Saúde
Ministério da Saúde informa que 108 mil brasileiros são HIV positivo e não sabem
O Ministério da Saúde iniciou nesta sexta-feira (17) uma campanha nos meios de comunicação sobre a importância da prevenção da transmissão de Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) durante o carnaval, chamando a atenção para a grande quantidade de pessoas que ainda não têm o diagnóstico da doença. Segundo a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, 108 mil pessoas no Brasil têm HIV positivo e não sabem. “Isso é muito grave”, disse.
O anúncio da campanha publicitária, primeira realizada pelo Ministério da Saúde na nova gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi feito ontem. “Essas pessoas são jovens, elas estão no carnaval. O primeiro passo para a prevenção é termos o diagnóstico. Precisamos que nossos jovens saibam da preocupação e dificuldade do tratamento”, reforçou a secretária.
Importância do preservativoEthel reforçou ainda a importância de toda relação sexual ser feita de maneira protegida. “Precisamos que nossos jovens compreendam que é preciso se divertir e é preciso se proteger. É preciso usar preservativo.”
Chefe do Departamento de HIV/Aids e Infecções Sexualmente Transmissíveis do Ministério da Saúde, Dráurio Barreira garantiu que o Sistema Único de Saúde (SUS) tem “farta e suficiente” distribuição, em pontos em todo o país, de preservativos internos e externos, garantindo que haja prevenção em todo tipo de relação sexual.
Prefeitura de Lagoa Grande(PE) realiza mais de 600 atendimentos na Ilha do Pontal através do Programa Saúde Mais Perto de Você
A Comunidade da Ilha do Pontal foi beneficiada na quinta-feira (16) por uma ação organizada pela Prefeitura de Lagoa Grande-PE, por meio das Secretarias de Saúde, Assistência Social, Educação, Agricultura e Governo. A ação levou uma diversidade de serviços e fez parte do Programa Saúde Mais Perto de Você.
A iniciativa contou com a oferta de vários serviços e realizou mais de 600 atendimentos. A comunidade recebeu exames médicos, preventivo, dentista, fisioterapia/ventosa, psicóloga, educador físico, emissão de CPF, inscrição e atualização do CadÚnico, orientações, elaboração de outorga de água, palestra e encaminhamentos para o BBC/LOAS e benefícios eventuais. Além de aferição de pressão arterial, glicemia, vacina, palestras e testes rápidos de ISTs e da Covid-19.
“Preparamos uma programação especial para os moradores da Ilha do Pontal, população que vive em uma área de difícil acesso. Articulamos as Secretarias do município, agregamos e descentralizamos os serviços com o objetivo de alcançar localidades que se encontram isoladas e afastadas das sedes dos serviços, fazendo o atendimento chegar a quem mais precisa”, explicou o prefeito Vilmar Cappellaro.
Fotos: Isael Cordeiro
Pernambuco tem dia de vacinação nas escolas e creches do Estado
As secretarias de Saúde e de Educação de Pernambuco colocam em prática, nesta quarta-feira, a segunda etapa da campanha “Vacina em dia na volta às aulas. Nota 10 na caderneta”. A ação consiste na montagem de postos de vacinação, com apoio das prefeituras municipais, em escolas da rede pública de ensino – estadual e municipal -, do litoral ao Sertão do Estado. Ao todo, 182 cidades pernambucanas vão ofertar o serviço de saúde, em mais de 750 unidades de ensino (veja a lista completa no arquivo enviado junto com este release).
Com a queda da cobertura vacinal nos últimos sete anos, Pernambuco quer encurtar os caminhos para realizar uma imunização eficiente entre as crianças e os adolescentes. Assim, os pais ou responsáveis precisam fazer a sua parte. Estão convocados a participar da iniciativa, assinando o formulário de autorização para a imunização dos seus filhos.
Por meio da campanha, que envolve ações educativas e de mobilização social – já foram distribuídos 70 mil folhetos e 10 mil cartazes alusivos ao tema -, enfatiza-se a prevenção contra doenças como poliomielite, sarampo, rubéola, caxumba, meningite, hepatites, HPV, febre amarela, varicela, difteria, tétano e Covid-19. Vale a ressaltar, as coberturas baixas possibilitam a volta da circulação de doenças erradicadas, como a poliomielite.
Para a secretária estadual de saúde, Zilda Cavalcanti, a vacina em dia é prioridade. “Nós vamos cuidar das pessoas prevenindo as doenças. E nada melhor que começar o ano escolar com prevenção, atualizando os calendários vacinais para evitar que doenças já erradicadas voltem a circular no nosso Estado. Então, pais, mães e responsáveis, precisamos vacinar nossas crianças e jovens para chegar a 100% de cobertura e ser nota 10 nas cadernetas de vacina e escolar”, reforça Zilda Cavalcanti.
A secretária estadual de educação, Ivaneide Dantas, destaca a segurança e o contexto socioeducativo de se vacinar na própria escola. Com economia de tempo para os pais ou responsáveis que, muitas vezes, por algum motivo, deixam de levar as crianças para se imunizarem num posto de saúde.
“É muito importante essa oportunidade de termos, na escola, a possibilidade de atualizar as cadernetas de vacina dos nossos estudantes, o que facilita o alcance dos objetivos da campanha. São todas as vacinas e a gente sabe que, muitas vezes, os pais ou responsáveis não conseguem levá-los para se vacinarem. Então, a escola, realmente, é um lugar seguro para que os nossos estudantes possam ser vacinados. Proteção e saúde para os alunos é o que queremos”, afirma Ivaneide Dantas.
COBERTURA VACINAL – Entre os anos de 2015 e 2022, a cobertura vacinal em Pernambuco caiu sensivelmente. Tanto no grupo de crianças com menos de um ano de idade, quanto na faixa acima de um ano. Mesmo as vacinas conhecidas do público, como a contra a poliomielite, estão abaixo das metas preconizadas pelo Ministério da Saúde (MS) – 90% para BCG e Rotavírus Humano e 95% para os demais imunizantes.
Em 2015, na análise do quadro vacinal do Estado, nenhuma cobertura dos imunobiológicos ficou abaixo dos 100% para crianças com menos de um ano. Em 2022, apenas a BCG chegou aos 90%, alcançando o alvo do MS. Com relação às demais, só a usada no combate à meningite ultrapassou a barreira dos 76%.
Para a faixa etária dos maiores de um ano, a situação é mais delicada, com algumas vacinas sem alcançar nem mesmo os 65% de cobertura. A segunda dose para a tríplice viral, por exemplo, só chegou a 49,4% da população estimada. É o número mais baixo registrado.
Câncer é primeira causa de morte por doença em crianças
O câncer infantil é a primeira causa de morte por doença em crianças e a segunda causa de óbito em geral. A primeira seria acidente. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que no triênio 2023/2025 ocorrerão, a cada ano, 7.930 novos casos de câncer em crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade.
Hoje (15), Dia Internacional da Luta conta o Câncer Infantil, a oncologista pediátrica do Inca Sima Ferman, chefe da Seção de Pediatria, lembrou que atualmente a doença é altamente curável. “Essa é a principal informação que a gente tem”, disse.
Em entrevista à Agência Brasil, Sima afirmou que como a incidência de câncer vem aumentando lentamente ao longo dos anos, ele começa a aparecer como causa importante de doença em criança. “Como nem todas são curadas, a doença pode ter, na verdade, um percentual de mortalidade infantil também. Os dados mais recentes, de 2020, revelam que foram registrados 2.280 óbitos em crianças e adolescentes de 0 a 19 anos no Brasil.
Entre os tipos mais comuns de câncer infantojuvenil estão leucemia, linfoma e tumores do sistema nervoso central. A médica do Inca ressaltou, contudo, que os tumores em crianças são diferentes dos que acometem pessoas adultas. “Adulto tem muito carcinoma, tumores de células diferenciadas”. Os tumores de crianças são diferentes. Embora esses três tipos sejam mais frequentes, existe uma gama de tumores, como os embrionários, que ocorrem nos primeiros anos de vida. São exemplos os da retina, de rim, de gânglio simpático. “São tumores que acontecem, mais frequentemente, em crianças menores. Mas todos eles são muito diferenciados e respondem bem ao tratamento quimioterápico, normalmente. Essa é a principal informação que a gente tem para dar nesse dia tão importante”, reiterou a especialista.
Para a oncologista, a doença é muito séria, mas trouxe, ao longo dos anos, uma esperança de busca pela vida. Há possibilidade de cura, se o paciente é diagnosticado precocemente e tratado nos centros especializados de atenção à criança.
Alerta
Nos países de alta renda, entre 80% e 85% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas atualmente. No Brasil, o percentual é mais baixo e variável entre as regiões, mas apresenta média de cura de 65%. “É menos do que nos países de alta renda porque muitas crianças já chegam aos centros de tratamento com sinais muito avançados”. Sima Ferman reafirmou que o diagnóstico precoce é muito importante. Por outro lado, admitiu que esse diagnóstico é, muitas vezes, difícil, tendo em vista que sinais e sintomas se assemelham a doenças comuns de criança.
O Inca faz treinamento com profissionais de saúde da atenção primária para alertá-los da importância de uma investigação mais profunda, quando há possibilidade de o sintoma não ser comum e constituir doença mais séria. Sima lembrou que criança não inventa sintoma. Afirmou que os pais devem sempre acompanhar a consulta e o tratamento dos filhos e dar atenção a todas as queixas feitas por eles, principalmente quando são muito recorrentes e permanecem por um tempo. “É importante estar alerta porque pode ser uma coisa mais séria do que uma doença comum”.
Podem ser sinais de tumores em crianças uma febre prolongada por mais de sete dias sem causa aparente, dor óssea, anemia, manchas roxas no corpo, dor de cabeça que leva a criança a acordar à noite, seguida de vômito, alterações neurológicas como perda de equilíbrio, massas no corpo. “São situações em que é preciso estar alerta e que podem levar a pensar em doença como câncer”.
Para os profissionais de saúde da atenção primária, especialmente, a médica recomendou que devem levar a sério as queixas dos pais e das crianças e acompanhar o menor durante todo o período até elucidar a situação para a qual a criança foi procurar atendimento. “E, se for o caso, fazer exames mais profundos e ver se há alguma doença que precisa ser tratada”.
Individualização
Para cada tipo de câncer, os oncologistas do Inca procuram estudar a biologia da doença, para dar um tratamento que possa levar à chance de cura, com menos efeitos no longo prazo. “Para conseguir isso, temos que saber especificamente como a doença se apresentou à criança e, muitas vezes, as características biológicas do tumor. Isso vai nos guiar sobre o tratamento que oferece mais ou menos riscos para esse paciente ficar curado e seguir a vida”.
Em geral, o tratamento de um câncer infantil leva de seis meses a dois anos, dependendo do tipo de doença apresentada pelo paciente. Após esse prazo, a criança fica em acompanhamento, ou “no controle”, por cinco anos. Se a doença não voltar a se manifestar durante esses cinco anos, pode-se considerar o paciente curado. “Cada vez, a chance de a doença voltar vai diminuindo mais. A chance é maior no primeiro ano, quando termina o tratamento, e vai diminuindo mais e mais”, disse a oncologista pediátrica.
Agência Brasil