Denúncia: Paciente de hemodiálise têm transporte cortado em Santa Filomena

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A paciente de hemodiálise Maria da Penha reclama que o transporte até o Mulungu / PE-630 foi cortado  depois das eleições de 15 de novembro, pela Prefeitura de Santa Filomena (PE). A Secretária municipal de saúde mandou um funcionário avisar: “Os carros estão todos em revisão e não temos mais motoristas por conta do fim do mandato”.

A agricultora Maria da Penha, faz hemodiálise três vezes por semana. Ela anda debilitada devido ao desgaste causado pela doença nos últimos 10 anos. “Primeiro cortaram o ônibus que ia a Petrolina, colocaram uma van e agora, depois das eleições reduziram para uma picape Touro com apenas algumas pessoas”, afirmou Maria da Penha. No dia em que realiza a hemodiálise, a rotina da agricultora começa às 2:30 da manhã (segunda, quarta e sexta).

Maria da Penha conta que descobriu que tinha insuficiência renal em 2011, o problema obrigou ela fazer hemodiálise, na espera do transplante de um rim. Essa longa fila de espera ficou ainda mais difícil devido a pandemia. Enquanto isso, a única opção de sobrevivência é fazer hemodiálise. “Toda vez que vou a Petrolina para fazer um procedimento chego em casa muito cansada”, disse. O percurso até a clínica dura mais de três horas e quando tinha o carro, era feito em dois veículos diferentes. “Agora sem transporte até a pista, não tenho condições de continuar o tratamento e sem tratamento eu não vivo”, apelou. A distância da casa de Maria da Penha até o Mulungu é de 20 quilômetros.

O que é hemodiálise

Nefrologistas explicam que insuficiência renal pode ser provocada por vários fatores, entre eles hipertensão e diabetes e que quando isso acontece, os rins do paciente param de funcionar e para sobreviver ele precisa da hemodiálise.

Hemodiálise e um filtro que tira as impurezas e água. O paciente que faz hemodiálise, principalmente os que fazem há muito tempo, param de urinar. Então precisa tirar o líquido em excesso do organismo. Passam por uma máquina três vezes por semana para fazer quatro horas por vez. Alguns sentem mal estar, cai a pressão, ficam mais fracos, e portanto, são pessoas frágeis, sem condição de utilizar uma moto como transporte em estrada de chão, três vezes por semana.

Para quem faz esse procedimento, voltar para a casa é uma das partes mais complicadas do processo. Essa hora é inadmissível a falta de um carro. O paciente fica completamente baqueado, com tontura e com fome. É como se a pessoa fizesse exercício físico durantes horas. “Eu acordo 2:30 da manhã, depois tenho que sair de madrugada para pegar o carro na pista. Faço isso porque sou uma lutadora. Eu não desisto porque sei que essa é a única condição para viver”, disse Penha.

Justificando o injustificável

O motorista Aldin em nome da Secretária de saúde, mandou mensagem à Paciente informando: “Penha boa tarde. O carro sairá às 4 horas da manhã do PSF em Santa Filomena. Não tem como buscar ninguém. Os carros estão todos em revisão e não temos mais motoristas por conta do fim do mandato”. A Secretária de saúde talvez não tenha coragem de se portar a frente do ato desumano causado por ela e pelo atual prefeito Cleomatson (PSB), que foi derrotado nas urnas nestas eleições de 15 de novembro. Sobrou para o motorista, ter que justificar o injustificável.

Blog do Charles Araújo

Diretora da Sesab é investigada por esquema em licitações do Hospital de Juazeiro

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A ligação entre a Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) com o suposto esquema com as organizações sociais (OSs) do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ) seria a diretora da Rede Própria Sob Gestão Indireta (DIRP-GI), Viviane Chicourel Hipólito, que teve os sigilos telefônico e bancários quebrados na Operação Metástase, na qual a Sesab foi alvo. As informações estão contidas em decisões da Justiça Federal obtidas pelo Bahia Notícias, na força-tarefa que decretou quatro prisões preventivas e mandados de busca e apreensão (leia mais aquiaqui e aqui).

“Embora os processos licitatórios e de prestação de contas do HRJ sejam encaminhados ao setor financeiro da Sesab, entende que pode existir a chance de tais procedimentos serem avaliados pela Diretoria de Rede Própria Sob Gestão Indireta (DIRP-GI), também sob a direção da investigada Viviane Chicourel Hipólito”, pontua o juiz federal Pablo Baldivieso, Vara Única da Subseção Judiciária de Eunápolis, no exercício da titularidade plena da Subseção Judiciária de Juazeiro, em sentença expedida no dia 10 de novembro.

O magistrado entendeu que seria possível que alguns documentos estivessem arquivados na Superintendência de Atenção à Saúde – SAIS, ”razão pela qual requer que as medidas de busca apreensão sejam, também, direcionadas a estes setores”, alvo das buscas.

Casada com João Hipólito Rodrigues Filho (PSB), prefeito de Abaíra, na Chapada Diamantina entre 2009 e 2016, Viviane foi primeira-dama do município neste período. Na eleição deste ano, ele foi derrotado por Diga (DEM).

A primeira decisão, expedida no dia 10 agosto pelo juiz federal Wagner Mota Alves de Souza, diz que informações obtidas através depoimentos à Polícia Federal apontam que Viviane possui “grande proximidade” com Alex Oliveira de Carvalho, conhecido como “chefe” da IBDAH e da APMI e, “por consequência, do HRJ”. Eles, inclusive, residem no mesmo condomínio, em Salvador.

De acordo com a sentença de agosto, ela é “responsável por auditorias, análise de prestações de contas”, além de questões financeiras de repasses, análise de cumprimento de metas de unidades de saúde sob gestão indireta, dentre elas o Hospital de Juazeiro.

“Segundo a autoridade policial, Viviane C. H. Rodrigues, assinou parecer aprovando justificativas “extremamente vagas” e “sem comprovação de veracidade”, diante de um “relato pouco técnico e muito subjetivo”, diante do aumento dos índices de mortalidade do HRJ”, diz trecho da decisão obtida pela reportagem.

Em abril de 2019, o vereador de Salvador, Carlos Muniz (PTB), acusou a investigada, numa sessão na Câmara, de participação em suposto esquema de fraudes a licitações da Sesab.

“Em um dos últimos pagamentos da Sesab em favor da APMI, foi incluído uma observação no empenho, informando que o pagamento foi realizado sem que a prestação de contas de março/2020 estivesse aprovada, o que seria vedado contratualmente. A hipótese da autoridade policial é que a investigada foi “estrategicamente designada para o cargo, responsável por fiscalizar e auditar as unidades de saúde sob gestão indireta, inclusive o HRJ, e, sem qualquer dúvida, por indicação de integrantes da quadrilha ora investigada”, diz outro trecho da sentença.

Segundo o documento, há um inquérito conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF), desde 2016, que apura a situação “de constante deficiência do atendimento no setor de oncologia no Hospital Regional de Juazeiro”. Segundo a cautelar penal, o governo do estado evita informar de maneira detalhada os nomes dos servidores responsáveis pela prestação de contas “dos recursos transferidos por meio do termo de parceria” da unidade hospitalar. A Sesab, por meio de Viviane, informou “que não apenas um servidor mas sim todos aqueles lotados da DIRP-GI auxiliam a gestão do contrato, em diversos aspectos, através da Coordenação de Contratos, Coordenação de Monitoramento e Avaliação – setor de prestação de contas e setor de pagamento”.

“Entende o MPF que a referida diretora não informou quais são os servidores que chancelam as prestações de contas e se estas de fato existem, bem como não atendeu ao teor da recomendação para que fosse nomeado servidor de cargo efetivo para a gestão do referido contrato”, acrescenta o juiz.

O MPF solicitou, posteriormente, mais uma vez, mais informações sobre a prestação de contas de 2017 e 2018. O secretário da Saúde, Fábio Vilas-Boas, de acordo com o parquet, informou que a responsável pelo contrato era a diretora do Hospital de Juazeiro. “Não foi informado quais servidores do Estado analisam a prestação de contas, bem como não foram encaminhadas as prestações de contas de 2017 e 2018. O MPF informa que foram recomendadas à Secretaria de Saúde do Estado da Bahia medidas alinhadas a diretrizes do TCU e do STF dirigidas à transparência na informação de dados pertinentes ao repasse e aos gastos de recursos públicos, o que não teria sido acatado. A conclusão do MPF é que há resistência no atendimento de solicitações e prestação de informações”, acrescenta.

ENTENDA O CASO

A Operação Metástase desarticulou um suposto esquema de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados à gestão do Hospital Regional de Juazeiro (HRJ). Ao todo, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, um mandado de prisão temporária e 16 mandados de busca e apreensão.

A organização criminosa investigada praticava fraudes em licitações públicas, passando a dominar a gestão de inúmeras unidades da rede estadual de saúde sob gestão indireta, por intermédio de diferentes Organizações Sociais de Saúde (OSs), que são controladas por um mesmo grupo empresarial, quase sempre registradas em nome de “laranjas”.

Essas instituições gestoras das unidades de saúde (OSs) passaram a contratar empresas de fachada ligadas ao mesmo grupo, de forma direcionada e com superfaturamento, por meio das quais os recursos públicos destinados à administração hospitalar eram escoados, sem que muitos dos serviços fossem efetivamente prestados ou os produtos fossem fornecidos.

De acordo com a PF, os investigados responderão pelos crimes de fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Covid-19: PE registra 781 novos caos e 25 óbitos, nesta terça-feira(24)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) registrou, nesta terça-feira (24/11), 781 novos casos da Covid-19. Entre os confirmados hoje, 58 (7,5%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 723 (92,5%) são leves.

Agora, Pernambuco totaliza 176.939 casos confirmados da doença, sendo 27.815 graves e 149.124 leves, que estão distribuídos por todos os 184 municípios pernambucanos, além do arquipélago de Fernando de Noronha.

Além disso, o boletim registra um total de 156.817 pacientes recuperados da doença. Destes, 17.808 eram pacientes graves, que necessitaram de internamento hospitalar, e 139.009 eram casos leves.

Também foram confirmados laboratorialmente 25 novos óbitos, registrados entre os dias 07/11 e 22/11. Com isso, o Estado totaliza

 Blog do Silva Lima

Bolsonaro sabia da compra de vacinas, mas recuou após pressão de apoiadores em redes sociais

CoronaVac

O presidente Jair Bolsonaro foi informado no último final de semana da intenção da compra, pelo Ministério da Saúde, de 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, em desenvolvimento pela empresa chinesa Sinovac com o Instituto Butantan.
Segundo assessores tanto do Palácio do Planalto como do Ministério da Saúde, Bolsonaro, inicialmente, não se opôs à iniciativa, mas mudou de posição no final da tarde da terça-feira (20), após repercussão negativa de seus apoiadores nas redes sociais.

Desde o anúncio feito pelo ministro Eduardo Pazuello, em reunião virtual com governadores, eleitores bolsonaristas iniciaram campanha nas redes contra o que chamam de “vacina chinesa”. As críticas chegaram ao perfil oficial do presidente, que decidiu adotar um recuo estratégico. Na própria terça-feira (20), segundo relato feito à Folha, ele telefonou a Pazuello para informar que se posicionaria contra o anúncio.

Nesta quarta (21), Bolsonaro e Pazuello se falaram por telefone para ajustar a mudança de discurso e combinar a divulgação de uma nota pública, na qual alegaram que houve “interpretação equivocada”. Como lembraram auxiliares palacianos, Pazuello costuma informar todas as iniciativas de sua pasta a Bolsonaro e não faz nada sem o conhecimento do chefe do Executivo, o que não foi diferente neste episódio.

Em conversas reservadas na manhã desta quarta, o presidente elogiou a rápida reação de Pazuello e disse que ele não é como o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que resistia a obedecer e a seguir as suas orientações. Segundo aliados do general, apesar de ter recebido diagnóstico de que está com Covid-19, ele demonstrava tranquilidade nesta manhã, sem receio de retaliação do presidente.

Além da reação negativa nas redes sociais, o recuo do presidente, segundo assessores, deveu-se à comemoração do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Após o anúncio de Pazuello na terça-feira, Doria disse que “venceu o Brasil”.

O tucano é pré-candidato à sucessão presidencial em 2022, quando Bolsonaro pretende disputar a reeleição. Em mensagem a ministros, relatada à Folha, o presidente ordenou que, a partir de agora, sua equipe não trate sobre iniciativas de imunização com o governador paulista.

Pessoas próximas a Pazuello dizem que uma declaração de Bolsonaro contra a vacina CoronaVac direcionada ao seu eleitorado fiel já era, em parte, esperada, dado o tom adotado pelo presidente nos últimos dias. A atitude agressiva, no entanto, pegou de surpresa parte do grupo. Nas redes sociais, Bolsonaro chegou a falar em traição. Fez ainda um comunicado na internet sobre o que chamou de “vacina chinesa de João Doria”: “Não se justifica um bilionário aporte financeiro num medicamento que sequer ultrapassou sua fase de testagem”, escreveu. “Diante do exposto, minha decisão é a de não adquirir a referida vacina.”

A afirmação de não investir em uma vacina que não ultrapassou a fase de testagem, porém, contrasta com a decisão do próprio governo, que anunciou em agosto um acordo para compra de 100 milhões de doses da vacina em desenvolvimento pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca. O valor investido também foi de R$ 1,9 bilhão.

À Folha, secretários de saúde que acompanharam o encontro de terça ressaltaram que a crítica feita por Bolsonaro não faz sentido, uma vez que a maior parte dos insumos para todas as vacinas já provêm da China, o que teria sido, inclusive, citado na reunião entre o ministro e os governadores.

Como mostrou a Folha, Pazuello enviou no dia 19 de outubro ao diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, um ofício em que confirmava a intenção de compra das doses. No ofício, o ministro informava ela requeria aprovação pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

No encontro virtual com governadores, o ministro disse que a CoronaVac seria “a vacina brasileira” e que o seu ofício “é o compromisso da aquisição dessas vacinas”.

Folha de PE

Pernambuco ultrapassa a marca dos 400 mil testes para Covid-19

Foto - Diego Nigro 9

O Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), ultrapassou, nesta terça-feira (15), a marca dos 400 mil testes realizados no Estado. Ao todo, foram 403.807 procedimentos, entre exames de biologia molecular (RT-PCR), sorologias e testes rápidos. Somente entre os exames do tipo RT-PCR, considerado padrão-ouro por ser mais sensível e detectar a atividade viral em sua fase mais aguda, o Estado subiu para a 4ª posição entre os Estados brasileiros no número de exames realizados, segundo levantamento publicado na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Para o governador Paulo Câmara, a testagem, que pôde ser acelerada com a aquisição de equipamentos para o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen), tem um papel fundamental no enfrentamento à pandemia da Covid-19. “Quando adquiriu mais maquinários, Pernambuco saiu na frente, mais uma vez. Aumentamos a capacidade de testagem em quatro vezes, dando mais qualidade ao processo. Dessa forma, podemos nos preparar melhor para o futuro”, afirmou Paulo Câmara.

O secretário de Saúde, André Longo, destacou também a ampliação da testagem, anunciada na última semana, para pessoas que tiveram contato domiciliar com casos confirmados da doença. Em Pernambuco, o Lacen tem capacidade diária para processar três mil exames de RT-PCR. Segundo Longo, em fevereiro, a título comparativo, o Brasil tinha a capacidade de fazer apenas 2.700 exames por dia. “A massificação da testagem, que sempre foi uma das prioridades do Governo de Pernambuco no enfrentamento e processo de convivência com a doença, amplia o monitoramento e também o controle da transmissão”, disse o secretário.

Fotos: Diego Nigro/SEI