Estátua dedicada a Reginaldo Rossi é pichada

Menos de 20 dias após a inauguração, a estátua dedicada ao saudoso músico Reginaldo Rossi já foi alvo de depredação. A peça, feita em argila, está localizada no Pátio de Santa Cruz, no bairro da Boa Vista, área central da capital pernambucana. O custo total foi de R$ 35 mil e saiu dos cofres da Prefeitura do Recife, ou seja, do povo.

Criminosos, no entanto, já se sentiram confortáveis para atacar a escultura, criada pelo arquiteto e escultor Demétrio Albuquerque. A garrafa que compõe a estátua do Rei do Brega está pichada(Blog do Marcelo Patriota).

Nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala torna-se primeira mulher a liderar OMC

Okonjo-Iweala

A nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças do país africano, foi nomeada hoje (15) para chefiar a Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela tornou-se a primeira mulher e africana a liderar a organização.

“Os membros da OMC acabam de aceitar nomear Ngozi Okonjo-Iweala como próxima diretora-geral da OMC. A decisão foi tomada por consenso durante uma reunião especial do Conselho Geral realizada hoje”, indicou a organização poucos minutos após o início do encontro.

Okonjo-Iweala assume suas funções no dia 1º de março e o seu mandato, que pode ser renovado, expira em 31 de agosto de 2025.

Ela substituirá o diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, que renunciou ao cargo em setembro do ano passado. O posto de diretor-geral da OMC estava vago desde a ocasião, porque a administração de Donald Trump apoiava a ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee, o que obstruía a indicação por consenso.

Dias após tomar posse, o presidente norte-americano Joe Biden mudou a orientação do país e passou a apoiar a indicação da nigeriana. A candidata sul-coreana desistiu da disputa no início de fevereiro, abrindo caminho para a escolha de Okonjo-Iweala.

Desafios

Autodenominada “realizadora” e conhecida por enfrentar problemas aparentemente insolúveis, Okonjo-Iweala terá muito com que se ocupar na entidade comercial mesmo sem Donald Trump, que ameaçou retirar os Estados Unidos da OMC.

Como diretora-geral, uma posição que concede poder formal limitado, Okonjo-Iweala, de 66 anos, precisará intermediar tratativas comerciais internacionais perante um conflito persistente entre os Estados Unidos e a China, reagir à pressão pela reforma das regras comerciais e se contrapor ao protecionismo acentuado pela pandemia de covid-19.

No discurso feito na OMC após a vitória, ela disse que fechar um acordo comercial na próxima grande reunião ministerial será uma “das maiores prioridades”, e também exortou os membros a rejeitarem o nacionalismo da vacina, de acordo com um delegado presente à reunião fechada, que foi realizada virtualmente.

No mesmo discurso, ela descreveu os desafios que a entidade enfrenta como “numerosos e traiçoeiros, mas não insuperáveis”.

O comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, disse que espera trabalhar estreitamente com ela para impulsionar uma “reforma muito necessária da instituição”.

Perfil

Veterana de 25 anos do Banco Mundial, onde supervisionou um portfólio de US$ 81 bilhões, Okonjo-Iweala enfrentou sete outros candidatos defendendo a crença na capacidade do comércio de tirar as pessoas da pobreza.

Ela estudou economia do desenvolvimento em Harvard depois de testemunhar uma guerra civil na Nigéria na adolescência. Em 2003, ela voltou ao país para servir como ministra das Finanças, e apoiadores ressaltam sua postura rígida nas negociações, que ajudou a selar um acordo de cancelamento de bilhões de dólares de dívida nigeriana com as nações credoras do Clube de Paris em 2005.

* Com informações da RTP, NHK e Reuters

Com vacina em falta, Bolsonaro libera arma, anda de jet ski, ataca imprensa

15.fev.2021 – O presidente Jair Bolsonaro em aglomeração em praia em São Francisco do Sul (SC) durante passeio de jet-skiImagem: Reprodução/Facebook/Saochicoonline

Bolsonaro engatou uma sequência de medidas e declarações que agradou o bolsonarismo-raiz e gerou indignação no naco racional da sociedade. Dois anos depois, reedita a tática carnavalesca do “golden shower”, usando outras polêmicas para disfarçar a incompetência e a falta de rumo de seu governo.

Quem vê um presidente andando de jet ski e causando aglomerações propositais no litoral de Santa Catarina, na segunda (15) e no sábado (13), imagina que está tudo bem com a nação que ele “governa”.

Porém, o Brasil ostenta: a) quase 240 mil mortos (oficialmente) por covid-19; b) uma média móvel com mais de mil óbitos por dia nos últimos 26 dias; c) a demora no retorno do auxílio emergencial que poderia tirar pessoas da fome causada pela pandemia; d) várias cidades interrompendo a imunização de idosos porque simplesmente não há mais vacina disponível.

Vale lembrar que quando era a hora de fechar com mais laboratórios acordos de compras de imunizantes, Bolsonaro preferiu fazer propaganda de remédios ineficazes no tratamento da covid e atacar a própria vacina, colocando em dúvida a sua segurança. Por causa da decisão do presidente, idosos permanecem em risco sem poder se vacinar.

Na esteira da cloroquina e da ivermectina, Bolsonaro anunciou, também nesta segunda, que vai testar com brasileiros um spray nasal que está sendo estudado por um centro de pesquisas em Israel para o tratamento da covid-19. O produto é usado contra o câncer de ovário.

A eficácia ainda não foi comprovada, mas o que importa é que o presidente tenha algo novo para apresentar no lugar da vacina. E empurrar todos de volta à vida normal, mesmo que a segunda onda ainda afogue multidões, diariamente em hospitais.

Feriado de carnaval acabou sendo usado na estratégia de comunicação de Bolsonaro

Nesta sexta (12), ele publicou quatro decretos, que aumentaram o limite de compra de armas e de munição por pessoa, além de ter dificultado a fiscalização de arsenais particulares. Milicianos e traficantes, que herdam armas adquiridas no mercado legal, e a galera que está na pilha de fuzilar a democracia caso o capitão perca a eleição de 2022, celebraram a decisão.

Ela deve ser revista no Congresso Nacional ou no Supremo Tribunal Federal. Mas até lá, pessoas vão usar o seu texto para comprar armas e o presidente usará o bafafá gerado para animar a base.

Bolsonaro também atacou a imprensa, afirmando, nesta segunda, que “o certo é tirar de circulação” jornais e sites que ele considera “fábricas de fake news”. Claro que o fato de ele ter citado veículos de comunicação que denunciam os crimes que seu governo comete não é só um detalhe.

Disse, contudo, que não faria isso porque se considera um “democrata” – sim, Jair tem um senso de humor tão mórbido quanto sua visão de mundo. Gerou mídia na própria mídia.

Causar aglomerações nas praias, defender remédios experimentais, atacar a imprensa e, principalmente, editar decretos que liberam armas são formas de o presidente sequestrar a pauta, no momento em que sobe o tom de cobrança da população sobre o governo por conta da escassez de vacinas, de oxigênio, de auxílio emergencial e de vergonha na cara.

Excitados e felizes por conta de um presidente que atende sua pauta antidemocrática e violenta, um naco de seus seguidores mais fiéis acaba também por ignorar que o seu líder, eleito prometendo uma política sem tom-lá-da-cá, alugou a ala fisiológica do Congresso Nacional para fugir do impeachment e pavimentar sua reeleição.

Fomentar a impressão de batalha constante contra o mal é fundamental para que a base do bolsonarismo, que esteve com o presidente desde que ele perdeu a guelras e saiu da água, mantenha-se coesa e orientada a ficar firme com ele. Como lemingues suicidas.

Em 2019, Bolsonaro promoveu um vídeo de cunho sexual e depois elevou “golden shower” à categoria de polêmica nacional, afirmando que aquilo era a prova da baixaria do carnaval.

Com isso, alegrou uma parte dos eleitores radicais, renovando as promessas de apoio. Jogou fumaça naquilo que é impopular em seu governo, disfarçando a letargia em áreas importantes. E conseguiu avançar um pouco na disputa simbólica de sua pauta ultraconservadora.

Dois anos depois, aqui vamos nós de novo.

Em tempo: Bolsonaro montado num jet ski tornou-se uma das imagens icônicas do negacionismo presidencial após ele ter feito isso, no dia 9 de maio do ano passado, quando o país atingiu seus primeiros 10 mil óbitos por covid. Queria passar a imagem de normalidade para forçar a população a voltar às ruas. Acabou transmitindo que, em 9 de maio, não estava nem aí para as mortes. E que, neste 15 de fevereiro, continua não se importando.

Uol

 

Morre Sérgio Jardelino, vice-presidente do Diario de Pernambuco

O vice-presidente do Diario de Pernambuco, Sérgio Jardelino, faleceu neste domingo, em consequência de complicações causadas pela Covid-19. Ele tinha 63 anos e deixa esposa e dois filhos.

O publicitário esteve internado nos últimos dias na UTI do Hospital Hapvida, no Recife. No Jornal Diario de Pernambuco, atuou como vice-presidente por 17 meses.

NOTA DE PESAR

O Diario de Pernambuco lamenta profundamente o falecimento do seu vice-presidente Executivo, Sérgio Jardelino, ocorrido neste domingo, em consequência de complicações causadas pela Covid-19. 

A direção e todo o corpo funcional da empresa se solidarizam com a família neste momento de tristeza e dor. 

Jardelino fez um trabalho extraordinário ao longo dos 17 meses em que esteve à frente da vice-presidência Executiva do jornal. A ele, todo o nosso agradecimento e reconhecimento.

Folha de PE

Dia Mundial do Rádio é celebrado neste sábado

Em todo país, circulam ondas eletromagnéticas que transmitem informações importantes para a garantia de direitos e para a democracia. Tais ondas podem ser decodificadas por pequenas caixas que podem funcionar apenas com pilhas. De tão relevantes, essas caixas têm, a elas, um dia que foi mundialmente reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): o Dia Mundial do Rádio, comemorado neste sábado, 13 de fevereiro.

O potencial comunicativo do rádio já foi comprovado em vários momentos ao longo da história. Em um deles, ocorrido em outubro de 1938, milhares de norte-americanos entraram em pânico ao ouvirem, na rádio CBS, o ator Orson Welles alertando sobre uma suposta invasão de marcianos.

Tratava-se apenas de um programa de teleteatro, uma versão radiofônica do livro A Guerra dos Mundos, de H.G Wells. Ao se dar conta do alvoroço entre a população, a emissora teve de interromper o programa para esclarecer o fato aos ouvintes que não haviam assistido a parte inicial da transmissão.

O mais democrático

Valter Lima
O jornalista Valter Lima comanda, desde 1986, o programa Revista Brasil, da Rádio Nacional – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“O rádio é, sem dúvida, o mais democrático de todos os meios de comunicação. Para desfrutar dele, não há necessidade de pagar internet, nem de ter energia elétrica. Basta ter pilha ou uma bateria”, argumenta o jornalista Valter Lima, âncora, desde 1986, de um dos programas radiofônicos mais longevos do Brasil: o Revista Brasil, da Rádio Nacional, veículo da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

O aspecto democrático que compõe a essência do rádio é também corroborado pela Unesco que instituiu a data de hoje, 13 de fevereiro, como o Dia Mundial do Rádio.

“A estratégia da Unesco é a de fortalecer o rádio, que é o veículo mais essencial, principalmente nos muitos países onde, seja por conflitos, catástrofes ou por falta de estrutura, não há internet nem energia elétrica acessível para a população. Nesses casos é o rádio que consegue localizar e salvar vidas, justamente por conta da possibilidade de depender apenas de pilha para ser usado”, disse à Agência Brasil o coordenador de comunicação e informação da Unesco no Brasil, Adauto Cândido Soares.

Violência contra radialistas

Adauto Soares acrescenta que o interesse da Unesco em trabalhar neste campo da comunicação está relacionado à visão de que o acesso à informação é parte integrante do direito à comunicação. “Até porque, sabemos, quando um país tem sua democracia atacada, é o direito à comunicação o primeiro a ser silenciado.”

Segundo o coordenador da Unesco, que desenvolve também um trabalho de denúncia de violações de direitos humanos contra jornalistas, os radialistas são as maiores vítimas desse e de outros tipos de violação.

“De um total de 56 jornalistas assassinados em todo o mundo em 2019, 34% atuavam no rádio; 25% em TV; 21% em mídia online; 13% em mídia impressa e 7% em plataformas mistas. Desse total, três mortes ocorreram no Brasil”, disse, citando números do levantamento Protect Journalists, Protect the Truth, publicado pela Unesco em 2020.

Novas tecnologias

A criatividade é uma das características que sempre acompanharam o rádio. Com a chegada de novas tecnologias, em especial, as ligadas à tecnologia da informação, o rádio manteve seu aspecto inovador e continua a se reinventar.

Presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Flávio Lara Resende lembra que muito se falou sobre a morte do rádio, com a chegada da TV. “Foi quando o rádio perdeu espaço. Mas não perdeu importância”, disse.

“Se perdeu alguma importância após a chegada da TV, depois voltou a ganhar [importância] quando apareceram novas plataformas, e ele se reinventou, apresentando programações segmentadas, canais específicos de jornalismo herdados, influenciados e influenciadores da TV”, disse o presidente da Abert.

Rádio Nacional lança perfil na plataforma Spotify Listas foram criadas com curadoria de radialistas das emissoras da EBC
Rádio Nacional lança perfil na plataforma Spotify. Listas foram criadas com curadoria de radialistas das emissoras da EBC – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

“Hoje, com a internet, ouve-se a notícia radiofônica e vê-se os jornalistas que fazem a notícia. O rádio continua a ter grande importância e está aumentando cada vez mais, reinventando-se diariamente”, acrescentou.

Diante da necessidade de se reinventar constantemente, a Rádio Nacional lançou recentemente (no dia 10 de fevereiro, em meio às celebrações pelo Dia Mundial do Rádio) seu perfil na plataforma Spotify no qual o público pode ouvir – onde e quando quiser – “o melhor da música brasileira”. Para acessar o serviço, basta acessar as playlists “É Nacional no Spotify”.

Estatísticas

Rádio,Monitor de volume, Loudness Monitor
O Brasil registra 5,1 mil rádios comerciais, 700 educativas, 458 rádios públicas e 4,6 mil comunitárias, segundo o Ministério das Comunicações – Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com o Ministério das Comunicações há, no Brasil, cerca de 5,1 mil rádios comerciais (3.499 na banda FM; e 1325 nas bandas AM, entre ondas médias, curtas e tropicais). Há, ainda, cerca de 700 rádios educativas; 458 rádios públicas; e 4.634 rádios comunitárias.

Na pesquisa Inside Radio, na qual são apresentados aspectos relativos a comportamento e hábitos de ouvintes de rádio, a Kantar Ibope Media constatou que o rádio é ouvido por 78% da população nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas. Além disso, três a cada cinco ouvintes escutam rádio todos os dias. E, em média, cada ouvinte passa cerca de 4h41m por dia ouvindo rádio.

O levantamento avalia também questões relativas à adaptação do rádio à web, bem como novas formas de consumo de áudio, como podcasts e conteúdo on demand.

De acordo com a pesquisa, 81% dos ouvintes escutam rádio por meio de rádio comum; 23% pelo celular; 3% pelo computador; e 4% por meio de outros equipamentos, como tablets.

O crescimento que vem sendo observado na audiência via web demonstra, segundo a Kantar, “a grande capacidade de adaptação do rádio”. Segundo a pesquisa, 9% da população que vive nas 13 regiões metropolitanas pesquisadas ouviram rádio web nos últimos dias. O percentual é 38% maior do que o registrado no mesmo período de 2019.

Em um ano (entre 2019 e 2020), o tempo médio diário dedicado ao rádio via web aumentou em 15 minutos, passando de 2h40 para 2h55, diz a pesquisa. Além disso, 16% dos ouvintes pesquisados escutam rádio enquanto acessam a internet.

Os podcasts também têm ganhado popularidade. Entre os ouvintes de rádio que acessaram a internet durante a pandemia, 24% ouviram podcasts; 10% aumentaram o uso de podcasts; e 7% ouviram um podcast pela primeira vez.

As chamadas lives também registraram aumento de audiência durante a pandemia, com 75% dos entrevistados dizendo ter começado a assistir lives de shows a partir do início das medidas de isolamento social impostas pela pandemia de covid-19. Ainda segundo o levantamento da Kantar, 75% dos ouvintes de rádio disseram ouvir rádio “com a mesma intensidade, ou até mais”, após as medidas e 17% disseram ouvir “muito mais” rádio após o isolamento.

Preocupação

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Participação dos ouvintes é a essência do rádio, segundo o radialista da EBC Valter Lima.- Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

A associação do rádio com novas tecnologias, no entanto, deve ser vista com cautela, para não acabar inviabilizando o formato tradicional desse tão importante veículo. “Emissoras de rádio hoje são em rede, mas a do interior, com outra realidade, não tem essa capacidade de recurso para investimento, como as grandes redes estão fazendo, em especial, quando transformam rádio em uma nova espécie de televisão”, alerta o jornalista Valter Lima.

Segundo ele, ao condicionar o rádio à necessidade de contratação de serviços como o de internet, perde-se exatamente o aspecto democrático que esse veículo sempre teve. “Uma coisa que achatou o desenvolvimento do rádio, infelizmente, foi o fato de ele estar nas mãos de grupos poderosos que possuem também emissoras de televisão [e, em alguns casos, vendem também serviços de internet]. Isso causa um grande desequilíbrio porque, enquanto as TVs estão com equipamentos cada vez mais modernos, há, no interior do Brasil, muitas rádios ainda operando com equipamentos que já até deixaram de ser fabricados”, acrescenta.

Rádios comunitárias

O radialista destaca também o importante papel que as emissoras de rádio comunitárias têm para as regiões “ainda que pequenas” às quais prestam o serviço. Segundo ele, pela proximidade que têm com suas comunidades, essas rádios estão muito mais “antenadas”, com as necessidades locais, do que os grandes grupos de radiodifusão.

Entre os muitos desafios das rádios comunitárias, Valter Lima destaca a necessidade de elas saírem das amarras burocráticas impostas pela legislação.

“É por causa disso que essas rádios, com serviços tão importantes para suas comunidades, não conseguem ir além daquele pedaço tão pequeno. Há também as dificuldades para conseguirem lucros mínimos, de forma a poderem investir e evoluir”, disse o jornalista.

Programas inteligentes

Valter Lima lembra que toda emissora de rádio precisa de ouvintes, e que, para alcançá-los, sempre teve de recorrer a programas inteligentes, criativos e, sobretudo, participativos.

“O conceito de rádio não é o de ser apenas uma caixinha para ser ouvida quando ligada. Rádio precisa ter participação. Precisa ser um espaço para o público dar a sua opinião aos chamados ‘formadores de opinião’. A TV até dá algum espaço para isso, mas nada se compara ao rádio.”

Lara Resende, da Abert, também vê, na interatividade do rádio, um de seus grandes méritos. “A fidelização do ouvinte de rádio é muito interessante porque ele passa a achar que faz parte do programa. Hoje, inúmeras plataformas permitem comentários. Com isso, o rádio ficou ainda mais participativo”, disse.

Tempo real

Um outro aspecto acompanhou o rádio ao longo de sua história: a rapidez com que a notícia é dada, quase que simultaneamente ao fato noticiado. Anos depois, com a ajuda de equipamentos tecnológicos como celulares e internet móvel, outros veículos ganharam velocidade e deram a esse novo tipo de jornalismo veloz o nome de tempo real.

“O rádio sempre foi e continua sendo o primeiro a dar a notícia. O furo é sempre do rádio. Essa é a nossa rotina. Enquanto o outro veículo está digitando texto ou preparando a transmissão nós já estamos no ar usando apenas um aparelho telefônico”, explica Valter Lima.

“Antes do advento do celular, a notícia era dada por meio dos famosos orelhões. Os repórteres andavam com umas 20 fichas no bolso e um cadeado. Sim, um cadeado para travar o telefone, de forma a inviabilizar seu uso pelo concorrente”, lembra o radialista.

Agência Brasil