, os mais de 14 mil habitantes viveram a disputa pela prefeitura mais acirrada em todo o país.

Uma diferença de dois votos deu a vitória ao candidato Ary Menezes (PP), eleito na disputa contra Thaymara Amorim (PL).

Após a disputa apertada, no entanto, alguns eleitores confessaram ter vendido o voto em favor de Ary Menezes. E denunciaram que passaram a receber ameaças e represálias.

O lavrador Danilo Santos é um deles. Ele admitiu que foi procurado antes da votação e aceitou vender o seu voto.

“Ary Menezes, com Ronildo, Cleo Barros, foram na minha casa, entendeu? Pra gente fechar um compromisso”, revelou, citando Ronildo da Farmácia (MDB), o vice de Ary Menezes, e Clecia Barros (Republicanos), aliada de Ary. Ele revelou que o trio perguntou o que ele queria em troca do voto.

“Falei que era 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles falaram para mim que se fosse só isso, já estava tudo comprado. Que no outro dia era para eu ir buscar lá no galpão”, contou.

Danilo disse que não recebeu tudo o que foi prometido. E, por isso, mudou de ideia. E dois dias depois da eleição, um caminhão da prefeitura retirou as telhas da casa dele.

“Como não me deram o material todo, ficaram me ameaçando.”

Segundo Danilo, dois dias depois das eleições, o caminhão da prefeitura foi retirar o material do endereço dele.

Outra eleitora, a pescadora Luciane Souza Costa, também foi ameaçada. Ela decidiu não votar em Ary e nem na vereadora indicada por ele depois que o marido dela recebeu dinheiro pela compra do voto. Imagens gravadas por Luciane mostram um homem, que tem o número do candidato a prefeito na camisa, a ameaçando.

“Como eu não peguei o dinheiro, foi o meu marido que pegou, e eu postei nos meus ‘Status’ dando apoio para a minha vereadora, me ameaçaram de morte, eu, meu marido e minhas filhas. Que se a gente não votasse neles, eles iam matara a gente.”

Outro lado

 

Por nota, o prefeito eleito Ary Menezes disse que “a compra e venda de votos compromete a democracia do pleito e deve ser apurada pela justiça eleitoral”, e se colocou à disposição para esclarecimentos.

Ronildo da Farmácia, o vice-prefeito eleito, negou as acusações. “Eu dou a garantia que da minha parte e da parte do Ary, 100% de certeza que não oferecemos dinheiro em troca de votos para ninguém. Fizemos uma campanha limpa, está entendendo?”

A defesa de Clélia Barros disse em nota que “Clélia não tem conhecimento sobre a captação ilícita de votos apontada na reportagem”, e que “a cliente tem a vida pública pautada por honestidade, sempre respeitando os pilares da democracia”.

G1/Fantástico

Em agradecimento pela sua votação, Joaquim da Rocinha reafirma compromisso com população do interior de Lagoa Grande

Em entrevista nesta quinta(17), ao Programa Opinião da Grande Rio AM,  Joaquim da Rocinha, vereador eleito pelo PSD de Lagoa Grande no último dia 06/10, fez agradecimentos ao seu eleitorado.

Joaquim agradeceu em especial ao povo do interior, pelos 777 votos recebidos, com destaque para a região do Distrito de Jutaí, de onde saiu majoritário.

O vereador reafirmou seu compromisso em seguir com a sua bandeira de levar água ao interior através do projeto da adutora, projeto esse que já está elaborado na Codevasf para levar água a várias comunidades chegando até Jutaí.

“Em todas as portas que eu bater, eu vou falar dessa adutora. Se for pra ir em Brasília a gente tá pronto pra ir, se for pra ir a Recife a gente tá pronto pra ir, só que a gente precisa que ela saia do papel”, reafirmou Joaquim da Rocinha.

O projeto foi elaborado através de uma ação do deputado federal Fernando Filho, de quem Joaquim é aliado de primeira hora e, que contará com o apoio para a execução dessa importante ação hídrica.

Ele também destacou que as comunidades do interior está tendo dificuldades com falta d’água, mesmo com o apoio do Exército e da prefeitura municipal, se faz necessário o governo do estado fazer sua parte colocando mais carros pipas.

Outra luta do vereador em seu mandato, será a valorização da caprinovinocultura com a realização e implantação de projetos para ajudar os criadores.

Joaquim ainda disse que irá caminhar em parceria com a prefeita Catharina Garziera na busca por ações e recursos para o município.

 

Senador Humberto Costa avalia desempenho do PT nas eleições municipais de 2024

Senador Humberto Costa (PT) – Foto: Wellington Ribeiro/Blog Ponto de Vista

O senador Humberto Costa (PT) avaliou o desempenho do Partido dos Trabalhadores nas eleições municipais de 2024, destacando a dispersão partidária e o impacto das emendas parlamentares no resultado das urnas. Em entrevista com Wellington Ribeiro, do Blog Ponto de Vista, e Pedro Paulo e Aderval Barros, da TV Nova, o senador comentou que, embora o PT tenha crescido em relação às últimas eleições, o partido conquistou apenas seis prefeituras dos 184 municípios pernambucanos.

MST elege quatro Sem Terras para vereador em PE, além de aliados entre eles, Ademar Nonato de Lagoa Grande

Essa eleição do último 06/10, ficou comprovado que foi a primeira eleição em que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) teve como estratégia o lançamento de candidaturas próprias.

No país, 133 integrantes sem terras foram eleitos, sendo que em Pernambuco, foram 43 nomes na disputa, dos quais 4 foram eleitos, tendo em alguns municípios o MST não lançando candidatos mas apoiou nomes.

Entre estes, mais quatro foram eleitos.

Saiba quem são.

Vereadores Sem Terra

Edílson Barbosa (PT), em Caruaru – O agricultor “Edilson do MST” é dirigente do movimento em Caruaru e vice-presidente do PT no município.

Luis Otávio “Tato” Mendes (PT), em João Alfredo – O jovem articulador político Tato Mendes é um militante da luta LGBT e do MST, além de presidente municipal do PT em João Alfredo.

Lucas Souza (Podemos), em Ibimirim – Também jovem, Lucas Souza é filho de agricultores, tendo trabalhado como feirante durante parte da vida, além de ajudante de pedreiro. Cursou fisioterapia, duas pós-graduações e hoje é professor universitário em instituições privadas da região.

Auzenir Santos (PP), em Santa Maria da Boa Vista – A professora Auzenir é uma assentada da reforma agrária, que conquistou sua terra e moradia através da luta junto ao MST. Ela é professora de ensino fundamental e médio. Auzenir teve amplo apoio nas áreas de assentamentos do município, sendo a mulher mais votada de Santa Maria da Boa Vista.

Os aliados

Gilson Julião (MDB), em Santa Cruz do Capibaribe – O historiador, professor de ensino fundamental e vereador Gilson Julião contou com o apoio do MST para se reeleger. Ex-militante estudantil, ele também é advogado, mestre em direito e especialista em Direito da Infância.

César Augusto Lucena (PT), em Camocim de São Félix – O jovem economista César Lucena foi o candidato apoiado pelo MST e por outros movimentos populares do município.

Ademar Nonato (MDB), em Lagoa Grande – Com apoio do MST, o agricultor Ademar Nonato foi o segundo vereador mais votado do município, recebendo 1.407 votos, sendo o segundo mais votado. Ele que sempre esteve envolvido no apoio ao movimento e suas lideranças no município.

José Jobson Ferreira (PSB), em Agrestina – O popular “Jobinho”, que se candidatou pela primeira vez a uma cadeira na Câmara de vereadores, contou com o apoio do MST para assegurar a 11ª e última cadeira na próxima legislatura.